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Com gari não tem tempo ruim

Publicado: 15 de maio de 2001
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Dias de sol escaldante, chuva forte ou nublado como o de ontem, não representam tempo ruim para os 368 garis que promovem a varrição de todas as vias e logradouros públicos de Santos. Molhados pelo suor ou pelos pingos de chuva, eles percorrem mais de 250 km diários de ruas, deixando a Cidade mais bonita e contribuindo para a preservação da saúde de todos os habitantes. A grande maioria das pessoas não se dá conta desse importante trabalho de limpeza das ruas, praças e avenidas. Basta imaginar como ficariam esse locais sem ninguém para recolher as folhas, frutas e galhos que despencam das árvores; os objetos e materiais descartados displicentemente, como pontas de cigarros, papéis, canetas, palitos, embalagens e, infelizmente, as fezes de muitos animais domésticos. Hoje, em função da Lei Municipal 1.591/97, esses profissionais são lembrados pelo importante trabalho que desempenham para a população. Apesar de não existir nenhuma programação especial para o Dia do Gari, a data serve para a reflexão de todos os cidadãos, principalmente aqueles que não contribuem para preservar aquilo que esse exército anônimo faz diariamente, com dedicação, orgulho e eficiência. Logo cedo, às 6h30, 88 deles já estão limpando os calçadões, jardins e areia das praias. Meia hora depois, outros 268 começam uma nova jornada, espalhados em duplas, para uma tarefa programada em centenas de ruas. Quando anoitece, mais 12 repassam o serviço nos pontos turísticos da orla. ENTRE 68 E 18 ANOS Coincidência ou não, a mais idosa e a mais nova gari estão incumbidas de zelar pelas ruas da Zona Noroeste. Apesar do meio século que as separa na idade, ambas demonstram vontade de vencer muita disposição e dedicação ao trabalho. Dona Maria Tereza Silva, aos 68 anos, dos quais 18 dedicados à função de gari, orgulha-se de não ter ficado um dia sem trabalho, durante a terceirização dos serviços de limpeza urbana da Prodesan para a Terracom. Dei baixa em um dia e já estava contratada no outro, ressaltou com orgulho de quem é responsável pelo que executa. Mesmo aposentada desde 95, se considera com muita energia e espera terminar o financiamento de um imóvel comprado da Cohab para desistir definitivamente da vassoura. A mais jovem, entre os 368 profissionais, Fabiana Souza Silva, tem motivos em dobro para comemorar. Hoje, também aniversaria e pretende festejar a data ao lado dos pais, irmãos e do noivo, cujo casamento está marcado para janeiro do próximo ano. Quanto à profissão, ela comentou que desempenha com facilidade. Duro, era trabalhar de vendedora, das 6 às 18 horas, de salto alto, sem almoço, carregando caixas de cosméticos, batendo de porta em porta. Do futuro, Fabiana espera terminar o 2º Grau, ainda este ano, casar-se e morar na casa já conquistada na Vila Telma, fazer outros cursos, galgar cargos e ter dois filhos.