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Os primos do governador são unânimes: covas é um exemplo para as gerações

Publicado: 7 de março de 2001
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Entre primos e primas de primeira e segunda geração, de 17 a 80 anos de idade, somavam mais de 20, no Cemitério do Paquetá, reunidos, desde as 11h30, junto à capela, aguardando a chegada do cortejo vindo da Capital. Os parentes, grande parte senhoras entre 70 e 80 anos, muitos vindos de São Paulo, Brasília e uma parte residente em Santos, sentados e descontraídos, falaram com emoção e carinho de Mário Covas, lembrando passagens de quando ele era menino e já gostava de comandar brincadeiras, garantindo que um dia seria prefeito de Santos. O funeral do membro mais ilustre da família, reuniu parentes que não se viam há anos, mas todos falavam com o mesmo sentimento, em seus depoimentos, citando os bons exemplos que Covas deixou para as próximas gerações, como destacaram Rubens Covas Levy, 71 anos, e Miriam Peres Guimarães, 70 anos, ambos primos-irmãos do ex-governador. Rubens é filho de Cecília (irmã do pai de Mário Covas), enquanto Miriamn é filha de Marina, também tia de Covas, e que está enterrada na mesma campa onde, ontem (07), desceu a urna trazendo o corpo do governador. Rubens, Miriam, Gledys, Sônia, Jandira, recordaram o tempo em que participavam de festas de aniversário na casa da vovó Anita, (avó do ex-governador), na Av. Ana Costa, 374, em frente ao Colégio São José. Nas brincadeiras, Mário Covas já demonstrava seu espírito de liderança, comandando jogos de futebol com os meninos e escaladas em árvores, com participação de meninas. Ele tinha uns dez anos e já dizia nas brincadeiras que seria prefeito de Santos e presidente do Santos F C, comentam Miriam e Rubens, que sempre tiveram muito contato com o primo. Rubens é o único primo-irmão do sexo masculino vivo. Os demais – nove ao todo – são mulheres, e sete delas estavam no enterro, alguns com filhos ou netos. Gledys, a mais velha, solteira, 80 anos, tinha o semblante muito triste. E foi com ela que dona Lila, logo após o término do funeral, trocou um longo abraço. Gledys murmurou palavras de consolo, sobre quem teria abertos os braços no céu para acolher o ex-governador. Mas isso é uma coisa da nossa família, comentou discreta, sem revelar o segredo. Regina Helena, que sempre teve grande atuação política e chegou a ficar exilada alguns anos no México, estava também ao lado de Pablo Gonzalez Covas, seu filho de 22 anos, campeão mundial de judô, e membro da assessoria política do prefeito de São Vicente, Márcio França. Para Pablo, o lado que mais admirava no primo ilustre era a visão de guerreiro. Pablo diz que, como atleta, sempre adorou o lado esportista do grande político e articulador, mas não tem dúvidas de que, em todos os setores da vida, Mário Covas atuou exemplarmente. É também a visão de Marcelo Covas Lisboa, filho de Álvaro e Therezinha (prima-irmã) de Covas. Aos 30 anos, advogado, Marcelo também foi esportista, integrando o time júnior do Palmeiras. Confessando-se ainda chocado com a morte de Covas, Marcelo revela que até evitou acompanhar as notícias do velório pela TV, porque tudo parecia muito irreal e doloroso. Outra representante da ala jovem da família, Priscila Covas Levy, 17 anos, universitária do Unimonte, também destacou o fascínio que sempre teve pelo primo estadista. Honras como ele vem recebendo, de todo o povo brasileiro, se equiparam ao que foi feito a Tancredo Neves, diz a jovem, citando as qualidades de caráter, honestidade, força que o ex-governador sempre transmitiu. Mas, o depoimento mais apaixonado vem da parte de Rubens Covas Levy, 71 anos, advogado e aposentado pela Secretaria da Fazenda em Santos, que chegou a trocar socos, em certa ocasião, com um conhecido, quando ouviu que o ex-governador nada tinha feito por Santos. Ele era governador de todo o Estado e não só dos santistas. Trouxe muitos benefícios para a Baixada, especialmente na área do saneamento. As obras da México-70 têm uma importância social grandiosa, comenta Rubens, citando ainda a perda irreparável, sofrida pelo País, de um grande articulador. Perdemos um grande estadista.