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Tuberculose responde por 7% das causas de mortes no mundo

Publicado: 24 de novembro de 2004
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A gravidade da tuberculose - doença que representa no Brasil e em vários países do mundo um sério desafio de Saúde Pública - foi enfatizada nesta quarta-feira (24), pelo pesquisador e pneumologista Fernando Fiúza, do Instituto Clemente Ferreira, da Capital. Ele esteve em Santos para participar de ciclo de palestras promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), como parte da Semana de Combate à Tuberculose, realizada em dois períodos no auditório da UniSantos, no campus D. Idílio José Soares. Cerca de 100 funcionários da SMS participaram das aulas e também tiveram a oportunidade de conferir a palestra do médico Luiz Francisco Médice, outro estudioso dessa doença. Fiúza lembrou que surgem a cada ano no mundo 8 milhões de casos novos de tuberculose, doença que representa um índice de 7% entre as causas de mortalidade. No Brasil são 110 mil novos casos anualmente, embora os serviços de Saúde só consigam detectar precocemente 88 mil deles. Daí a importância da busca ativa que é uma das principais estratégias modernas dos Programas de Combate à Tuberculose. Esse trabalho é justamente um dos pontos fortes do Programa Municipal de Santos, premiado neste ano pelo Governo Estadual nesse quesito. O pesquisador lembrou que, embora a tuberculose atinja em 75% dos casos o pulmão, é uma doença que pode se desenvolver em outros órgãos do corpo, cujos diagnósticos são mais complicados. Entretanto, é o bacelífero pulmonar o transmissor da doença, já que a contaminação ocorre por via aérea quando a pessoa tosse. No panorama apresentado, o pesquisador revelou a evolução da doença, se não houvesse intervenção médica. De cada 100 portadores de tuberculose, se não houver tratamento, 50% podem levar à morte, enquanto que 25% se tornam pacientes crônicos e os outros 25% alcançam a cura. O mais grave desse quadro é que uma pessoa que não se cuida é um transmissor em potencial e pode contaminar parentes, amigos e pessoas de seu convívio. No encontro promovido nesta quarta, Fiúza destacou a importância do tratamento supervisionado que diminui o índice de abandono. Esse problema é um desafio, na medida em que o tratamento mínimo leva 6 meses e é comum o portador, quando deixa de ter sintomas e passa a recuperar peso, abandonar a medicação. A meta do Programa Nacional de Tuberculose é de estabelecer como tolerância máxima um total de 5% de abandono até 2007. Hoje, a média nacional de abandono é de 12%. Nosso papel é tentar a descobrir os casos, antes mesmo da pessoa se dar conta que está doente, para que a cadeia de transmissão seja interrompida. A palestra abordada por Luiz Francisco Médice teve como enfoque o diagnóstico por Imagem Radiológica. Os médicos devem ficar muito atentos. Quando aparece uma sombra pulmonar na radiografia é importante pensar logo em tuberculose, porque é uma doença polimórfica (várias formas) e por isso jamais pode ser ignorado num diagnóstico diferencial. NOVAS BUSCAS Em continuidade ao trabalho desenvolvido nesta semana, a equipe do Programa de Controle de Tuberculose estará nesta sexta (26) e sábado (27), na Área Continental. Um ônibus cedido pela Seduc levará cerca de 30 profissionais da SMS e estudantes da Escola Modelo de enfermagem para fazer visitar domiciliares em Monte Cabrão. Qualquer pessoa que tenha algum sintoma respiratório faz o teste de escarro para avaliar se é portador do bacilo de Koch. Já no Mercado Municipal, nesta sexta-feira, haverá um estande de informação sobre tuberculose no evento social que está sendo promovido pela Seac.