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Vigilância sanitária da sms divulga protocolos no trato com materiais suspeitos

Publicado: 30 de outubro de 2001
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A divulgação de um protocolo (normas que devem ser cumpridas) de encaminhamento de material suspeito de contaminação biológica, elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde, contendo ainda os cuidados que a população deve ter com correspondência de origem suspeita, foi feita ontem pela Coordenação das Vigilâncias do Município. As medidas foram tomadas em razão de casos de contaminação pelo Bacillus Anthracis, nos Estados Unidos, que provoca a doença infecciosa antraz ou carbúnculo. Uma das recomendações das autoridades é não abrir correspondências ou pacotes suspeitos (e nem sacudir ou esvaziar conteúdos). Eles devem ser colocados em saco plástico ou outro tipo de embalagem que previna o vazamento. O local deve ser esvaziado, trancando-se a porta para evitar entrada de alguém. Segundo explica a Coordenadoria das Vigilâncias da Secretaria Municipal de Saúde, mesmo não havendo notícias, até o momento, no Brasil, de casos de contaminação por antraz, é importante que a imprensa esteja divulgando as medidas de segurança preconizadas pelas autoridades, que envolve uma série de procedimentos de vários órgãos, a partir do acionamento do Corpo de Bombeiros, pelo número 193, criação de hospital de referência para esses casos, que ainda está sendo definido em nossa região e realização de exames do material pelo Instituto Adolfo Lutz e Instituto Biológico, além de notificação ao Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado (CVE). Em áreas de Portos e Aeroportos as ações são desencadeadas por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Polícia Federal, que acionarão os órgãos estaduais. É fundamental que todos saibam a grande mobilização que precisa ser feita, envolvendo vários órgãos, de recursos humanos, plantonistas de laboratório e outros funcionários, e o desvio do Corpo de Bombeiros, que poderia estar sendo solicitado para situações graves e de perigo real, explica a coordenadora das Vigilâncias. Ontem, mais uma correspondência com pó, mereceu a mobilização das autoridades, segundo divulgou Andréia. E na semana passada foram quatro casos de trotes. É importante destacar que a possibilidade de alguém receber bactérias de antraz, ou outra substância perigosa pelos Correios é mínima. No Brasil, até o momento, não há registro desses fatos por meio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), mesmo movimentando mais de 8 bilhões de cartas e pacotes anualmente. Mesmo assim, os funcionários da ECT já estão trabalhando com luvas e máscaras, especialmente para manusear objetos e correspondências recolhidas das caixas de coleta, o que já dá mais tranqüilidade e segurança à população. E as autoridades estão divulgando características típicas de correspondências suspeitas (ver retranca). PRIMEIDA MEDIDA É ACIONAR O CORPO DE BOMBEIROS PELO 193 O cidadão que suspeitar de exposição a material biológico, enviado por correspondência, envelopes, pacotes, deverá acionar o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 em todo o Estado de São Paulo. O material recolhido será encaminhado diretamente ao Instituto Adolfo Lutz Central em São Paulo. Quando o fato ocorrer fora da Capital, a equipe dos Bombeiros deverá estará articulado com a Vigilância da Direção Regional de Saúde (DIR), fazendo a avaliação dos riscos de contaminação dos contactantes e encaminhando, se for o caso para hospitais de referência. Na Capital, é o Instituto Emílio Ribas. Também será feita a notificação da ocorrência ao Centro de Vigilância Epidemiológica (0800-555466), tanto pelo Corpo de Bombeiros como pelo hospital. O material será avaliado pelo Instituto Adolfo Lutz em conjunto com o Instituto Biológico, com encaminhamento dos resultados ao CVE, que posteriormente deve enviá-los às unidades de origem. O material deverá ser acondicionado em saco plástico hermeticamente fechado, de preferência embalagens plásticas utilizada pela Vigilância Sanitária, com lacres. Se o resultado indicar presença de Bacillus Anthracis, o paciente (que estará sob vigilância durante 48 horas) será convocado para continuidade de atendimento por meio da Vigilância Epidemiológica Regional. COMO O HOSPITAL DEVE PROCEDER O hospital de referência para atendimento de pessoas expostas a material suspeito deverá preencher prontuário dos casos e manter os pacientes sob vigilância por um período mínimo de 48 horas, enquanto aguarda-se o resultado dos exames. Se for confirmada a exposição a material biológico ou havendo sintomatologia, deve ser coletado material, da naso-faringe, oro-faringe e sangue, que será examinado pelo Instituto Adolfo Lutz. A partir daí, inicia-se o tratamento com antibiótico com esquema inicial de ciprofloxacina 500mg, duas vezes ao dia até 60 dias. Havendo comprovada sensibilidade a outros antibióticos, a primeira escolha é penicilina e a segunda deoxiciclina. O paciente terá acompanhamento semanal em regime ambulatorial até o final do tratamento. INFORMAÇÕES A Central de Vigilância Epidemiológica do CVE (0800-555466) estará à disposição para dúvidas e encaminhamento de cada caso. Outras informações poderão ser obtidas nos sites CVE - http://www.cve.saude.sp.gov.br/ FUNASA – http://www.funasa.gov.br/ FIOCRUZ – http://www.fiocruz.br/ CDC – http://www.cdc.gov/ OMS – http://www.who.gov/int ANVISA – http://www.anvisa.gov.br/ COMO RECONHECER UMA CORRESPONDÊNCIA SUSPEITA Entre as características típicas das correspondências que podem levantar suspeitas, as autoridades destacam as seguintes: presença de qualquer substância em pó do lado de fora, com cheiro ou manchas estranhas; ser inesperada ou de remetente desconhecido; endereçadas a pessoas que não trabalham mais no local; estar sem remetente, com peso desproporcional ao tamanho ou forma do pacote; ter grande quantidade de fita adesiva; marcadas com restrições do tipo pessoal ou confidencial. E também deve ser observado se cidade ou estado do selo postal é diferente do endereço do remetente. No caso de recebimento de correspondência considerada suspeita, o importante é NÃO ABRIR. Mas, independentemente da correspondência ter sido ou não aberta, devem ser seguidas algumas instruções, que incluem não sacudir ou esvaziar os conteúdos de nenhum volume suspeito e nem limpar pó ou soluções líquidas. Se não puder embalar, cobrir o pacote, com peça de vestuário, papel ou saco, não removendo a cobertura. Mais: trancar o local para que ninguém entre e contatar o Corpo de Bombeiros pelo 193. Para prevenir contaminação da pele ou face, lavar as mãos com água e sabão, listar as pessoas que estavam na área, fornecendo a relação às autoridades. Se houver contaminação visível do vestuário, remover as roupas colocando-as em saco plástico fechado. Tomar banho de chuveiro com água e sabão, mas não usar desinfetante. Se houver dispersão do produto no ambiente, o local deverá ser interditado e feita a remoção dos resíduos pela equipe de Vigilância Sanitária.