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Sms monta esquema para identificar tracoma nas escolas

Publicado: 21 de dezembro de 2004
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O diagnóstico de dois casos de tracoma (doença dos olhos causada pela bactéria Clamidia tracomatis) por oftalmologista do Ambulatório de Especialidades (Ambesp) da Zona Noroeste, em crianças - uma moradora do Saboó e outra do Bom Retiro -, já motivou ações de prevenção por meio da Seção de Vigilância Epidemiológica (Seviep), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O trabalho ocorre em conjunto com o Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado (CVE), a Divisão Estadual de Ensino e a Secretaria Municipal de Educação (Seduc). Desde 1995, a Seviep não recebia notificação dessa doença, que geralmente está associada às baixas condições de higiene e subnutrição em crianças. A partir do próximo ano, segundo já ficou estabelecido em reunião realizada na SMS, com participação do setor de Saúde Ocular do CVE, será feita uma avaliação dos olhos de todos os alunos que estudam nas unidades da Emef 28 de Fevereiro, no Saboó, e na Escola Estadual Benedito Madureira, no Bom Retiro (unidades onde houve o registro dos casos). Também estão passando por exames oftalmológicos todos os parentes próximos das duas crianças. Casos sejam detectados muitos casos nas escolas, a ação se estenderá para outras unidades e outros ambientes, inclusive favelas da Zona Noroeste. O objetivo da ação, segundo representante da Seviep, é descobrir novos casos precocemente e fazer o tratamento que é muito simples, bastando tomar dose única do antibiótico específico (azitromicina). Estimativas da Organização Mundial de Saúde dão conta de que para cada caso detectado em escola ou agrupamento há pelo menos 4% de pessoas atingidas pela doença. No caso das duas escolas o universo é de 2.200 alunos. É importante lembrar que os pais devem estar atentos à saúde ocular das crianças, buscando atendimento se houver suspeitas dos sinais do tracoma, que é uma forma de conjuntivite crônica que leva à formação de cicatrizes na conjuntiva e córnea, causando a cegueira com o passar dos anos. Em Santos, não há notificação de casos desde 1995, mas é ainda uma doença disseminada pelo Brasil e em todo mundo. A Organização Mundial de Saúde estima a existência de 146 milhões de pessoas com o tracoma no mundo, dos quais 5,9 milhões são cegos. Doença milenar, na Idade Média o tracoma era abundante no Mundo Islâmico e na Grécia. Disseminou-se pela Europa com as guerras e as grandes migrações e a partir daí chegou ao Continente Americano com a colonização. Com o desenvolvimento econômico e melhoria das condições de vida, a doença desapareceu da Europa, América do Norte e Japão, no século passado, mas continua ainda a ser um importante problema de saúde pública em outros países. Ela provoca deficiência visual e cegueira, em parcela considerável da população de países subdesenvolvidos, especialmente na África, Oriente Médico, subcontinente Indiano e Sudoeste da Ásia. Existe em menores proporções na América Latina e Oceania.