Seminário em Santos conscientiza sobre o autismo e atrai mais de 500 pessoas

A 2ª edição do seminário ‘Autismo - Inclusão, Conscientização e Ciência’ reuniu, neste sábado (1º), mais de 500 pessoas entre profissionais, estudantes, familiares e cuidadores de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). O evento foi realizado pela USC Saúde, organização social responsável pela gestão compartilhada da Clínica-Escola do Autista com a Prefeitura de Santos.

O circuito de palestras, promovido no auditório da Universidade Santa Cecília (Unisanta), abordou diferentes aspectos em torno do autismo, como saúde e bem-estar voltados aos sintomas, diagnóstico e estimulação à autonomia para a realização de tarefas cotidianas.

Houve também debate sobre políticas públicas e inclusão para pessoas com TEA, combate ao bullying e a vivência com o transtorno na adolescência e fase adulta. Dos nove palestrantes do evento, quatro possuem o TEA.

O Centro de Reabilitação e Estimulação do Neurodesenvolvimento (CREN), mais conhecido como Clínica-Escola do Autista, participou com obras confeccionadas pelos usuários da unidade e também pelo artista plástico Victor Gabriel. Já a Coordenadoria de Políticas para Pessoas com Deficiência, da Prefeitura de Santos, exibiu estande para informação sobre o ‘colar girassol’, destinado à identificação das pessoas com deficiências não visíveis, visando facilitar o exercício de seus direitos (decreto municipal nº 9.515/2021).

O espaço ainda trouxe informações sobre o centro de apoio técnico para pessoas com deficiência no 7º Distrito Policial de Santos e distribuiu exemplares da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. 

“Promover seminários e espaços de debates, principalmente com protagonistas do autismo, é fundamental para levarmos a informação da maneira adequada. Hoje temos políticas públicas voltadas a pessoas com TEA, para que elas tenham os mesmos direitos de acesso e permanência nos espaços públicos e privados de uso coletivo”, destacou a coordenadora municipal de Política para Pessoas com Deficiência, Cristiane Zamari, ressaltando ainda a importância do ‘colar girassol’.

“O autismo não é uma deficiência reconhecida fisicamente. Como é uma questão de âmbito comportamental e sensorial, muitas pessoas não detectam as pessoas com TEA. O ‘colar girassol’, juntamente com a carteira de identificação, traz esse reconhecimento visual e facilita o atendimento aos portadores da TEA”, complementa Cristiane.

PREVALÊNCIA

Principal referência mundial a respeito da prevalência de autismo, o Centro de Controle de Prevenção de Doenças (CDC), do governo dos Estados Unidos, divulgou no fim de março que uma em cada 36 crianças de oito anos de idade são autistas naquele país. O atual estudo, divulgado de forma bienal, representa um aumento de 22% sobre a pesquisa anterior, divulgada em dezembro de 2021, quando registrou uma em cada 44 crianças.

No Brasil, não há números absolutos sobre a prevalência do autismo. Utilizando o estudo norte-americano como base, o País poderia ter cerca de 5,95 milhões de autistas. E o possível crescimento do diagnóstico no Brasil foi salientado pela diretora da Clínica-Escola do Autista de Santos, Thamyres Figueiredo. 

“O nosso primeiro seminário, em março de 2022, contou com a participação de 120 pessoas. Já na edição deste ano, foram mais de 500 inscritos, o que demonstra que o debate em torno do autismo vem sendo ampliado. A importância de discutirmos ainda mais o TEA foi chancelado por esse último estudo do CDC”.

Fotos: Francisco Arrais.