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Transmissão materno infantil do hiv é tema de jornada que acontece hoje

Publicado: 8 de outubro de 2001
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Com o objetivo de conscientizar profissionais sobre as medidas de prevenção à Aids e sobre a necessidade de toda mulher fazer o teste HIV no pré-natal, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio do Programa de Controle da Transmissão Materno Infantil do HIV, que funciona no Núcleo Integrado da Criança (NIC), realiza hoje, das 8h30 às 16h30, a 1ª Jornada de Transmissão Materno Infantil do HIV, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas de Santos, Unilus (Rua Oswaldo Cruz, 179). Na ocasião, serão apresentados os resultados obtidos com o Programa de Controle de Transmissão Materno Infantil, iniciado em 1997. As estatísticas demonstram que o programa em Santos vem alcançando bons resultados, mas é preciso melhorar ainda mais os índices. Um dos aspectos preocupantes, em Santos, envolve o crescimento de mulheres portadoras do HIV e uma grande parte infectadas em relacionamentos estáveis. Enquanto que em 1984, no Estado haviam três mulheres infectadas para 77 homens, e, naquele ano Santos não registrava nenhum caso de mulher infectada, hoje a proporção é de um por um. A população tem pleno acesso aos testes gratuitos no Centro de Testagem e Aconselhamento Sorológico (CTA-Coas), que funciona na Praça Rui Barbosa, 23, 4º andar, Centro. Telefone: 3219-6050. TRANSMISSÃO CAI PARA 2% - Enquanto a média mundial de possibilidades de transmissão é de 15% a 18%, em Santos, onde os cuidados na prevenção que incluem, entre outros procedimentos, o teste HIV durante o pré-natal e cesarianas eletivas para gestantes portadoras do HIV, os índices ficaram em 2%, no ano passado. Desde 1997, cerca de 86,56% das gestantes, da rede pública de Santos, fizeram o teste de HIV no pré-natal, o que está dentro da média mundial. Em torno de 13,44% não fizeram porque não houve o oferecimento do teste, geralmente porque chegaram tardiamente ao pré-natal, enquanto 1,85% se recusaram a realizar o exame, totalizando 15,29%. A jornada que será realizada hoje visa, justamente, chamar a atenção dos profissionais, médicos, enfermeiras, psicólogos e assistentes sociais para que estejam atentos e conversando com a gestante sobre a importância dos testes de HIV, mesmo que esteja no último mês de gravidez. E até mesmo na maternidade há o teste rápido que possibilita saber se a gestante é portadora do HIV. A importância do teste logo no começo da gestação se justifica para se iniciar o tratamento preventivo. A gestante passa a receber a terapia antiretroviral a partir da 14ª semana de gravidez, sendo que durante o trabalho de parto e no parto ela recebe o AZT injetável. Essa medida preventiva é importante porque quando o útero começa a se contrair, há condições mais favoráveis para a transmissão do sangue da mãe para o bebê. O tratamento também atinge o bebê, após o nascimento. Nesse caso, ele recebe o xarope AZT durante seis semanas. No entanto, somente quando a criança atinge um ano e oito meses, é que se tem a certeza se ela é portadora ou não, na medida que a partir dessa idade a criança elimina os anticorpos maternos e a fabrica os seus próprios anticorpos. Outra forma importante de prevenção e que já vem sendo adotada pela rede da SMS envolve a cesariana eletiva. A operação é com data marcada, antes mesmo das contrações do parto. A cesariana é indicada para gestantes que têm carga viral menor que 1mil, e que até a 38ª semana não tenham apresentado complicações. Em 1997, data da introdução do programa, o número de cesarianas eletivas atingia apenas 10% das gestantes com HIV; em 98, passou para 20% e no ano passado alcançou 40%. As estatísticas são também favoráveis na redução da transmissão do vírus HIV para os bebês. Em 97, de 56 gestantes atendidas, 12 recém-nascidos eram portadores do HIV. Já em 98, de 48 mães portadoras, oito bebês nasceram com o vírus; em 99, houve resultado ainda melhor, sendo que de 55 gestantes, apenas um bebê nasceu soropositivo. No ano passado, repetiu-se o resultado: de 48 gestantes, apenas um bebê apresentou HIV. Os índices de transmissão representaram, nesse período 21% para 16%, 1,8% e 2%. NIC OFERECE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO PARA CRIANÇAS PORTADORAS DE AIDS O Núcleo Integrado da Criança (NIC), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que atende usuários com idade de 0 a 16 anos, é a referência em Santos para o atendimento de crianças soropositivas e ou com Aids, oferecendo a elas um tratamento multiprofissional. Até junho deste ano, 576 crianças estavam matriculadas, sendo 315 em atendimento. Uma equipe formada por dois pediatras infectologistas, uma psicóloga, uma assistente social, um dentista, uma enfermeira, duas auxiliares de enfermagem, uma cozinheira, além de quatro estagiários de psicologia e serviço social oferecem a essas crianças um atendimento especializado, com medicação e alimentação natural e variada, composta por frutas e verduras, que contribuem para que tenham uma melhor qualidade de vida. Uma Brinquedoteca é uma estratégia utilizada no tratamento, nos aspectos emocionais ligados ao estresse causado pela doença e pelos procedimentos de enfermagem. A gestante portadora do vírus recebe um acompanhamento durante toda a gestação. No pré-natal, realizado na rede básica de saúde, sendo detectado o vírus na gestante, ela é encaminhada ao NIC ou ao Centro de Referência em Aids (Craids), outra referência em Santos, no atendimento a portadores do HIV/Aids. No NIC, a gestante recebe todo um acompanhamento médico. JORNADA TERÁ PARTCIPAÇÃO DE ESPECIALISTAS CONVIDADOS A I Jornada de Transmissão Materno Infantil do HIV, será aberta às 8h30 horas. Participarão da mesa, representantes da Secretaria Municipal de Saúde e da área da saúde de Santos. A partir das 9 horas, será feita a apresentação do programa de controle da Transmissão Materno Infantil, vindo em seguida debates em torno do acompanhamento clínico de Gestante soropositiva, com participação do Chefe da Obstetrícia do Hospital Guilherme Álvaro, Milton Vitor Davoglio, e de profissionais que integram o programa de Controle da Transmissão Materno Infantil. Às 11 horas, vai ocorrer palestra sobre Modalidades de parto na gestante soropositiva, atuando como mediador o diretor do Hospital Maternidade Silvério Fontes, Marcos Sérgio Neves Duarte, e a professora doutora de Obstetrícia do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Helaine Milanez. A experiência do Hospital Maternidade Silvério Fontes será abordada por Fábio Ramajo. Á tarde, será abordado o Protocolo de Atendimento à Criança Soropositiva, e participação de profissionais do NIC.