Festival de Artes Marciais une praticantes e entusiastas e divulga modalidades em Santos

Rosana Rife

O ginásio de esportes da Universidade Santa Cecília (Unisanta), em Santos, foi palco de um evento que reuniu mais de cem entusiastas e praticantes de diversas artes marciais na noite de quinta-feira (25). Organizado pela Secretaria de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo (Seectur), em parceria com a universidade, o Festival Artes Marciais na Cultura da Paz celebrou não apenas técnica e habilidade, mas também valores como respeito, disciplina e integração.

O público presente, composto por alunos das Vilas Criativas da Vila Nova, Penha e Vila Progresso, estudantes da Unisanta e aficionados pelas modalidades que iam do caratê até a capoeira, passando pelo jiu-jítsu e o boxe, demonstraram entusiasmo ao participar do aulão, acompanhando as atividades propostas.

Eles foram divididos em grupos e puderam experimentar cada um dos esportes.

E, além de proporcionar um espaço para a demonstração de habilidades e técnicas, o festival também serviu para divulgar as aulas oferecidas nas Vilas Criativas, proporcionando oportunidades para que alunos dos equipamentos pudessem compartilhar suas aptidões e talentos com a comunidade.

“É um momento de interação. Ao longo das aulas, explicamos para eles que a gente não luta contra, luta com, não é o seu inimigo, é seu oponente e que você vai ganhar um aprendizado com ele. Então estamos tendo resultados positivos, com algumas crianças apresentando melhorias no rendimento escolar, na disciplina, no respeito. E o mais interessante, que é a inclusão de todos, independentemente se você tem uma deficiência ou não”, diz o coordenador pedagógico das Vilas Criativas, Márcio Santos, ao fazer um balanço do trabalho desenvolvido nas unidades.

A estudante Maria Eduarda Araújo Oliveira, 15 anos, faz aula de capoeira na Vila Criativa da Penha e aproveitou a oportunidade no festival para conhecer mais sobre as artes marciais e aprovou o aulão. “É bem interessante que a gente saia um pouco do nosso conforto e conheça vários tipos de luta. Então está sendo bem diferente e também conhecemos mais pessoas. Gostei”.

O evento contou com a participação ativa dos professores das Vilas Criativas, além da presença de mestres de várias modalidades como Bruno Chefaly dos Santos, Lucas Walleser e Ney Mauricio Chaves, todos com a meta de apresentar a diversidade e riqueza das práticas marciais presentes na região.

“Não precisamos de comparações entre elas, porque todas devem ter o mesmo valor para a formação da cidadania. É isso que elas fazem. Quando a gente encontra bons professores, a arte marcial é só um instrumento e cada uma tem o seu valor de contribuição para a sociedade, então conseguem unir as questões físicas com a mental com a espiritual, equilibrando tudo por meio das questões afetivas. E quando a pessoa é bem orientada vai se conhecer, se desenvolver melhor e levar isso para dentro de casa”, avalia o professor Ney Chaves.

SOBRE AS VILAS CRIATIVAS

As 10 vilas criativas de Santos estão espalhadas nos bairros de maior vulnerabilidade social (menor IDH). Atendem atualmente mais de 5 mil pessoas por ano com qualificação profissional, atividades culturais e de convívio social, fortalecendo as capacidades sociais, civis e políticas de grupos menos favorecidos.

Entre 2021 e 2023, as vilas criativas ofereceram sete mil vagas em cursos de qualificação. Para 2024, estão previstas mais 2 mil, além de cerca de 150 atividades esportivas, culturais e de lazer, como aulas de música (violão, percussão), dança (balé, ritmos, ritmix, zumba, hip hop, flamenco), esportes (skate, alongamento, capoeira, ginástica para a terceira idade, musculação), informática (inclusão digital) e muitas outras.

Para participar destas atividades, basta comparecer a uma Vila Criativa com documento pessoal e comprovante de residência, a fim de verificar a disponibilidade de vagas e os horários. Confira os endereços aqui.

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS.