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Mulheres mostram força e dominam espaços de atividades esportivas em Santos

Publicado: 7 de março de 2024 - 15h20
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Lugar de mulher é onde ela quiser e no esporte que escolher. E em Santos, cidade com maior percentual de mulheres do Brasil (54,7%), elas também dominam as vagas das diversas modalidades oferecidas gratuitamente pela Prefeitura. Dos cerca de 10 mil atendimentos mensais nos equipamentos da Secretaria de Esportes (Semes), mais de 70% são ocupados pelo público feminino, representando cerca de 7.200 mulheres. 

Elas estão por todas as partes, praticando modalidades como alongamento, basquete máster, bike indoor, ginástica localizada, ginástica holística, ginástica local, hidroginástica, musculação, skate, patinação, vôlei para a 3ª idade, vôlei de praia. “Elas marcam presença em pé de igualdade até em esportes antes dominado pelo público masculino como surfe, canoagem e taekwondo”, diz Gelasio Fernandes, titular da Semes.

“NÃO TEM NADA QUE NÓS NÃO POSSAMOS FAZER OU APRENDER”

A aluna de canoa havaiana, Roberta Marcondes da Silva, 45 anos, estudante de pedagogia e apaixonada pelo mar, afirma que a necessidade de força física para manipular o remo nunca representou um empecilho. 

“Desde que a Escola de Esportes Náuticos inaugurou em Santos, sempre tive vontade de participar das aulas”, conta Roberta, que conheceu o espaço através de um amigo, garantiu a vaga e diz estar amando.

“O professor Nilson é maravilhoso, ele nos dá aulas de tudo, sobre caiaque, canoagem, o vento e o tempo. Não tem nada que ele ensine que nós mulheres não possamos fazer ou aprender. A gente faz tudo, inclusive ajudar a carregar a canoa, que pesa uns 150kg”, diz.

“PARA MIM NUNCA FOI TABU ESTAR EM ESPAÇOS PREDOMINANTEMENTE MASCULINOS”

A terapeuta Mariana Torres, 38 anos, também é aluna da Escola de Esportes Náuticos. Ela destacou a importância de as mulheres conquistarem cada vez mais seu espaço em todos os setores, inclusive no esporte.

“Para mim nunca foi um tabu estar em espaços predominantemente masculinos. Na minha adolescência pratiquei pugilismo, fui uma das primeiras do Estado de São Paulo. Onde não tinham mulheres, nós fomos entrando e metendo as caras”, conta.

Ela diz que sempre teve receios em relação ao mar e resolveu enfrentar esses medos. “Essa imersão com a canoa havaiana mostrou que nós todas temos força, concentração e capacidade. O que falta, muitas vezes, é o espaço para irmos, pedir licença e mostrar que vamos fazer parte”, completa. 

“COMECEI COMO ALUNA E AGORA SOU PROFESSORA. FOI UMA GRANDE CONQUISTA”

Para a servidora pública aposentada Edith Helena Ribeirão, 57 anos, a canoagem trouxe um novo sentido para a sua vida. “Depois que me aposentei, com o tempo livre, fui procurar um esporte para fazer, foi quando descobri a canoagem e foi amor à primeira vista", declara.

E o que começou como um hobby se tornou uma profissão quando foi convidada para fazer parte do grupo de instrutores. “Comecei aqui na Escola de Esportes Náuticos como aluna e hoje sou uma das professoras, ao lado desse bando de homens. Foi sem dúvida uma grande conquista”.

“AS ARTES MARCIAIS SÃO CADA VEZ MAIS UM ESPAÇO FEMININO E SOU A PROVA”

O principal destaque do taekwondo no CER Rebouças é feminino. A atleta Ingrid Monteiro Lapetina Lima, de 21 anos, é a grande aposta do técnico Rodney Saraiva para competições nacionais e internacionais, com grandes chances de integrar a seleção brasileira na sua categoria. 

“Comecei a praticar taekwondo em 2017, aqui mesmo no Rebouças, e desde o primeiro dia vi que era isso que eu queria. As artes marciais são um espaço cada vez mais feminino e eu sou a prova disso”, diz Ingrid, que sonha chegar à seleção e representar o Brasil em uma Olimpíada. 

“Eu amo demais esse esporte e sou infinitamente grata pela oportunidade de vida que eu tive através do taekwondo”.

DO SURFE ADAPTADO: FUNCIONÁRIA PÚBLICA, ATLETA, INFLUENCIADORA DIGITAL E INSPIRAÇÃO 

A força das mulheres também rende histórias de emoção e inspiração no esporte. A servidora pública Jenifer Pavani, 43 anos, é aluna e funcionária da Escola Radical de Surfe Adaptado da Prefeitura de Santos, a primeira pública do mundo. 

“Há 34 anos eu tenho diabetes mellitus e há 18 anos me tornei uma pessoa com deficiência visual em virtude das complicações da doença. Tive muita dificuldade, aos 25 anos, de aceitar essa condição”, diz.

Ela conta que só conseguiu voltar a se inserir na vida social quando passou em concurso da Prefeitura e foi chamada para trabalhar na Secretaria de Esportes, onde conheceu o coordenador da Escola Radical, Cisco Araña, “o surfista veterano que mudou sua vida”. 

Ficar em cima da prancha de surfe foi o primeiro passo para uma série de conquistas. “No começo achava que seria impossível, mas o Cisco me disse que eu ia conseguir. No primeiro dia que fiquei em pé em uma prancha foi libertador, transformou a minha vida com certeza. Fui bailarina, velocista, mas foi o surfe que me fez sentir conectada com a natureza, com Deus, me trouxe paz interior, mental que me garantiu ajuda física e espiritual”. 

Com mais de 200 mil seguidores no TikTok e cerca de 20 mil no Instagram, Jenifer Pavani também é influenciadora digital. “Nas redes sociais, muitas pessoas não notam que eu tenho uma deficiência e isso me dá a possibilidade de mostrar que somos muito além dos estereótipos, nós podemos fazer qualquer coisa. O meu propósito de vida é incentivar as pessoas a não desistirem, não importa o obstáculo que surgir no seu caminho e com as redes alcanço o maior número de pessoas possível”. 

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade.
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