Artesãos santistas se reúnem em feira criativa

CDs antigos se transformam em ímãs de geladeira. Potinhos de bala que iriam para o lixo viram vasinhos. Em Santos, até domingo (26), a economia criativa reúne 30 artesãos que estão expondo seus mais variados trabalhos e atraindo moradores e turistas para a 4ª edição do Frontaria Criativa na Casa da Frontaria Azulejada (Rua do Comércio, 92, Centro Histórico). O evento já cria uma boa expectativa para o Encontro Anual de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que será realizado no Município em julho.

“Eu trabalho com bobinas de papel, pregadores, palitos de sorvete, tampinhas. É muito plástico, muita coisa jogada fora. Uso a criatividade e dou utilidade a tudo isso”, conta a artesã Sandra Anjus, a Drita. Para ter ideia do retorno de seu trabalho, ela colocou um quadro em seu estande convidando o público a deixar mensagens por escrito. “Ajudar nosso planeta a respirar melhor” e “Sustentabilidade” são alguns dos recadinhos deixados pelos visitantes.

E, de acordo com ela, os artesãos já vivem a expectativa para o evento da Unesco. “Temos uma linha de sustentabilidade que é muito importante para a economia criativa”.

A desenhista profissional Sônia Silva Silveira tornou-se artesã há mais de 10 anos. E é ela mesma quem tira as fotos que estampam blocos de notas, ímãs de geladeira, calendários, agendas, caixinhas e vários outros itens de papelaria que expõe no evento. “Eu levo para o computador, imprimo e faço a marca d’água. Cuido da encadernação, de tudo, isso dá a minha identidade aos produtos”.

A exposição de artesanato chamou a atenção de uma família de Araguari (MG) que passeava pelo Centro Histórico na tarde desta sexta-feira (24). “Não sabíamos do evento, mas acabou se tornando um bom passeio. As plaquinhas decorativas me chamaram a atenção”, contou Paula dos Reis Silva. E uma das filhas, Júlia, acabou revelando. “Eu vou contar, ela ama artesanato. É ela quem faz nossos aniversários”.

Ana Beatriz Melo tinha acabado de chegar de Teresina (PI) e passeava com a cunhada, Poliana Sicurela dos Santos, que mora em Guarujá. “Eu gosto de artesanato e de opções culturais. É um local bonito, restaurado, e a Cidade está de parabéns. Se todas fizessem isso, fariam a economia crescer e valorizar o trabalho dos artesãos”, afirmou a turista, que já carregava uma sacola de lembranças de Santos.

POSITIVO

Segundo Denise Gouvêa, assessora técnica do Fundo Social de Solidariedade e curadora dos artesãos, o primeiro dia do evento já é positivo. “Recebemos turistas, munícipes, pessoas de vários locais. É a chance para esses artesãos mostrarem o que produzem. O grupo da Frontaria foi criado na coletividade para mostrar o trabalho dos artesãos da nossa Cidade e fomentar a economia criativa”.

O evento continua até domingo (26), das 10h às 19h, com estandes vendendo artigos de decoração, pedrarias, crochê, acessórios e bijuterias feitas de folhas, sementes naturais e materiais orgânicos, suvenires, biscuits, peças em madeira reaproveitável e vários outros produtos.

O local tem área gastronômica com dez espaços oferecendo massas como nhoque e lasanha, antepastos artesanais, sorvetes, crepes, chopp, doces, salgados, palmitos, queijos de Minas, bolos, café expresso e vinhos.

E às 17h, um happy hour anima o público. No sábado (25), Rodrigo Suzuki - Forró Nascente apresenta com sanfona, triângulos e zabumba a tradição do Pé de Serra. No domingo (26), João Romualdo, maestro e multi-instrumentista, leva ao espaço diversos estilos musicais, do pop ao soul, do samba ao rock.

Há também esculturas ao vivo feitas por Beatriz Aun, que desenvolve trabalhos em terracota, e caricaturas criadas pelo artista Seri.

O evento tem caráter solidário. Ao final, os artesãos doarão 20% do que for arrecadado com as vendas para o FSS.

Fotos: Marcelo Martins