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Sucesso de público, festival do choro diverte santistas e turistas no feriadão

Publicado: 24 de abril de 2016
21h 44

Tinha muita música, tinha mestres desfilando seu talento, tinha gente querendo aprender a tocar um instrumento, tinha passeio musicado no bonde, tinha feijoada, tinha caipirinha, tinha feirinha na Praça Mauá, tinha crianças brincando na Estação do Valongo, tinha um pouco de tudo. E no ano que vem, terá muito mais.

O 1º Festival Nacional do Choro de Santos, que terminou na noite do domingo (24) no Teatro Guarany, rendeu momentos de alegria e pura arte em diversos pontos da cidade, mas sobretudo no Centro Histórico, palco da maioria das atividades.

Desde quinta (21), quando o público lotou a sede do Clube do Choro, para a abertura da exposição dos alunos do Curso de Produção Multimídia da Unisanta, ‘Design Choro & Caipirinha: Forma-Sensações bem misturadas’, já era certo do que viria a seguir seria bastante animado.

Simultaneamente, a escritora Thaís Matarazzo, lançava o livro ‘Vamos falar de Santos’, em que aborda o seu tema preferido: a música popular brasileira, que ouvia com a avó paterna, desde pequena. “As crianças da minha idade gostavam da Xuxa e eu, da Carmen Miranda”, conta a filha de imigrantes italianos, que chegaram ao Brasil pelo porto de Santos.

A noite de quinta reservou um dos grandes momentos do festival, durante a apresentação do quinteto de Agnaldo Luz, tocando músicas atorais e clássicos de Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Patrocínio Gomes, João dos Santos e José Toledo, entre outros. A apresentação contou também com a participação de Luizinho 7 Cordas, grande homenageado do festival.

Música e caipirinha

Na sexta-feira (22), na sede do Clube do Choro, Agnaldo Luz e Luizinho 7 Cordas voltaram a se encontrar, mas desta vez para ensinar um pouco da arte do choro para jovens e apreciadores do ritmo, que ouviram atentamente as explicações sobre instrumentos, sonoridade e técnica, além de ouvir curiosidades e tocar junto com mestres.

Com apenas 11 anos e formado há quatro na escolinha de choro Luizinho 7 Cordas, David César de Souza era um dos mais atentos. "É muito bom participar da oficina para saber mais", comentou. O 'empurrão' para a música veio da avó Neide e ele, que agora dedica-se a aprender flauta transversal, já pensa no futuro. "Quero tocar em um conjunto e, quem sabe, ter o meu próprio conjunto".

Perto dali, no Estação Bistrô restaurante-escola, o assunto era outro: os segredos do preparo de uma boa caipirinha. O chef Rodrigo Anunciato repassou vários segredos para preparar um bom drink. Cerca de 30 pessoas participaram da atividade, inclusive turistas que escolheram a cidade para passar os feriados.

Bonde carinhoso

O sábado (23) chegou trazendo um dos momentos mais especiais do festival, o passeio musicado na Linha Turística do Bonde. Ao som de 'Carinhoso' e de outras pérolas da música brasileira, como 'Noite Carioca', 'Naquela Mesa' e 'Proezas de Solon', o grupo Pra que Chorar, acompanhados do músico Pedro Ramos e de alunos da Escola de Choro e Cidadania Luizinho 7 Cordas, animaram o tour pelo Centro Histórico, encantado quem estava dentro e fora do bonde.

Quem tirou o dia para passear na região, além de curtir as apresentações musicais, também pode conferir a exposição de carros antigos, comer uma boa feijoada e fazer compras em uma das 28 barraquinhas da feira do projeto Feijão com Arte.

Acompanhada de oito pessoas, entre familiares e amigos, a turista de Jundiaí Lilian Villarroel disse que o grupo optou por passear no Centro Histórico, mesmo com o dia ensolarado, depois de uma democrática votação: “Escolhemos aqui por achar que teremos mais opções de coisas para fazer”. Assim que chegou à Praça Mauá, a comerciante comprou lenços para enfeitar a cabeça. “Os artigos da feira são lindos e fui muito bem atendida”.

Hora de brincar

No último dia do festival, no domingo (24), foi dia da criançada tomar conta da Estação do Valongo e divertir-se com as atrações do Bonde Brincar, que contou com Rua de Lazer e monitoria dos alunos da Faculdade de Educação Física da Unimes. Dentro do bonde, a animação ficou por conta da princesa Sara, brincando e contando de forma lúdica um pouco da história de Santos.

“Não sabia que um padre de Santos havia inventado o balão”, afirmou a pequena Isabelly de 8 anos, referindo-se a Bartolomeu de Gusmão. “O passeio é legal, e a gente acaba aprendendo junto”, contou a mãe da menina, a dona de casa Aline Tavares.

O último dia do festival teve também a oficina de flauta e sax, ministrada pelo músico José Simonian, o show de Cristóvão Bastos, com participação especial de Maurício Carrilho, e apresentação de Osvaldinho do Cavaco & grupo, todos os eventos com boa presença de público.

Último choro

E para fechar com chave de ouro o festival, os alunos da Escola de Choro e Cidadania Luizinho 7 Cordas fizeram uma apresentação de ’gente grande’ no Teatro Guarany, tocando 16 clássicos, com participações especiais do próprio Luizinho 7 Cordas, Rafaella Laranja e Jorge Maciel. A competente apresentação, coordenada pelo maestro Willian Dias, teve ainda um 'bis' com a execução de 'Gaúcho', composta por Chiquinha Gonzaga.

“Criamos mais um atrativo turístico para cidade, onde procuramos novamente valorizar a cultura da nossa cidade. Ficamos muito satisfeitos com a participação do público, principalmente dos jovens”, comentou o secretário de Turismo, Luiz Dias Guimarães, que confirmou a realização da segunda edição para o ano que vem.

O 1º Festival Nacional do Choro de Santos é uma realização da prefeitura e do Clube do Choro de Santos, com apoio do Sesc, Associação dos Artistas, Unisantos, Oficinas Culturais do Estado de São Paulo e Governo do Estado de São Paulo.

Foto: Helena Silva