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Violência contra a mulher é tema de bate-papo com alunos da EJA em Santos

Publicado: 12 de agosto de 2022 - 16h59
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Sob olhares atentos dos alunos da Educação de Jovens e Adultos da UME Barão do Rio Branco (Campo Grande), a coordenadora de Política para Mulher (Comulher), Diná Ferreira de Oliveira, realizou um bate-papo sobre a Lei Maria da Penha e a violência contra a mulher, na noite desta quinta-feira (11), na estudioteca da unidade. A iniciativa, feita em parceria com a Secretaria de Educação (Seduc), faz parte da programação do Agosto Lilás, mês de Combate à Violência Contra a Mulher e do aniversário da lei, que no último dia 7 completou 16 anos de existência.

“Estamos aqui para sermos felizes, ninguém tem que agredir ninguém, isso não é normal, não é natural. E a maior arma para combater a violência contra a mulher é a informação”, destacou Diná. Ela afirmou ainda que toda a conversa com os estudantes é baseada na lei, que, inclusive, prevê a divulgação do tema nas escolas. Além disso, também existe uma legislação federal que instituiu a ‘Semana Escolar de Combate à Violência Contra a Mulher’, que ocorre em março.

A especialista explicou sobre os diferentes tipos de violência como a física, sexual, psicológica, institucional e patrimonial e em quais contextos ela acontece. Ela também abordou sobre comportamentos do agressor e da vítima, atitudes abusivas, maneiras de realizar a denúncia, atendimentos da prefeitura e telefones e endereços úteis para casos de violência e abuso sexual, entre outros assuntos pertinentes à Lei Maria da Penha.

“O retorno dos estudantes está sendo muito positivo, participam, questionam, perguntam e trocam experiências. A intenção é de que sejam multiplicadores dessas informações e possam refletir”, afirmou Diná.

A UME Barão do Rio Branco foi a terceira unidade a receber o encontro, que já foi realizado nas unidades Pedro II e Cidade de Santos. Até o final de setembro, a ação contemplará as escolas: Leonardo Nunes (16/08), José Bonifácio (25/08), Mário de Almeida Alcântara (30/08), Vinte e Oito de Fevereiro (01/09), José Carlos de Azevedo Jr. (13/09), Esmeraldo Tarquínio (27/09) e Therezinha de Jesus Siqueira Pimentel (29/09).

“Recebemos o convite da Comulher e abraçamos a ideia. Está sendo uma grande oportunidade para nossos alunos. É uma semente plantada em homens e mulheres para despertar sobre esta realidade que ocorre em todo o mundo e, às vezes, está mais próxima do que imaginamos”, ressaltou a representante da seção de ensino fundamental da Seduc, Erika Dorante.

Para a assistente de direção da escola, Anna Maria Luiza Aliano Guapo Alves, a palestra extrapola a questão pedagógica. “Ensina sobre a vida e faz refletir sobre a realidade, promovendo um olhar diferenciado para si e para os outros”.

DISCUSSÃO NECESSÁRIA

“Precisamos mesmo discutir este tema e conscientizar as pessoas. Muitas mulheres estão morrendo por causa da violência”, disse a aluna Simone Santos Francisco, 36. A estudante Vera Lúcia da Silva dos Santos, 58, também concorda que o assunto é urgente. “Deveria ter sempre, porque é necessário falar sobre isso”.

O aluno Newton de Souza Filho, 54, pai de uma jovem de 16 anos, se preocupa com o futuro da filha e acredita que este assunto precisa ser tratado com seriedade. “O encontro foi muito bom, foi um alerta, principalmente para os mais jovens. O tempo foi até curto para tantas perguntas. Eu gostei muito”, completou.  

LEI MARIA DA PENHA

Sancionada em 7 de agosto de 2006, a legislação cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra qualquer pessoa que se identifica com o sexo feminino. A lei recebeu este nome devido à luta de Maria da Penha, na década de 80.

Farmacêutica e natural do Ceará, ela sofreu diversas agressões do marido e, após uma tentativa de assassinato, ficou paraplégica. Mesmo com esta condição, sofreu uma segunda tentativa de assassinato, mas resistiu. Ela denunciou o agressor e iniciou sua luta, que resultou na reformulação de leis e políticas em relação à violência doméstica e familiar.