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Zona noroeste ganhará 500 novas unidades habitacionais

Publicado: 4 de agosto de 2005
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O sonho da casa própria está mais próximo de ser concretizado por 500 famílias de Santos. Mais especificamente da Zona Noroeste. Esta semana, em visita à Cidade, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, anunciou a liberação de R$ 17 milhões para a construção das moradias. A verba será utilizada na segunda fase da urbanização da Vila Pantanal (Saboó), com a entrega de mais 240 apartamentos do Conjunto Habitacional Mário Covas, e na construção de 260 unidades em uma área de 8.300 m², localizada no final do ‘Estradão’, na Areia Branca. Os terrenos serão cedidos pela Prefeitura, por meio de convênio, e os apartamentos serão construídos pela Secretaria de Estado da Habitação, por intermédio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), em parceria com a Cohab Santista, que ficará responsável pela infra-estrutura da obra (redes de água e esgoto, iluminação, drenagem e pavimentação). As 500 novas unidades habitacionais gerarão cerca de 1 mil empregos na construção civil. Para as duas construções já estão garantidos pela Prefeitura, entre o valor do terreno e os custos com a infra-estrutura, R$ 5 milhões e 170 mil, como contrapartida. As novas unidades estão contempladas no plano habitacional da Prefeitura para os próximos quatro anos, que prevê a construção de cerca de 3 mil moradias, além da reurbanização e regularização fundiária de áreas com ocupações irregulares. SABOÓ E ESTRADÃO Na Vila Pantanal, foram contempladas na primeira fase, em setembro do ano passado, 260 famílias. Foram erguidos, no processo de desfavelização, 13 prédios, com 20 apartamentos cada, distribuídos em quatro andares e térreo. Cada unidade possui 40 m², dois quartos, sala, cozinha e área de serviço. O conjunto tem ainda área de convivência e estacionamento para 130 veículos. No local está sendo desenvolvido pela Cohab projeto piloto de instalação de medidores individuais de água (hidrômetros), um compromisso firmado com os moradores. O projeto da Vila Pantanal se desenvolverá em três etapas, e contemplará 733 famílias cadastradas. Os 240 imóveis da segunda fase serão distribuídos em 12 prédios, numa área de 11.100 m², seguindo o mesmo padrão dos já construídos. Até o final do mês, a Prefeitura enviará à Câmara o projeto para doação do terreno da segunda fase. Após a aprovação, será firmado o convênio entre a Cohab e a CDHU e, na seqüência, aberta a licitação para contratação da empreiteira. A expectativa da Cohab é que a obra comece no início de 2006. Já na área do ‘Estradão’, o projeto para doação do terreno seguirá para a Câmara em setembro. Enquanto isso, será reunida a documentação exigida pela CDHU. Os apartamentos serão iguais aos da Vila Pantanal. Há um comprometimento da Prefeitura, num acordo firmado em 1996, que prioriza 319 famílias cadastradas na época por movimentos de moradias. A Cohab pretende recadastrar estes moradores, para atualização de dados. PROJETOS EM ANDAMENTO Estão em fase de construção em Santos 675 unidades habitacionais. Isso sem contar as 500 novas moradias anunciadas esta semana. Atualmente, quatro projetos estão sendo desenvolvidos pela Cohab. São estes: Vila Santa Casa (Encruzilhada), Vila Alemoa, Vila Pelé (Jardim Rádio Clube) e Vila Gilda. Estão em fase de acabamento e deverão ser entregues no início de setembro, 80 casas construídas no Dique da Vila Gilda. No local já foram contempladas, até o momento, 585 famílias. Outras 480 serão beneficiadas com a construção da Vila Pelé. O conjunto será erguido com verba do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do Projeto Habitar Brasil. O estaqueamento da obra já está em fase de licitação. A urbanização total do Dique da Vila Gilda prevê a construção de 2.500 moradias. Também está em andamento a primeira etapa de construção de moradias populares na chamada Vila Santa Casa, na Avenida Senador Feijó, entre as ruas Barão de Paranapiacaba e Cunha Moreira. Serão construídos no terreno de 500 m² - cedido à Cohab pela Cooperativa Habitacional dos Servidores Públicos de Santos - 30 apartamentos. O prédio terá quatro pavimentos (térreo e três pisos) e beneficiará 16 famílias que moram na vila. Cada uma delas receberá um imóvel de 40 m², com sala, cozinha, banheiro e dois quartos. Os outros 14 apartamentos (de 30 m²), de um dormitório, serão destinados aos associados da cooperativa. A primeira laje deverá ser concretada em, no máximo, 10 dias. A estimativa de término é de oito a 10 meses. Na segunda fase serão erguidos mais dois prédios, num total de 160 apartamentos. O projeto extinguirá as submoradias do local, anteriormente conhecido como Caldeirão do Diabo. Já na Vila Alemoa está em processo de licitação a obra para construção de 20 unidades habitacionais. Outros 24 apartamentos, divididos em dois blocos, foram entregues em 1998. Também estão em construção na área do Mercado Municipal, pelo Programa de Erradicação de Cortiços da CDHU, 65 apartamentos. O projeto, que pretende revitalizar a área central da Cidade e dar a população do local moradias dignas, prevê ainda a construção de mais 53 imóveis. DA FAVELA AO CONJUNTO HABITACIONAL Dignidade, respeito, orgulho, felicidade. Palavras que definem muito bem o sentimento dos 240 moradores que há cerca de um ano deixaram a favela da Vila Pantanal e mudaram-se para os apartamentos do Conjunto Habitacional Mário Covas, no Saboó. Gente que esperou 10, 15, 20 anos para ver um sonho realizado. A dona-de-casa Maria Rosa Lino, 49 anos, divide o apartamento 22 do Bloco A, com duas filhas e dois netos. Diz que agora se sente mais gente. "Eu amei isso daqui. Meu marido diz que não tem dinheiro que pague". O orgulho também está estampado no rosto da filha, Patrícia, 25. "Não tenho mais vergonha de dizer onde moro. Vou logo avisando: é no primeiro prédio da avenida", conta, revelando que antes falava aos amigos que morava nos predinhos. "Eu não moro na favela, não", mentia Patrícia. Outra dona-de-casa que se sente mais valorizada é a moradora do Bloco E, Laura Elena Evangelista, 39. "Na favela ninguém entregava nada. Agora posso pedir uma pizza que eles trazem. Eu ligo para a farmácia e eles vêm", explica. Laura também ressalta a existência da garagem e a tranquilidade de poder sair de casa e saber que tudo estará em ordem quando voltar. "Como moro no quarto andar, deixo até a janela aberta".