Teatro municipal recebe hoje o navio negreiro

O espetáculo teatral solo, O Navio Negreiro, baseado no poema épico de Castro Alves (1847- 1871), adaptado, dirigido e interpretado por Vado, será apresentado hoje (13) , amanhã (14) e quinta-feira (15), às 20h30, no Teatro Municipal Brás Cubas (Av. Pinheiro Machado, 48 – Vila Mathias). Haverá também sessões extras amanhã (14), às 10 horas da manhã e na quinta, dia 15, às 15h30. A promoção é da Secretaria Municipal de Cultura de Santos (Secult). O espetáculo, que foi encenado em Santos, pela última vez em 1981, tem duração de 1h30 e estará comemorando 30 anos de estréia. Benedito Irivaldo de Souza, Vado, nasceu em Mogi-Guaçu, em 15 de janeiro de 1948. Iniciou sua carreira artística em 1969, como ator amador, em Campinas. Em 1971, fez a adaptação de O Navio Negreiro, para em seguida escrever seus próprios textos e livros e se posicionar como diretor e próprio empresário. Estudou arte dramática na Broadway, nos Estados Unidos, em 1977. Participou do IX Congresso das Cidades Unidas do Mundo, na França, sendo contratatado para apresentações em países da América do Norte, Central e do Sul. Ao longo desses anos, o ator criou cinco adaptações da peça, dependendo do público alvo. Em O Navio Negreiro, reconhecido pela crítica internacional, Vado vive 16 personagens, num universo que abrange personalidades femininas, masculinas, crianças, idosos, numa transmutação, que, segundo o próprio ator, o leva a perder de 1 a 1,5kg por apresentação. A narrativa parte de um preto-velho que, no desenrolar do texto, vai se transformando nos próprios personagens citados, explica. São lembrados Chico Rei, Chica da Silva, Zumbi, entre outros que se destacaram em prol da abolição da escravatura no País. Há 15 anos Vado interpreta a peça também em inglês e espanhol. Como ator subiu ao palco de importantes teatros brasileiros, como o Guaíra, em Curitiba; e Amazonas, em Manaus. Recebeu inúmeros méritos: Troféu Afro- Brasileiro, Troféu Zumbi, Troféu Castro Alves, Troféu Orfeu Negro, Troféu Personalidade (O Homem do Teatro), Prêmio Cidade de Campinas, entre outros. Recebeu também título de Comendador, com as comendas Euclides da Cunha, em São Paulo; 1º Centenário da Abolição, pelo Instituto Histórico e Geográfico do Estado do Amazonas; e Carlos Gomes, pela Prefeitura Municipal de Campinas. É autor dos livros Ator e Comendador Negro e Tragédia no Mar. Atuou também nas novelas Os Deuses Estão Mortos e Sol Amarelo; e nos filmes Acorrentados e O Navio Negreiro. Os ingressos para as apresentações custam R$ 10,00. Estudantes, terceira idade e classe artística pagam R$ 5,00.