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Sms envia alerta às unidades sobre pneumonia atípica

Publicado: 4 de abril de 2003
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A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Seção de Vigilância Epidemiológica – Seviep -, encaminhou a todas as unidades de Saúde do Município, incluindo policlínicas, prontos-socorros e hospitais, desde a semana passada, alerta envolvendo a conduta frente a casos suspeitos da Síndrome Respiratória Aguda Severa – SRAS – compatíveis com pneumonia atípica, que já registrou cerca de 2.300 casos em vários países, especialmente no sudeste asiático, onde se originou a epidemia. Há registro de mais de 80 óbitos, a maioria de moradores de países da Ásia. A China lidera as estatísticas, com cerca de dois mil portadores e 64 mortes, sendo as regiões mais afetadas Hong Kong e a província de Guangdong. A rapidez da disseminação da SRA está preocupando seriamente as autoridades de saúde, sobretudo porque não há medicação para esse tipo de pneumonia, a não ser o fortalecimento das defesas naturais do organismo. O alerta da SMS segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que já incluiu o Brasil na lista de países com possibilidade da disseminação da epidemia, em razão da existência de três casos suspeitos. A preocupação das autoridades em Santos também é grande, em razão do trânsito de turistas e negócios no Porto, embora a vigilância maior no País esteja ocorrendo nos aeroportos, principal porta de entrada da infecção. Cabe à Anvisa – Agência de Vigilância Sanitária -, o controle, medidas preventivas e possível isolamento de passageiros ou tripulantes de navios que venham de áreas de transmissão próximas, apresentando os sintomas da infecção, que evolui rapidamente para dificuldades respiratórias. Já foram distribuídas informações técnicas às companhias aéreas brasileiras e às coordenações nacionais de portos, aeroportos e fronteiras de todo o País. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, caso a epidemia atinja o Município, a rede pública tem condições de dar o tratamento de suporte aos portadores, na medida que os hospitais da Cidade possuem UTIs bem equipadas. De acordo com representantes da Dir XIX, a retaguarda e referência estão no Hospital Guilherme Álvaro, com dois leitos de isolamento. AGENTE TRANSMISSOR NÃO IDENTIFICADO No informe transmitido às unidades de Saúde, a Seviep explica que um vírus da família dos Coronavírus foi identificado como causa mais provável da epidemia, porém ainda precisa-se de novas análises para a confirmação do agente etiológico transmissor. A forma de transmissão mais provável é a direta, em pessoas que tiveram contato íntimo com pacientes ou com suas secreções corporais. A resposta aos antibióticos e antivirais não tem sido satisfatória, assinala o informe da Seviep. Na conduta frente a um caso suspeito a Vigilância Epidemiológica recomenda o isolamento respiratório dos pacientes; uso de barreiras respiratórias estritas para os trabalhadores das equipes de assistência médica e notificação imediata à Seviep. O tratamento dos pacientes, segundo a Secretária de Saúde, envolve cuidados com analgésicos, hidratação e respirador artificial em casos graves. Reitera-se a necessidade de manutenção do estado de alerta em toda a rede de vigilância epidemiológica do Sistema Único de Saúde, a fim de que se possa detectar precocemente qualquer aumento não usual dos atendimentos por infecção respiratória, em particular na rede hospitalar, notificando imediatamente a Seviep pelos telefones 3219-2420. A OMS está considerando para definição de caso: febre elevada (acima de 38º), acompanhada de um (ou mais) dos seguintes sintomas: tosse, fadiga, dispnéia (dificuldade em respirar), iniciados a partir de 1º de fevereiro, além de contato 'intimo' com pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Severa e/ou viagem recente para as zonas afetadas China, Hong Kong, Vietnã, Tailândia, Cingapura, Filipinas, Indonésias, Canadá, EUA, Alemanha. O período de incubação varia de dois a dez dias. No informe da Seviep não figuram as demais áreas de transmissão, mas a epidemia já chegou a vários países da Europa e da América do Norte, num total de 22 nações afetadas. Na América do Sul não há confirmação oficial de casos. No Brasil, entre os casos suspeitos figura o da jornalista inglesa que veio da Malásia para cobrir a Fórmula 1 e está internada no Hospital Albert Einsten, em São Paulo. A Secretaria Estadual de Saúde já anunciou que mantém 24 leitos para o tratamento de possíveis casos, sendo que 16 estão no Hospital das Clínicas de Campinas e os demais no Hospital São Paulo, na Capital. O Ministério da Saúde e a Fundação Fiocruz criaram grupo de profissionais para atuar no combate à pneumonia atípica, cujo diagnóstico é complicado já que se assemelha a outras doenças respiratórias. A diferença é que medicamentos convencionais – antibióticos - não surtem efeito no tratamento. A maior proporção dos casos tem acontecido em adultos, entre 25 a 70 anos, enquanto os óbitos atingem mais pessoas acima de 40 anos. Os casos secundários ocorrem mais em profissionais de saúde e familiares que tiveram contato direto com os pacientes ou com sua secreções corporais.