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Covas – histórico da doença

Publicado: 7 de março de 2001
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O governador Mário Covas já vinha apresentando problemas de saúde desde 1998, quando foi detectado um tumor maligno na parede lateral esquerda da bexiga. O problema foi sanado após cirurgia no dia 4 de dezembro daquele ano, com a reconstrução do órgão com tecido retirado do intestino. Dez dias depois, uma nova operação foi necessária para que um tumor benigno, situado na próstata, fosse extraído. Em 2000, a equipe médica constatou metástase (proliferação de células cancerígenas no organismo) e uma nova cirurgia foi marcada para a retirada de mais esse tumor, desta vez localizado na região abdominal. O governador passou por sessões de quimioterapia e radioterapia, apresentando uma recuperação surpreendente. Porém, em 12 de outubro, Covas foi submetido a uma operação no intestino, para tratar de uma fissura que lhe causava dores e retirar um pólipo (espécie de verruga), encontrado durante a cirurgia. O material coletado foi encaminhado para exames laboratoriais e mais um tumor, desta vez na região pélvica, foi detectado. A partir daí, o quadro clínico do governador paulista veio se agravando. No dia 22 de janeiro, por orientação médica, ele pediu licença do cargo para poder realizar o tratamento. Nesse período, um novo problema surgiu, com o tumor atingindo a meninge (membrana que envolve o cérebro). Apesar de todas as dificuldades pelas quais passou, Covas mostrou-se disposto a retornar ao trabalho após o Carnaval. Entretanto, no final da tarde de domingo (25/02), quando se encontrava na casa de praia da família, na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, teve de ser levado às pressas, de helicóptero, ao Instituto do Coração (Incor), na Capital, com arritmia cardíaca, queda de pressão, quadro infeccioso grave, hiperglicemia (aumento da taxa de glicose no sangue), distúrbios metabólicos e de coagulação. Exames constataram uma trombose profunda na perna direita do governador. Na madrugada de sexta-feira (27/02) o estado de saúde de Covas foi agravado com a obstrução intestinal. Impossibilitado de alimentar-se, ele passou a receber suplementos nutricionais por via venosa e alternava períodos de consciência e sonolência. Na última quinta-feira, um edema nos pulmões (acúmulo excessivo de líquido nestes órgãos), provocado pela falência momentânea do coração, agravou ainda mais o quadro. Na noite de sexta-feira, o governador passou a apresentar febre, e uma pneumonia foi constatada. A partir daí, Covas precisou receber oxigênio por meio de máscara. Os médicos tiveram de interromper o tratamento para combater o câncer na meninge, iniciado em janeiro, por conta da fragilidade do estado de saúde. A terapia consistia na aplicação de uma injeção na coluna do governador, na região lombar. Esta pausa no combate às células cancerígenas piorou o estado geral de Covas. O governador licenciado sofria convulsões desde domingo, dia 4, e estava inconsciente. Mário Covas, morreu, por volta das 5h30 desta terça-feira, vítima de insuficiência múltipla dos órgãos, em decorrência do câncer, detectado pela primeira vez em 1998.