Projeto apresenta a alunos navio atracado no Parque Valongo, em Santos
Cerca de 50 alunos dos 3º, 4º e 5º anos da UME João Papa Sobrinho (Gonzaga) conheceram navio Professor Wladimir Besnard, primeira embarcação brasileira a chegar ao continente antártico e atualmente uma das atrações do Parque Valongo, nesta quarta-feira (3), durante atividade de estudo do meio do Projeto Antártica na Escola.
Além de conhecer a embarcação histórica, os estudantes se envolveram em atividades que conectam literatura, ciência e história.

Antes de conhecerem mais sobre a embarcação, os alunos participaram de uma roda de histórias sobre a Antártica, baseada no livro Suvaco Polar - Com gelo na bagagem, das autoras Jana Del Favero e Dra. Fran.

Durante a contação, aprenderam as diferenças entre o Ártico e o Antártico, suas características e a importância da preservação. Em seguida, participaram de um jogo da memória para identificar animais típicos do continente, como baleia-jubarte, pinguim-barbixa, pinguim-imperador, pinguim-de-adelia e o krill antártico.

HISTÓRIA
Depois, as turmas conheceram a história do navio, observaram a estrutura externa e conversaram com convidados que compartilharam relatos reais das expedições.

Miguel Mota Machado, da equipe que restaura o navio, compartilhou momentos marcantes. "É importante explicar a situação atual e o início da história do navio, idealizado pelo professor Wladimir Besnard, da Universidade Estadual de São Paulo (USP). Ele fez 150 expedições, seis delas à Antártica. Uma curiosidade é o que aconteceu no Estreito de Drake, quando a pá traseira quebrou e o navio precisou ser rebocado pela Marinha".

Os alunos também ouviram Marcelo Bueno de Toledo Ribas, filho de Wilson Ribas, técnico que trabalhou durante décadas na embarcação. "Meu pai viveu a vida inteira nesse navio, desde quando foi buscar na Noruega, em 1967. O que compartilho é o que aprendi com ele: as histórias, as experiências e a rotina das viagens".
Pedro Henrique Lima dos Santos, do 5° B, destacou o que aprendeu sobre a importância ambiental do continente: "sobre as espécies e como a Antártica regula o clima da Terra. Lá vivem pinguins, krills, orcas, baleias-jubarte e a foca-leopardo. Descobri que o Besnard passou pela Passagem de Drake, que era muito difícil na época. Se não tivesse chegado à Antártida, talvez o Brasil não tivesse hoje sua estação lá".

O PROJETO
O Projeto Antártica na Escola, coordenado pelo inspetor de alunos Renato Rodrigues Dias Correia, teve início em 2024 como piloto e se consolidou para aproximar os estudantes dos temas ambientais e climáticos.
"Trabalhamos a importância da Antártica para o planeta, ligada à cultura oceânica e à preservação. Os alunos aprendem sobre as espécies que vivem lá e entendem que o continente está mais próximo do que imaginamos, já que influencia diretamente nosso clima".
Segundo ele, relacionar o conteúdo ao navio atracado no Parque Valongo amplia a compreensão dos alunos. "Estar diante dele faz com que as crianças se sintam parte dessa aventura e percebam o papel do Brasil no Tratado da Antártica", completa.
A iniciativa integra o processo da escola para conquistar o Selo Polar, certificação que reconhece instituições que promovem educação voltada à importância da Antártica para o planeta.

Esta iniciativa contempla o item 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Educação de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS
Fotos: Raimundo Rosa