Semana da Juventude: oficina de turbante empodera jovens do Camps de Santos

Beatriz Lima

A Semana da Juventude de Santos levou, nesta quinta-feira (10), uma oficina de turbantes até o Centro de Aprendizagem e Mobilização Profissional e Social (Camps), onde cerca de 40 alunos puderam aprender sobre a história do adereço e como usar, além de um bate-papo com a educadora e palestrante Joice Mendes.

A parceria com o Camps busca reafirmar a identidade de jovens que estão sendo inseridos no mercado de trabalho e ressignificar o uso do turbante entre os estudantes. Após a palestra, todos tiveram voz para expressar seus sentimentos e compartilhar acontecimentos que, até hoje, estão presentes em suas vidas, como o bullying e o racismo.

Iniciando a oficina, a vice-prefeita e secretária da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, Renata Bravo, reforçou a necessidade de conscientizar os jovens. “Nesse encontro falamos sobre muitas questões, como cidadania e direitos humanos, além do empoderamento feminino. Estamos dentro da Semana Municipal da Juventude e nessa ação vamos empoderar meninas e meninos através dos turbantes”.

Falar sobre racismo nem sempre foi fácil para Joice, que sempre buscou força em suas raízes. “Comecei a falar sobre o turbante com meus alunos, já que eles sempre perguntavam. Quando comecei atuar na equipe de formação da Secretaria de Educação de Santos, isso tomou uma proporção maior já que muitos se interessaram em levar para dentro das salas. A oficina vai além de ensinar a usar o turbante, ela ressignifica muitas coisas e principalmente revela o racismo estrutural. Espero impactar vidas e levar reflexões para os jovens. Não é somente a história do turbante, mas sim todas as questões do racismo”.

Impactada com a fala da palestrante, a aluna Emily Cristine, 15 anos, compartilhou sua história e o processo de aceitação. “Estou me sentindo representada porque eu me incomodava com meu cabelo e, ao ir crescendo, percebi que essa sou eu, gosto do meu cabelo como ele é. As pessoas precisam ter mais conhecimento e isso é um tema que precisa ser abordado, fico muito feliz que estamos falando sobre isso”.

Animada com a oficina, Darnele Matos, 22, comentou. “Achei interessante, pois pude me reconectar, ter autoconhecimento e ter mais segurança comigo mesma, com quem eu sou e com a minha cor. Sempre tive vontade de usar, mas não tinha o conhecimento e nem oportunidade, agora vou treinar para usar no dia a dia”.

Esta iniciativa contempla o item 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Educação de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS.