Dinâmica em escola de Santos cria hábito de leitura entre alunos e se multiplica em família

Na classe, a professora Lídia Mota trabalha com 27 alunos. Eles estão no 2° ano do ensino fundamental I, da Unidade Municipal de Educação João Papa Sobrinho (Gonzaga), quando o principal objetivo é a alfabetização. Os estudantes são incentivados a ler e a contar, resumidamente, sobre o que se trata a história de um livro, sem contar o final. Em seguida, cada aluno é perguntado sobre o que achou da leitura e se recomendaria ou não.

A dinâmica aplicada pela educadora desde o início do ano está refletindo em melhoria da aprendizagem, ampliação de vocabulário, fluência leitora, idas mais frequentes à biblioteca e a descoberta de diferentes gêneros literários.

“A ideia surgiu para auxiliar, contribuir na aprendizagem e na alfabetização, despertar o hábito pela leitura. Muitos dizem que não gostam de ler mas é porque ainda não se descobriram como leitores. Antes, aluno que estava com dificuldade de leitura hoje já lê melhor; também propusemos uma competição em família”, explicou Lídia.

Por falar em competição, o aluno Lourenzo Gomes Martins, 7 anos, contou que ele e a mãe combinaram que quem ler mais livros até o final do ano poderá escolher um prêmio. “Eu já li 32 e ela, 4”, comentou o menino. A mãe, a analista financeira Lucimar Gomes Martins, 37, observa que a dinâmica tem enriquecido o vocabulário do filho. “E eu já avisei que nas minhas férias vou compensar na leitura e me dedicar bastante para ganhar a competição”, contou aos risos.

A comerciante e empresária Gislaine Olímpio da Silva, 40, mãe de Antonella, disse que a filha não quer mais ficar na tela do celular. “Ela só quer livro, estuda bastante, adora pintar. Até o pai, que não lia, está lendo. O projeto está mexendo com a família, está todo mundo saindo um pouco do celular”, disse Gislaine.

De acordo com a técnica da biblioteca da escola, Grazielle Fellicel Teixeira, o projeto tem aumentado muito a frequência dos alunos do 2° ano C na biblioteca. “Tem sido incrível. Tem crianças que quando começaram não conseguiam ler direito, só que agora elas estão pegando livros quase todos os dias. No início, disponibilizamos uma parte da estante para a retirada das publicaçõs. Agora, eles podem pegar o que quiserem. Dá para ver que estão interessados e se importando com o que os amigos têm para indicar”, analisou a técnica.

Outros depoimentos

“Já li uns 13 livros e gosto mais de aventura. Mas também gosto da Turma da Mônica, que eu estou lendo agora. Os meus amigos, que ainda não sabem ler, não precisam ficar desesperados. Se você ficar com medo, é só tentar ler. Quando chegar em casa cansado, você fala: ‘mãe eu quero ler, eu quero fazer alguma coisa, eu quero chegar além que eu posso’”, Pedro Henrique Moura do Nascimento, 7 anos.

“É muito legal. Agora estamos pegando uns livros na biblioteca para levar para casa e não ficar mexendo no celular. Para quem não sabe ler é melhor ainda, porque ajuda; e quem está mais ou menos, vai pegando os livros para ficar melhor; eu gosto dos livros de aventura e de mistério”, Yasmim Mayumi, 8 anos.

Esta iniciativa contempla o item 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Educação de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS.