Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial traz discussão a Santos

Um dia para refletir sobre as questões raciais, os preconceitos que ainda existem na sociedade e, principalmente, discutir ações para o fortalecimento das políticas públicas que envolvem esse tema. Nesta quinta-feira (21) o assunto ganha destaque com o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para lembrar de um massacre ocorrido na África do Sul, em 1960, e também pelo Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé.

Em Santos, para ampliar essa discussão, na noite de quarta-feira (20), o Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e de Promoção da Igualdade Racial (CMPDCNPIR) de Santos promoveu a mesa temática ‘Escrevivências’, termo inspirado na escritora Conceição Evaristo, que une o ato de escrever e a vivência, numa escrita que nasce do cotidiano, das lembranças, da experiência de vida da própria autora e de seu povo. O evento aconteceu no Teatro Municipal Rosinha Mastrangelo.

“Essa data é muito importante porque a gente reforça que é fundamental combater o racismo em todas as suas multifaces. Não é celebração, não é comemoração, é reflexão. É também mostrar para as pessoas o que é, para que elas entendam, porque só assim elas vão se unir para combater o racismo”, explica a presidente do CMPDCNPIR, Mary Francisca do Careno, que participou da roda de conversa junto com a poeta, fotógrafa e arte educadora Ornella Rodrigues, o advogado Renato Azevedo e o babalorixá Marcelo de Logunédé.

MASSACRE

No dia 21 de março de 1960, ocorreu no bairro Sharpeville, na cidade de Johanesburgo, na África do Sul, um protesto pacifico contra a Lei do Passe, que obrigava os negros a usarem uma caderneta com o registro dos locais onde poderiam ir. Cerca de 20 mil pessoas participaram da manifestação. A polícia sul-africana conteve o protesto com rajadas de metralhadora, causando a morte 69 pessoas e cerca de 180 ficaram feridas. Em 1969, a ONU criou a data em memória dessas vítimas.

Esta iniciativa contempla os itens 10 e 16 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Paz, Justiça e Instituições Eficazes e Redução das Desigualdades. Conheça os outros artigos dos ODS.