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Cães do Morro Nova Cintra, em Santos, passam por teste para controle da leishmaniose

Publicado: 15 de janeiro de 2023 - 16h57

A equipe da Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses (Sevicoz), da Secretaria de Saúde de Santos, realizou neste domingo (15) a coleta de sangue de 18 cães que vivem no Morro Nova Cintra. A ação é a primeira deste ano e tem como objetivo o controle de leishmaniose visceral canina.

Os tutores dos animais testados foram convidados ao longo da semana para comparecer ao posto montado em frente à Sociedade de Melhoramentos do bairro.

As amostras coletadas serão encaminhadas para o Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência do estado de São Paulo. Primeiro é feita a testagem rápida e, em caso de resultado positivo, uma nova análise ocorre por meio de sorologia (estudo do soro sanguíneo).

Após a confirmação definitiva de infecção pela doença, os animais iniciam imediatamente o tratamento na Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que tem a finalidade de reduzir a carga parasitária, já que a leishmaniose visceral canina não tem cura.

“Este cão vai receber uma coleira repelente, que tem o intuito de evitar que ele seja picado novamente pelo mosquito e corra o risco de transmitir a doença. Ele terá acesso a tratamento veterinário com medicamento específico na Codevida e nós passamos a fiscalizar este animal para o resto da sua vida”, informa o veterinário da Sevicoz, Alexandre Nunes.

Segundo ele, o Nova Cintra foi escolhido porque já houve registros anteriores de casos da doença no bairro. As testagens para identificar novos casos são feitas periodicamente ao longo do ano, visando o acompanhamento da doença entre a população canina.

“É o que chamamos de vigilância ativa, ou seja, testamos os cães da região mapeada, independentemente se ele tem sintoma ou não. Em 60% dos casos, os animais não têm sintoma, mesmo assim corre o risco de eles transmitirem a doença ao serem picados pelo mosquito”, explica o veterinário.

DOENÇA

O protozoário causador da doença é transmitido pelo mosquito-palha, sendo mais comum o da espécie Lutzomyia longipalpis. Porém, esta espécie não foi localizada em Santos, “mas temos outras espécies de mosquitos que são de mata e adaptadas a áreas de morros. Praticamente, os casos que ocorrem na Cidade são de animais que vivem perto da mata ou entram nela”, acrescenta Nunes.

O técnico de segurança Flávio Luis Fidelis de Oliveira nem deu muita atenção ao calor de mais de 30º pela manhã e levou seu companheiro, o Apache, de 10 anos, para fazer o teste. “É importante para a saúde dele. É a segunda vez que escuto falar desse teste e vim. Antes a gente só falava das vacinas, né. Achei a iniciativa muito boa”.

O aposentado Aluísio Gomes da Silva também levou a Pink, de 13 anos, para fazer o exame. Ele também conta que se preocupa muito com a saúde de sua pet. “Todo o ano eu trago ela para fazer o exame. É importante participar. Venho em todas as ações que fazem”.

Entre 2015, quando foi registrado o primeiro caso, até agora, Santos registrou 134 casos de leishmaniose visceral canina. Atualmente, 38 cães continuam vivos, convivem com a doença, recebem tratamento e são monitorados.

SINTOMAS

Os sintomas da leishmaniose visceral canina são: pele áspera com queda de pelo; feridas na ponta da orelha e em volta do focinho e até na pata; emagrecimento e crescimento exagerado da unha. Com o avanço da doença, órgãos internos como fígado, baço e pulmão são afetados.

Os casos da doença devem ser comunicados ao Município. Moradores cujos cães apresentem os sintomas citados precisam procurar atendimento veterinário. Na rede pública, a opção é a Codevida (Av. Francisco Manoel s/nº - Jabaquara), de segunda a sexta, das 8h às 16h. Informações pelos telefones: (13) 3203-5593 e 3203-5075.