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Para-atleta vai para Londres no Dia da Paralisia Cerebral

Publicado: 10 de agosto de 2012
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No mesmo dia em que se lembra a Paralisia Cerebral (P.C) pela primeira vez em Santos, conforme lei municipal 2.811 de 22 de dezembro de 2011, Nathali de Faria, de 21, segue para Londres, rumo aos Jogos Paralímpicos, onde disputará a modalidade bocha adaptada. Boa parte da sua vida foi na APPC (Associação dos Portadores de Paralisia Cerebral), uma das oito entidades subvencionadas pela prefeitura.

Em Santos, as pessoas com paralisia cerebral são atendidas no Ambesp (Ambulatório de Especialidades) e CVC (Centro de Valorização da Criança), vinculados à SMS (Secretaria de Saúde), e podem ser encaminhadas para APPC ou Cerex, Associação Equoterapia, Nurex, Lar Espírita Mensageiros da Luz, Associação Casa da Esperança - Reabilitação, Napne e Seara de Jesus. Por mês, são cerca de R$ 121 mil em subvenção para o atendimento de mais de 650 pacientes.

A importância da parceria entre poder público e entidades é ressaltada pela secretária de Saúde, Maria Ligia Lyra Pereira. "Por se tratar de uma doença de evolução prolongada é necessário o investimento constante. A parceria garante o acesso e atendimento multiprofissional, tão importante para o estímulo psicomotor".

Para a mãe da para-atleta, Filomena, 50 anos, ter um dia no ano voltado à paralisia cerebral é fundamental. "É um avanço porque podemos divulgar o que é essa paralisia e diminuir a rejeição que muitos sofrem".

De acordo com o neurologista infantil do Ambesp da Região Central Histórica, Paulo Sérgio Munhoz, este tipo de paralisia é uma encefalopatia infantil que se caracteriza por distúrbios motores de caráter não progressivo, os quais se manifestam em um cérebro em desenvolvimento, antes dos três anos de idade. "Isso pode levar a distúrbios de motricidade, tônus e postura, podendo ou não se associar a um déficit cognitivo (mental)", explica o especialista.

Esperança
Ao nascer, Nathali teve falta de oxigenação no cérebro e a movimentação de suas pernas ficou comprometida. Conheceu a bocha em 2010 com seus amigos, também com P.C, Vitor Rosa, de 31, e Deiverson Lennon, 27. "O esporte é uma boa oportunidade para os deficientes. Ninguém é incapaz", disse ela que confessa sentir um "frio na barriga" com a proximidade da competição. Na volta, pretende focar na Paralimpíada de 2016 e o sonho de concluir o curso de direito e se tornar juíza.

Deiverson e Vitor se comunicam por meio de uma prancheta com o alfabeto. Por ali, Vitor, que já viajou ao Canadá por causa da bocha, disse "Por ser P.C, ela é uma vencedora". Deiverson completou: "É um orgulho ter Nathali representando os portadores de PC nos jogos".