SMS alerta médicos para o risco de leptospirose
Uma é causada por um vírus, transmitido ao ser humano pela picada de um inseto, o mosquito Aedes aegypti. A outra é obra de uma bactéria, que tem como vetor a urina do rato. Dengue e leptospirose, as doenças descritas respectivamente, são "concorrentes" nessa época do ano e possuem sintomas semelhantes, com instalação aguda, febre e dores no corpo, o que pode dificultar o diagnóstico.
Para lembrar a classe médica que leptospirose é o diferencial para dengue, ou seja, para definir uma é preciso descartar a outra, a Seviep (Seção de Vigilância Epidemiológica), da SMS (Secretaria de Saúde), está distribuindo um kit para todas as unidades de saúde da cidade (hospitais, prontos-socorros e unidades básicas), públicas e particulares.
O material contém o Protocolo de Condutas de Primeiro Atendimento de Pacientes com Suspeita de Leptospirose, dados sobre a letalidade da doença nos últimos 20 anos, cartaz e folheto.
“As duas doenças são hidratáveis. Só que a leptospirose precisa de administração de antibiótico antes que se inicie a fase de disseminação da bactéria no sangue. Depois, não há o que fazer e o risco de morte é grande, com complicações e lesões nos rins, pulmões e fígado”, alerta o médico sanitarista Tarcísio Borges Filho.
Letalidade
A iniciativa da prefeitura foi tomada depois da análise da série histórica da leptospirose na cidade. Em 1992, 57% das pessoas que contraíram a doença morreram, índice que chegou a ser zerado nos anos de 2002 e 2005. Em 2008 e 2009 a letalidade foi de 25%, um pouco acima da média da última década (17,6%). Só que em 2010 o índice subiu ainda mais, chegando a 36,5%, segundo dados provisórios. No ano passado, a Seviep investigou 67 casos da doença, sendo 34 de residentes em Santos. Destes, 11 foram confirmados, dos quais quatro foram a óbito.
Mas como suspeitar de leptospirose numa época de contágio da dengue? Lembrando que o verão é época de chuvas, o que coloca em risco qualquer pessoa que entrar em contato com a água de enchentes ou alagamentos. “O período de incubação da doença pode levar até um mês, então é importante que o paciente informe o médico do fato e também que o médico pense na possibilidade da doença”, destaca Borges Filho.