Santos foi berço da abolição

Na literatura, as fugas de escravos para a Cidade inspiraram duas personalidades - Castro Alves, o poeta dos escravos e autor do poema Os Escravos, e Vicente de Carvalho que escreveu Fugindo ao Cativeiro. A fama de abrigar os refugiados tem justificativa. Aqui, nasceu o espírito abolicionista e os negros sabiam que só alcançariam a liberdade se chegassem ao Município. A bravura do numeroso grupo de pessoas que esbarrava a ação dos capitães-do-mato não permitia a recaptura dos escravos que entravam na Cidade. Para assumir a campanha, diversos nomes se consagraram na defesa dos refugiados como Xavier da Silveira, que aconselhava a fuga aos escravos, dona Francisca Amália de Assis Faria, escondia negros fugidos no quintal da sua casa, dr. Alexandre Martins Rodrigues, trabalhava pela alforria dos negros, José Theodoro dos Santos (Santos Garrafão), comunicava aos abolicionistas a descida de escravos pela Serra do Mar e os acolhia em seu quilombo, e o célebre Quintino de Lacerda, chefe do Quilombo do Jabaquara, um negro nascido em Sergipe e ex-escravo de Antônio de Lacerda que o libertou e concedeu-lhe seu sobrenome.