ONG internacional promove em Santos ações de defesa à vida marinha

Redes e diferentes utensílios de pesca, além de latas, microlixo e plásticos de toda natureza, foram os itens principais dos 70 quilos de detritos recolhidos neste sábado (23) no costão de pedras junto ao Deck do Pescador (Ponta da Praia) e na Praia do Gonzaga. A ação faz parte do Festival Som do Oceano, promovida pela Sea Shepherd Brasil, unidade da ong norte-americana voltada à conservação de seres marinhos, em parceria com a Prefeitura de Santos.

A iniciativa será encerrada neste domingo (24) e as atividades estão a cargo exclusivamente de voluntários. Ao todo, serão 20h de atividades educativas, culturais e ambientais em vários pontos da orla e na Concha Acústica Vicente de Carvalho, junto ao canal 3.

‘Os guardiões do mar’ é o tema da palestra de abertura neste domingo (15), às 16h, na concha acústica. Na sequência: Uma comunicação pelo oceano’, a cargo da jornalista Paulina Chamorro, e ‘Desmistificando os tubarões’, com o documentarista e mergulhador Lawrence Wahba.

CIDADE ICÔNICA

“Santos tem tudo para ser uma cidade icônica quanto à preservação do oceano”, afirmou Nathalie Gil, diretora executiva da ong no país, lembrando que o Município é um “epicentro de apoiadores” em defesa dos oceanos, da vida e dos ecossistemas marinhos.

Segundo ela, essa aproximação se fortaleceu no ano passado, quando Santos tornou-se a primeira cidade brasileira a implementar a cultura oceânica nas escolas e aboliu a carne de cação da merenda. “Em pouco tempo, foram duas ações de grande relevância”. Nathalie adiantou que em junho, durante a Semana do Oceano, a ong promoverá três ações em Santos, uma agendada para o dia 8, com estudantes de escolas públicas.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Marcos Libório, que participou da programação, lembrou o envolvimento da Cidade com a cultura oceânica, tornando-se referência com a adoção de medidas para coibir a presença de lixo no mar. “Iniciativas como este festival envolvem a comunidade e, somente com sensibilização e engajamento, será possível uma mudança de comportamento”.

A saúde humana, destaca o secretário, está diretamente ligada à saúde dos oceanos. “Quando se mata a vida no mar, se mata a nossa também”, disse Libório, lembrando que em 2022, segundo ano da Década do Oceano, o foco é provocar uma mudança de mentalidade da população sobre as praias e organizar a pesca para que se consiga um equilíbrio. “Não se trata de eliminar a pesca, mas sim a pesca predatória”.

ATIVIDADES

Na tarde deste sábado, foram realizadas apresentações sobre os ‘Guardiões do mar’, enfocando a atuação do Sea Shepherd; ‘Receitas do mar’, com a nutricionista vegana Ale Luglio; ‘Expedição para o Ártico’, a cargo do velejador Beto Pandiani, e ‘Cação é tubarão’, com a especialista Bianca Rangel.

A Positiv.a, empresa voltada à criação de soluções sem impacto negativo ao meio ambiente, apresentou ao público cotonetes com haste de papel rígido, buchas naturais em substituição às de plástico, detergente e multiuso ecológicos, sabonetes com base vegetal e ingredientes naturais. O festival também conta com o apoio das empresas Windlog, Naveia, Yattó, Marlim, Máfia do Mergulho e Cressi.

Fotos: Francisco Arrais.