Violência contra a mulher é tema de debate no Guarany. Confira vídeo
A Lei Maria da Penha foi promulgada no dia 7 de agosto de 2006 e, nesta terça (7), completa 12 anos de existência. Mas ainda é um desafio, para muitas mulheres, identificar os sinais de violência, sair de relacionamentos abusivos e superar as feridas físicas e psicológicas decorrentes dos abusos constantes.
Para celebrar a data e alertar para a importância da prevenção e do combate à violência contra a mulher, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), em parceria com a OAB-Santos, realizou nesta terça-feira (7) evento no Teatro Guarany, que reuniu em torno de 150 pessoas.
O tema foi abordado pela advogada e presidente da Comissão Estadual da Mulher Advogada da OAB-São Paulo, Katia Boulos, e pela psicanalista, mestre e doutora em Direito Civil Giselle Groeninga.
Segundo Giselle, é uma característica marcante das mulheres a onipotência, ou seja, a sensação de que podem aguentar praticamente tudo, até a violência. Mas essa capacidade de suportar a dor, quando chega a um limite, pode trazer consequências significativas e cicatrizes para a vida toda. “A mulher atual ainda acha que é necessário estar acompanhada de um homem para se sentir completa e segura, até mesmo por vaidade. É importante que elas deixem esse modelo de lado e saibam dizer não para situações de violência ou qualquer ato que traga algum desconforto”.
Já Katia Boulos alertou sobre a prática de violência contra a Mulher nas mídias sociais. “É muito constante entre jovens e precisa ser combatida”.
O que é Violência Contra a Mulher?
É todo ato que resulte em morte ou lesão física, sexual ou psicológica de mulheres, tanto na esfera pública quanto na privada. Às vezes, é considerado um crime de ódio, pois este tipo de violência visa um grupo específico, com o gênero da vítima sendo o motivo principal.
Milene Santos Leal Rodrigues é orientadora educacional da Prefeitura e, na sua profissão, já precisou acompanhar e encaminhar casos de violência doméstica para serviços municipais. “Como orientadora, as mães dos alunos se sentem à vontade para conversar e algumas já me relataram episódios de violência doméstica. Para ajudar da melhor forma eu preciso estar sempre bem informada sobre o assunto, por isso achei importante participar desse momento de reflexão e esclarecer dúvidas”.
Segundo a coordenadora de Políticas para a Mulher, Diná Ferreira Oliveira, os casos de violência ocorrem principalmente no espaço doméstico e, em sua maioria, pelo cônjuge. Porém, a violência pode ser cometida por outras pessoas com quem a mulher mantém relações afetivas ou íntimas, como o pai, filhos, sogros, primos e pessoas do mesmo sexo. “Afeta todas as classes sociais, etnias e regiões. É uma realidade que acontece cotidianamente e, em todas as suas formas, viola os direitos humanos e afeta a saúde física e mental da vítima”.
Como denunciar
Denúncias de casos de Violência Contra a Mulher podem ser feitas pela Central de Atendimento à Mulher: 180, um canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o País (a ligação é gratuita).
Serviços
- Cadoj - Praça José Bonifácio, 50, segundo andar, Centro, telefone 3225-8139
- Coordenadoria da Mulher - Rua XV de Novembro, 183, Centro de Santos (3202-1884)
- Centros de Referência Especializados da Assistência Social (Creas) – Av. Conselheiro Nébias, 452, Encruzilhada (3223-3406) / Rua Cananeia, 269, Chico de Paula (3219-5183)
- Instituto da Mulher - Av. Conselheiro Nébias, 455, Encruzilhada (3235-7348)
- Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Commulher) – Rua XV de Novembro, 183 - térreo, Centro, telefone 3271-2377
- Delegacia de Defesa da Mulher – Rua Assis Correia, 50 Gonzaga, telefone 3235-4222
- Cravi – Centro de Referência e Apoio à Vítima – Unidade Baixada Santista (governo estadual) – Av. Nossa Senhora de Fátima, 460 – Sambódromo, telefone 3209-8080
Foto: Raimundo Rosa