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Santistas se despedem de oswaldo justo

Publicado: 15 de abril de 2003
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Amigos, políticos da região e do Estado, funcionários públicos, esportistas, moradores, principalmente da Zona Noroeste e dos Morros se aglomeraram, ontem (15), para dar o último adeus ao ex-prefeito Oswaldo Justo. O velório foi realizado no Salão Nobre Esmeraldo Tarquínio, no Paço Municipal. O caixão, portando o corpo do ex-prefeito, chegou à Prefeitura carregado por homens da Guarda Municipal, corporação criada por ele com antigo nome de Corpo Municipal de Vigilância. Durante a madrugada e manhã de ontem (15), compareceram ao velório prefeitos da região, secretários de governo, vereadores, deputados federais e estaduais. Uma legião de fãs do político, que pautou sua vida por seu caráter e seriedade no trato da administração pública, rendeu as mais variadas formas de homenagens aquele, que no entender de todos, não foi apenas um político, mas um homem honrado que cultivou valores éticos e dignos de um ser humano em todos os cargos que ocupou. Durante todo dia, o ex-prefeito foi lembrado como um dos que mais lutaram pela volta da autonomia política de Santos, cassada durante a revolução, sendo considerado como um dos pioneiros na reconstrução da história política da Cidade. Como prefeito ficou conhecido pela maneira enérgica de conduzir a Prefeitura, com a realização das célebres reuniões da madrugada, às 6 horas da manhã, com todo o secretariado e também munícipes. "Ele colocava o povo frente a frente com o seu secretariado e cobrava de cada um deles as providências exigidas pela população", lembrou um dos grandes amigos de Justo, Carlos Pinto, que desde 68 esteve sempre junto com o ex-prefeito na política. Os encontros da madrugada também foram lembrados pelo ex-governador e ex-senador Orestes Quércia, ao elogiar o homem e político Oswaldo Justo. "Ele foi um marco como político na região e até mesmo em nível de Estado, pelo seu comportamento ético e exemplar. É sem dúvida, um grande exemplo a ser seguido", comentou Quércia. Outro que também esteve presente foi o amigo de academia de caratê, mestre Shinzato, que durante 35 anos esteve ao lado de Justo. "Ele chegava sempre às 5 horas da manhã na academia e fazia toda a faxina no local", lembrou Shinzato, elogiando sua humildade e a luta pelo reconhecimento do caratê em nível nacional. Moradores de diversos morros da Cidade e da Zona Noroeste, como Ubirajara Campos de Oliveira, lembraram das realizações do ex-prefeito nos bairros mais carentes. "Ele governou para o povo e sempre que podia atendia as reivindicações da população", afirmou, ressaltando que Justo, por ser um praticante da medicina natural, criou em seu governo, em fevereiro 1988, o Programa de Homeopatia, promovendo para a população mais uma opção de tratamento. DESPEDIDA Após uma intensa visitação, durante toda a manhã e tarde de ontem (15), às 15h20, as portas do Salão Nobre foram fechadas, a pedido da família, que teve 20 minutos para realizar suas orações e despedidas particulares. Às 15h40, também carregado por guardas municipais, o caixão, coberto pelas bandeiras de Santos e da União Internacional Shorin Ryu de Karatê, foi retirado do salão sob aplausos de todos os presentes, gesto que se repetiria no hall do Paço Municipal e na Rua General Câmara, onde centenas de pessoas aguardavam junto ao carro dos bombeiros que levou o corpo do ex-prefeito para o Cemitério da Filosofia, no Saboó. O sepultamento aconteceu pouco antes das 17 horas e foi assistido por muitos amigos e admiradores de Justo, inclusive anônimos que se solidarizavam a sua família com palavras de apoio. Após o toque de silêncio, conduzido por um soldado da Polícia Militar, todos os presentes rezaram o Pai Nosso, iniciado pelo chefe do Executivo. A viúva, Nilze Justo, agradeceu a todas as homenagens e o carinho recebido pela família e se disse grata a Deus por ter tido a oportunidade de conviver com o ex-prefeito.