Pesquisa da sucen constata presença do mosquito da dengue em 28,8% de imóveis da região
Os dados iniciais da pesquisa entomológica, envolvendo o comportamento transmissor da dengue, realizada em cinco municípios da região, num total de 5.578 imóveis, com características distintas, foram apresentados pela diretora técnica da Sucen, Carmen Glasser a representantes das Secretarias Municipais de Saúde do Litoral Paulista, em reunião realizada ontem no Centro de Estudos da Unesp em São Vicente. A pesquisa confirmou a necessidade de mais recursos humanos para combater o mosquito, que está espalhado em 85% dos quarteirões pesquisados, na forma alada, enquanto que na forma primária (larva e pupa) foi localizado em 42% das áreas levantadas. Dentro dos imóveis, a positividade de criadouros com larvas foi de 4,6¨%, sendo que há criadouros em 17% de imóveis especiais e em 10,5l% de áreas coletivas de prédios. Isso significa que há 0,36 fêmea por cada imóvel ou quase 4 fêmeas em cada dez imóveis. A expansão do mosquito por todas as áreas foi um dos dados mais importantes levantados pela pesquisa, o que demonstra a necessidade de ações de mais qualidade. Em relação aos locais preferidos para as fêmeas depositarem os ovos, os ralos continuam a liderar, com 50% , a lista dos 24 recipientes pesquisados. Desse total, 39% apresentaram positividade de larvas ou pupas. A pesquisa de calhas e lajes foi prejudicada porque houve pouca chuva em maio e merecerá nova análise. Já os objetos inservíveis (descartáveis) apresentaram 2l% de positividade. O índice de breteau geral das 12 áreas pesquisadas foi de 6,9, ou seja, quase sete recipientes positivos em cada 100 imóveis pesquisados. A pesquisa entomológica focalizou 12 grandes áreas dos Municípios de Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão e Praia Grande, que já indicavam grande transmissão. Em Santos os bairros pesquisados foram Embaré, Vila Belmiro, Vila Mathias, Vila Nova, Paquetá, Centro, Areia Branca, Bom Retiro e Santa Maria. HOSPITAIS PREOCUPAM Imóveis especiais como hospitais, escolas e empresas de grande porte possuem índice de breteau altíssimo 67.2 de recipientes positivos (com larvas do Aedes aegypti) e vão ganhar ações específicas no Plano Emergencial da Dengue para o Litoral. No Município de Santos, um dos desafios é o prédio do Hospital Guilherme Álvaro, referência em Saúde para toda a região, e que por essa razão não poderia apresentar criadouros, alertou Carmen Glasser, diretora técnica da Sucen, ao divulgar ontem os dados da pesquisa entomológica. Os imóveis de grande aglomeração humana no qual se incluem hospitais - deverão ter equipes especiais atuando, num trabalho de convencimento dos responsáveis, uma vez que as visitas rotineiras dos agentes da dengue, mesmo apontando o problema, não têm surtindo efeito para manter os prédios de grande porte livres de criadouros do mosquito vetor da dengue. PLANO SERÁ LEVADO AO GOVERNO FEDERAL NA QUARTA-FEIRA No período da tarde, os representantes das Prefeituras da região, da Dir XIX e da Sucen, prosseguiram com detalhamento do Plano de Emergência que será levado ao Secretário de Saúde do Estado na segunda-feira (8) e na Quarta-feira, apresentado por José da Silva Guedes, à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), do Governo Federal, na busca de mais recursos para o combate na dengue no litoral. O assunto já foi discutido entre o Governo Estadual e Federal, sendo que a contratação do pessoal deverá ser feita pelo Estado, provavelmente via ONG. Na proposta inicial dos prefeitos, pretendia-se a obtenção de cerca de mais 6 milhões de recursos adicionais, para os municípios com transmissão da dengue no Litoral. Já no Plano de Emergência para o Controle de Dengue na Baixada Santista, reelaborado pela Sucen, houve um enxugamento da proposta, com recursos estimados em R$ 2milhões, 853 mil, 865 reais. Para Santos, isso significa a contratação de mais 86 agentes e 10 supervisores, com custo mensal de R$ 62.913,40, e um valor anual a mais de R$ 832.926,20. Ontem(5) à tarde, os representantes da Prefeitura tentavam aumentar um pouco mais esses valores.