Seminário em Santos discute ações de enfrentamento ao trabalho infantil
Em alusão ao Dia Mundial de Enfrentamento ao Trabalho Infantil, celebrado no dia 12 de junho, Santos promoveu na manhã desta quarta-feira o 3º Seminário Municipal sobre o tema. O encontro ocorreu no auditório da Universidade São Judas - Unimonte e contou com grande presença do público.
A doutora em Serviços Sociais, Abigail Torres, palestrante do dia, abordou o trabalho infantil associado às situações de desigualdade e desproteção e citou ações de políticas públicas de proteção às crianças.
"Problemas complexos não têm soluções simples. É uma questão que está presente no Brasil há muitos anos. É preciso discutir por que o trabalho infantil não é bom, olhar que existe uma cadeia de exploração, que nem sempre é a família, e mostrar o impacto e os danos para o desenvolvimento das crianças".
Renata Bravo, vice-prefeita, defende que o debate do tema deve ser continuamente disseminado na sociedade em geral, pois só assim será possível as crianças terem os seus direitos e proteção garantidos. "A gente precisa ter ações interligadas entre diversas secretarias e setores para que de fato essa criança esteja protegida".
"O trabalho infantil é um reflexo da própria família. Então a gente não fala só dessa criança, temos que entender qual é a condição familiar em que ela vive para entender os motivos que a levaram a fazer isso e se é forçado ou por necessidade".
Humberto Martinez, secretário municipal de Desenvolvimento Social (Seds), ressalta que a Cidade tem disponíveis serviços que combatem e monitoram este problema na região.
"Nós temos oito Centros de Referência de Assistência Social (Cras), dois núcleos de atendimento, serviço de proteção e atendimento integral à família, localizados em territórios de vulnerabilidade social, e, nesses serviços, desde cedo já se podem encontrar situações que tendem ao trabalho infantil".
Para identificar os casos nas ruas, a Seds tem o serviço especializado de abordagem social para crianças e adolescentes. "A equipe monitora diariamente os territórios de incidência de trabalho infantil e, nesses locais, a gente faz a abordagem e desenvolve o vínculo, para que, juntos, possamos tirá-los dessa situação", completa.
O encontro contou ainda com a palestra da doutora em Ciências Sociais, Ana Paula Galdeano, que apresentou os resultados de suas pesquisas sobre tráfico de drogas enquanto pior forma de trabalho infantil, mostrando a vivência e trajetórias das crianças e adolescentes nessa prática.
Esta iniciativa contempla o item 10 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Redução das Desigualdades. Conheça os outros artigos dos ODS