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loucura no clima provoca mudança no ciclo dos vegetais

Publicado: 20 de março de 2001
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Quem passear por Santos nessa época, observando os chapéus-de-sol, não verá qualquer indicação de que chegamos no outono. Eles estão verdejantes e ainda muito longe do período que começam a mudar de coloração, quando as folhas ficam avermelhadas antes de caírem. Os chapéus-de-sol, que tanta identificação possuem com Santos, quase como uma logomarca da Cidade, são plantas calucifólias, ou seja perdem as folhas com a mudança da temperatura. Mas isso ocorreria normalmente no outono, se vivêssemos uma estação convencional, explica a agrônoma Gisela Aparecida Rodrigues Alvares, que atua no Jardim Botânico, como coordenadora de Parques e Jardins, órgão que pertence ao Departamento de Vias Públicas, da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp). Ela considera a temperatura de mais de 30º nesse mês, como uma loucura, que acaba afetando o ciclo natural dos vegetais. No outono, período que antecede o inverno, tanto os vegetais como os animais, especialmente em regiões onde as estações são bem definidas, passam por um período de descanso, um preparo para a chegada do inverno, quando as atividades cessam e ressurgem com força total na primavera. Por essa razão não são feitas nem adubação e nem enxertos no outono. Não adianta dar comida se a planta vai dormir. No verão a seiva corre de forma intensa pelos vegetais, tanto que na praia, a equipes do Departamento de Vias Públicas (Devip), da Coordenadoria de Parques e Jardins da Seosp, tem um trabalho enorme e permanente para manter a grama bem aparada. Semanalmente a tarefa é realizada por uma grande equipe, tal o crescimento da espécie que enfeita os nossos jardins. Em março, essa atividade já deveria diminuir e isso, no momento, não está acontecendo. Já num outono convencional, a poda é feita de 15 em 15 dias. No ano passado, quando o inverno foi intenso, com estação bem definida, a floração na primavera foi magnífica. Os jardins ficaram belíssimos. Já quando a temperatura fica alta durante o ano todo, a floração aparece mas com menos brilho, avalia a agrônoma. PODA DE ÁRVORES Em abril próximo, a Coordenadoria de Parques e Jardins inicia período de poda de árvores, numa programação que obedece a alguns critérios. Santos possui cerca de 30 mil árvores, a maioria delas ingazeiros e chapéus-de-sol, que são de grande porte. Neste ano, o Gonzaga será o primeiro bairro a ser visitado, com início pela Rua Pernambuco, já que não houve podas nessa área há dois anos. Em seguida serão atendidas outras vias do bairro, mas sempre intercalando com serviços onde houver urgência. O trabalho é feito de forma conjunta com a Bandeirante de Energia e a CET. Para Gisela, o trabalho realizado no outono é mais gratificante. Ela particularmente gosta da estação, não só pela coloração que as plantas ganham, como também em relação ao trabalho que desenvolve, já que dá para fazer uma reformulação dos canteiros, o que é impossível durante o verão pela intensidade das atividades de manutenção. É quando saímos do calor infernal e entramos num período mais calmo, mais agradável.