Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Economia criativa cresce e gera cada vez mais oportunidades em Santos e no País

Publicado: 10 de setembro de 2023 - 10h32

Nilton Sergio

A cada dado econômico divulgado fica mais claro que a economia criativa se consolida como uma das forças que vão alavancar o crescimento do Brasil cada vez mais. Levantamento do Observatório Nacional da Indústria (ONI), núcleo de inteligência e análise de dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que 1 milhão de novos empregos serão gerados pela economia criativa até 2030.

Pelas projeções do ONI, será elevada a atual participação de 3,11% do setor no Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços fabricados no País. A economia criativa emprega atualmente 7,4 milhões de trabalhadores no Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o 4º trimestre de 2022. Este índice pode subir para 8,4 milhões em 2030.

Em Santos, esta realidade não é diferente. A Prefeitura vem realizando uma série de ações nos últimos anos para fomentar a economia criativa e o empreendedorismo, o que tem garantido crescimento no segmento nos últimos anos. Conforme o Departamento de Empreendedorismo e Economia Criativa, da Secretaria de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo (Seectur), com base em números fornecidos pela Secretaria de Finanças (Sefin), Santos fechou 2022 com 20.457 empresas de economia criativa. Trata-se de crescimento de quase 15% em relação a 2021 (17.812).

O crescimento é mais expressivo quando se compara com os números de 2013, quando havia apenas 6.931 empresas criativas (aumento de 195%). Mesmo durante a pandemia de covid-19, o aumento não parou: de 13.642 em 2019 para 17.812 em 2021 (30%).

Em entrevista à Agência Brasil, o gerente-executivo do ONI, Márcio Guerra, afirmou que o aumento está associado a uma necessidade de sobrevivência e inovação na sociedade como um todo. “A gente estima que as profissões que estão relacionadas à economia criativa vão ter um crescimento significativo. A cultura digital deve impulsionar essa demanda nos próximos anos”. O crescimento destes postos de trabalho também já começa a aparecer nas estatísticas relacionadas a Santos.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2022 houve 6.708 admissões e 5.741 desligamentos nas empresas criativas santistas. O saldo de 967 é 64% maior do que o de 2021 (589), primeiro ano desde 2013 que as contratações superaram as demissões.

CIDADE CRIATIVA

Santos é cidade criativa na área de cinema pela Unesco desde 2015. A Cidade, inclusive, sediou no ano passado a 14ª Conferência Anual da rede, evento que atraiu cerca de 300 representantes de 106 cidades de 90 países para trocar experiências e informações sobre cultura, criatividade e economia criativa.

A secretária de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo, Selley Storino, explica que, desde de 2021, a junção dos dois setores (Economia Criativa e Turismo) na Administração Municipal foi realizada justamente para centralizar e ampliar as ações de qualificação profissional, fomento às empresas e estímulo da criatividade da população, ao mesmo tempo em que aproveita o crescimento da economia criativa para atrair cada vez mais visitantes a Santos.

Os equipamentos-chave para fomentar o segmento em Santos são as 10 vilas criativas. Instaladas nos bairros de maior vulnerabilidade social (menor IDH), atendem atualmente mais de 5 mil pessoas por ano com qualificação profissional, atividades culturais e de convívio social. Entre 2021 e 2022, ofereceram quatro mil vagas em cursos de qualificação. Para 2023, estão previstas mais 1,5 mil, além de cerca de 150 atividades esportivas, culturais e de lazer, como aulas de música (violão, percussão), dança (balé, ritmos, ritmix, zumba, hip hop, flamenco), esportes (skate, alongamento, capoeira, ginástica 3ª idade, musculação) e informática (inclusão digital) e muitas outras.

O trabalho desenvolvido nas vilas criativas mudou a vida de Jonas Alexandre Lara de Souza, de 32 anos. Morador da Zona Noroeste, ele atuava como auxiliar de cozinha e estava infeliz porque sentia que não era sua vocação. No entanto, viu sua trajetória profissional dar uma guinada quando soube do curso de barber shop, oferecido pela Vila Criativa do bairro.

“Já tinha certa simpatia por esta área. Ao frequentar as aulas, me encantei e em dois meses já estava trabalhando em um salão”. Jonas disse que logo teve certeza que não voltaria a trabalhar em gastronomia. E, agora, seu sonho é abrir o próprio salão. “As aulas foram ótimas, muito práticas, me prepararam mesmo para o mercado de trabalho. Agora me sinto realmente feliz com o que faço”.

FEITO EM SANTOS

A economia santista também é movimentada com a força dos pequenos negócios criativos. A Seectur desenvolve, desde 2020, o programa Feito em Santos, que funciona como um balcão on-line intermediando, pelo perfil do Instagram @feito.emsantos, a exposição de produtos artesanais de munícipes. Atualmente, conta com cerca de 1 mil empreendedores cadastrados e 14 mil seguidores no Instagram.

As feiras de economia criativa são uma das principais molas propulsoras do Feito em Santos, ao mesmo tempo em que se tornaram atrações turísticas. Em 2023, o programa realizou ou apoiou mais de 30 em vários pontos da Cidade, enquanto no ano passado foram 64, muitas delas nos eventos organizados pela Prefeitura no Centro Histórico, como os festivais Santos Café, do Imigrante, Afroempreendedorismo e Primavera e Natal Criativos.

O Feito em Santos também tem a sua vertente de capacitação, com o inovador Programa de Aceleração de Empreendedores Criativos. A iniciativa já treinou 64 pequenos empresários de artesanato e gastronomia em gestão de negócios, planejamento e vendas. Atualmente, está orientando 37 da área do audiovisual.

ARTESANATO

Em janeiro deste ano, a Prefeitura inaugurou a Casa do Artesão e a Loja Colaborativa Feito em Santos, que ficam na Casa do Trem Bélico (Rua Tiro Onze, 11). A Casa do Artesão desenvolve projetos e programas de incentivo ao empreendedorismo nas diversas áreas da economia criativa, em um espaço amplo e repleto de história, com oficinas e momentos de discussão para pequenos empreendedores locais com novos métodos e inovações. O equipamento já recebeu cursos de artesanato com vidro, resina, crochê, cerâmica e filtro de café, fotografia para redes sociais, bonecas de pano e produção de almofada de brinquedo, entre outros.  

Já a Loja Colaborativa é um espaço criado para fomentar a atividade criativa de artesãos e artistas da Cidade. O local reúne boas ideias e pessoas talentosas para expor e vender seus produtos.

ORIENTAÇÃO E FINANCIAMENTO

A Seectur também mantém parcerias para garantir orientações e até apoio financeiro a pequenos empreendedores: o Posto Sebrae Aqui (Rua D. Pedro I) já realizou mais de 2,9 mil atendimentos neste ano por telefone, WhatsApp e presencialmente.

Já o Banco do Povo Paulista, parceria com o Governo do Estado, possibilita financiamentos a empresários formais e informais. Até julho, financiou 47 projetos, investindo R$ 483,8 mil. Destes, 22 são da Linha Empreenda Mulher, totalizando R$ 221,6 mil; sete projetos da Linha Empreenda Afro (R$ 69,1 mil) e 18 da Linha Empreenda Rápido (R$ 193 mil). As duas iniciativas atendem na Rua General Câmara, 30, Centro.

 

Esta iniciativa contempla o item 8 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Trabalho Decente e Crescimento Econômico. Conheça os outros artigos dos ODS.