Resultados e treinamento intensivo das equipes de Basquete 3x3 impulsionam a modalidade em Santos
Luigi Di Vaio
“Três xis três” é a pronúncia correta da modalidade de basquete, variante da tradicional, que já se tornou esporte olímpico desde a Olimpíada de Tóquio, em 2021. E é bom cada vez mais santistas aprenderem a pronúncia correta deste esporte - esquecendo o “três por três” - porque os recentes resultados das equipes santistas (De Rosis/Fupes/Med Fisio Sports) estão impulsionando o Basquete 3x3 em Santos e no País.
Foto: Divulgação/ANB
O 3x3 é disputado em duas frentes no Brasil: pela Liga da Associação Nacional de Basquete (Liga ANB3x3) e o Campeonato Brasileiro Interclubes - cada um com sua importância. A modalidade foi criada oficialmente em 2007, com as equipes formadas por apenas três jogadores - no tradicional são cinco. As disputas terminam depois de 10 minutos ou quando um dos times chega a 21 pontos, o que é mais comum em competições de alto nível.
Foto: Divulgação/ANB
O Basquete 3x3 é disputado em área de 15m x 11m, o equivalente à metade da quadra padrão da modalidade, com uma só cesta, mantendo as marcações originais. A posse de bola é de 12 segundos - no tradicional são 24 segundos. A pontuação também difere do basquete tradicional: o que em um jogo normal é uma bola que vale três pontos, no 3x3 valem dois pontos.
LIDERANÇAS E CESTINHAS
Uma noção do patamar alto em que Santos se encontra na modalidade percebe-se nos resultados das quatro rodadas da Liga ANB3x3: Santos lidera na elite masculina, na adulto feminina e na sub-23 masculina. E ainda é vice-líder da sub-18 e quinto colocado na sub-15. Restam três etapas nas competições pela Liga ANB3x3: o Brasileiro de Clubes no Espírito Santo, e o Challenge Internacional em Santa Catarina, competição que vai atrair equipes de vários países.
A consolidação do projeto de fortalecimento do 3x3 em Santos a partir deste ano está relacionada ao aumento da intensidade dos treinos, que passaram a ser todas as manhãs, de segunda a sexta-feira. Os finais de semana são reservados para as competições. “Pelo terceiro ano competitivo, Santos foi a sede da primeira etapa da Liga ANB3x3”, completa o coordenador das equipes, Cauê Rico.
Foto: Isabela Carrari/PMS
O projeto de crescimento do 3x3 no Município também passa pelas mãos, ensinamentos e currículo de Luca Carvalho, que treina todas as equipes de Santos e também a Seleção Brasileira. Em números, a Cidade conta hoje com 250 crianças, de 7 a 17 anos, cadastradas no Instituto De Rosis, afora os atletas que praticam a modalidade na quadra oficial no Novo Quebra Mar, no José Menino. “O 3x3 é praticado por cerca de 52 mil atletas hoje no País”, calcula Luca.
Foto: Isabela Carrari/PMS
SANTISTA É O CESTINHA
Atleta da elite masculina, o santista Rafael Frias (29 anos, 1,97 metro) é o cestinha da Liga ANB3x3, com 111 pontos em 17 jogos. Ele conta ter mudado para a modalidade 3x3 em 2017 e vê a equipe santista com qualidade para disputar a ponta em competições nacionais e internacionais. Rafael já foi convocado para a Seleção Brasileira. “Vejo o interesse pelo 3x3 crescendo muito na Cidade e também no País. As equipes estão cada vez mais extremamente competitivas”.
Foto: Isabela Carrari/PMS
O segundo melhor cestinha da Liga ANB3x3 também é um atleta da equipe elite masculina de Santos: Victor Tracci, com 95 pontos em 17 partidas. Com 25 anos e 2 metros de altura, joga basquete desde os 11 anos e, antes de defender as cores da equipe santista, atuou também em equipes da Capital como Palmeiras e Paulistano. “Por já treinar o 3x3, a adaptação para mim foi fácil, pelo meu estilo de jogo”. Victor comemora o crescimento do interesse pela modalidade na região. “As crianças nos veem como espelho. Estamos apresentando bons resultados”.
Foto: Isabela Carrari/PMS
Três equipes santistas estarão em Alphaville para as próximas disputas, no domingo (25), a partir das 9h: vão entrar em quadra os times das categorias elite masculino, adulto feminino e sub-15 masculino.
SELEÇÃO VISA O PAN-AMERICANO
A Seleção Brasileira conquistou uma colocação inédita, alcançando o quarto lugar na Copa do Mundo realizada este mês em Viena, na Áustria. Em 2022, a equipe havia ficado na 16ª posição. Para o técnico Luca Carvalho, há boas chances de a seleção melhorar o índice do último Pan-Americano, disputado em 2019 em Lima, quando os atletas voltaram do Peru com a quarta colocação. Para o próximo Pan, que será realizado em outubro em Santiago, no Chile, Luca acredita que o Brasil pode voltar com uma medalha.
Foto: Isabela Carrari/PMS
O técnico, que foi campeão jogando por Santos nos Jogos Abertos em 2016 na modalidade tradicional, espera que algum dia o nível da Seleção Brasileira chegue ao da Sérvia, considerada a equipe mais forte do mundo. “Hoje, qualquer sérvio sabe tudo sobre o 3x3”, conta ele, lembrando que a Letônia é detentora do primeiro ouro olímpico da modalidade, conquistado em 2021 na Olimpíada de Tóquio. Além de treinar, Luca criou um canal no YouTube para popularizar o 3x3.
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