Voluntário leva arte para o abrigo provisório

De duas a três vezes por semana, Ademar Novaes troca o escritório de advocacia pelo Abrigo Provisório para população de Rua. Desde março deste ano, dedica um pouco do seu tempo para ensinar a arte do quartzo aos usuários do equipamento da Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac). O resultado disto pode ser conferido nos quadros que levaram um colorido especial para as paredes do Abrigo. Algumas pessoas estão até ganhando dinheiro com o que produzem nas aulas. O voluntário explica que alguns alunos se identificaram muito com a arte do quartzo. Exemplo disso é Valdemir Dias Peniche, de 36 anos. Para mim é uma terapia. Enquanto faço os quadros esqueço dos problemas. Além disso, posso vendê-los e ganhar algum dinheiro. Olga da Silva Pimenta, de 21 anos, é a novata do grupo mas já é uma das mais entusiasmadas. O coelhinho desenhado no primeiro quadro já tem destino certo: a filha Maria Vitória, de dois anos. Grávida de oito meses, Olga espera se aperfeiçoar cada vez mais. É preciso aproveitar ao máximo essa chance que estão nos dando. O professor conta que a força de vontade dos usuários é muito grande. Tem dias que chego aqui às duas da tarde e saio às dez da noite. Eles trancam a porta e não querem que eu vá embora de jeito nenhum. E quem pensa que o advogado fica cansado com a dupla jornada está enganado. É muito gratificante. Não tem dinheiro que pague poder fazer uma pessoa feliz. O Abrigo fica na Rua General Câmara, 245/249. O telefone é 3235-1084.