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Estudo com metodologia internacional definirá critérios para reabrir comércio na Baixada Santista

Publicado: 20 de abril de 2020
18h 40

Medida inédita a ser desenvolvida em caráter metropolitano, o estudo epidemiológico que identificará o nível de circulação na região do novo coronavírus, causador da covid-19, segue metodologia realizada em Nova York (Estados Unidos) e no Rio Grande do Sul (Brasil). No entanto, terá maior índice de confiabilidade em razão da amostragem superior, proporcionalmente ao número de habitantes.

Serão 10 mil participantes na Baixada Santista, onde a população é estimada em 1,8 milhão de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que representa um teste para cada 180 habitantes. No Estado gaúcho, são 11,3 milhões de habitantes e 18 mil testes (1 para cada 628 habitantes), enquanto no americano, onde vivem mais de 19 milhões, serão 3 mil (cerca de 1 teste para cada 6.500 habitantes). O resultado do estudo norteará o planejamento das ações de saúde para o controle da pandemia e também contribuirá nas decisões relacionadas ao afastamento social e à retomada das atividades econômicas, com base em dados científicos.

Por meio dela, será possível medir o percentual de infectados; de infectados assintomáticos; de letalidade, mortos e infectados, e a velocidade de expansão do coronavírus por cidade e região. A iniciativa da pesquisa foi apresentada e aprovada em reunião do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) no último sábado (18), entre os prefeitos das nove cidades, na qual houve concordância de sua execução com apoio financeiro dos municípios. O levantamento será coordenado pela Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), Departamento Regional de Saúde (DRS-4), pesquisadores das instituições de ensino superior da Baixada Santista e gestores municipais.

A PESQUISA

Com previsão de início até o final da próxima semana, a pesquisa será feita por amostragem, via sorteio (de forma científica, aleatória e georeferenciada), por bairros ou aglomerados, por meio de softwares específicos para pesquisas epidemiológicas. Terá quatro etapas a cada 15 dias para verificar a evolução da pandemia e cada uma delas abrangerá 2.500 pessoas dos nove municípios, distribuídas proporcionalmente pelo número de habitantes.

Os testes, do tipo rápido, coletarão amostras de sangue dos dedos de cada participante, que ainda responderá a um questionário sobre seu comportamento no isolamento social e sua saúde, entre outras perguntas. “Vamos medir o quanto de pessoas na Baixada Santista já teve contato com o vírus, pois 80% são pacientes assintomáticos ou com quadro de sintomas leves, 15% com sintomas moderados e 5% graves. É um estudo de soro prevalência da infecção da covid-19”, explicou o médico infectologista Marcos Caseiro.

A realização dos testes ocorrerá com apoio de profissionais das equipes técnicas das secretarias de saúde dos municípios, que serão capacitadas pelos pesquisadores. A pesquisa tem previsão de ser concluída até 10 de maio.

OUTROS

No Estado gaúcho, o estudo indicou que o número de infectados é pelo menos sete vezes maior do que aquele registrado oficialmente, já que o governo costuma testar apenas os casos mais sintomáticos ou graves da doença. O relatório diz que “para cada 1 milhão de habitantes no Rio Grande do Sul, estima-se que existam 500 casos reais de Covid-19, apenas 66 casos notificados e 1,2 mortes” e que nas “nove cidades utilizadas na pesquisa, para cada caso notificado, existem ao redor de quatro casos não notificados”.

Naquele Estado, a pesquisa foi realizada entre 11 e 13 deste mês, mas serão feitas outras três rodadas, uma por quinzena, a fim de registrar a evolução da doença. As cidades estudadas foram Porto Alegre, Canoas, Pelotas, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Passo Fundo, Ijuí e Uruguaiana.

Já no Estado de Nova York, a pesquisa foi iniciada nesta segunda-feira (20).

TOTAL DE TESTES

  • Baixada Santista – 1,8 milhão de pessoas – 10 mil testes (1 teste para cada 180 habitantes)
  • Rio Grande do Sul -11,3 milhões de habitantes – 18 mil testes (1 teste para cada 628 habitantes)
  • Estado de Nova York – 19 milhões de habitantes – 3 mil testes (cerca de 1 teste para cada 6.500 habitantes)