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Semana da mulher debate violência doméstica

Publicado: 5 de março de 2002
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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM PROBLEMA QUE PERSISTE NO SÉCULO XXI Durante as comemorações do Dia Internacional da Mulher, não podemos deixar de falar de uma questão muito grave, que atinge milhares de mulheres no mundo todo: a violência doméstica. Em Santos, existe desde junho de 2000 um serviço específico para atender as mulheres vítimas desse tipo de violência. É a Seção de Acolhida à Mulher Vitimizada (Seamuv). O diferencial e pioneirismo desse serviço está na forma de atendimento. Ali, o primeiro contato é feito por telefone. A mulher dessa forma não precisa se expor. Por medo de ser ridicularizada ou de sofrer represálias ainda maior por parte do companheiro, muitas vezes essa mulher só vai pedir ajuda em situação limite, colocando em risco a sua própria vida e a de seus filhos. Com a primeira ação sendo feita por telefone, quebra-se a barreira do medo e da timidez. A equipe técnica está preparada para identificar o problema, agendar o atendimento e acompanhar cada caso. Se for uma emergência e houver risco de vida iminente, a pessoa é imediatamente encaminhada à Casa Abrigo, para ser protegida. Existe também os casos onde o acompanhamento é externo, sendo que em ambas as situações são efetuados os encaminhamentos necessários aos recursos existentes nas áreas de saúde, educação, emprego e, principalmente, jurídica. Tudo isto, respeitando sempre o desejo da mulher. Conjuntamente, é feito um trabalho de resgate da auto-estima e fortalecimento de vínculos familiares. Nos casos atendidos até o momento pela seção, pôde-se observar que o uso de drogas e álcool por parte do companheiro, bem como o modelo violento de família com abuso do poder por parte do homem, são uma constante. O contato com a Seamuv pode ser efetuado diretamente pela mulher que deseja ajuda ou por qualquer pessoa que identifique situações de violência doméstica. O telefone é o 0800-8880090 / código:4361307, a ligação é gratuita. Em Santos, a mulher também pode recorrer a outros organismos que prestam este tipo de atendimento, como a Casa de Cultura da Mulher Negra e a Delegacia da Mulher. PRESENÇA FEMININA É MARCANTE EM DIVERSAS ATIVIDADES DA SEMES A presença feminina é uma constante em quase todas as atividades da Secretaria Municipal de Esportes (Semes). Das 26 modalidades esportivas oferecidas em várias equipamentos públicos e conveniados estima-se que quase 4.000 mulheres de diversas faixas etárias tomem parte na maioria dos esportes, dividindo com os homens uma fatia bastante significativa, visto que o universo de praticantes (somando ambos os sexos) chega a aproximadamente 9 mil pessoas. Exceção apenas na Ginástica Rítmica Desportiva (GDR), em que os participantes são todas mulheres. Alguns esportes como o futebol, futsal, surfe e windsurfe, entre outros, já contam com a participação de mulheres que treinam com muito afinco. Em outros esportes, ainda que haja uma participação mista, a predominância feminina acaba sendo ressaltada com um percentual que, às vezes, atinge a casa de 80% a 90%. É o caso, por exemplo, da ginástica olímpica, cujo universo feminino chega a 90%. O mesmo índice registra as modalidades de lambaeróbica e as ginásticas alternativas (localizada e tai chi). A natação e a hidroginástica apontam um predomínio de 60%, ao passo que as modalidades coletivas, tais como vôlei, basquete, handebol, pólo aquático, futsal, entre outros assinalam um percentual significativo com cerca de 50% de participantes do sexo feminino. EVENTO LEMBRA MULHERES DA ÁREA CONTINENTAL Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado na sexta-feira (08), a Secretaria de Governo (SGO), por meio da Coordenadoria de Assuntos Comunitários da Área Continental (Coac-AC), promoverá neste sábado (09) a Tarde da Mulher da Área Continental, das 14 às 17 horas, na Emef Judoca Ricardo Sampaio, em Caruara. Realizado em parceria com as secretarias de Ação Comunitária e Educação, o evento também está sendo organizado pela Pastoral da Criança, Centro Comunitário de Caruara e sociedades de melhoramentos dos bairros regionais. Na oportunidade, a comunidade poderá assistir a três palestras sobre os seguintes temas: Papel da Mulher na Sociedade e o Fundo Social de Solidariedade, Papel Educativo da Mulher na Sociedade e o Papel da Mulher no contexto da Saúde. Ao final das conferências, será oferecido um lanche a todos os participantes, que irão ter, ainda, a chance de conferir uma performance de capoeira, um bazar de artesanato, uma mostra de pintura e um sarau de poesias, atividades recreativas proporcionadas na ocasião. NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER UMA HOMENAGEM ÀS VOLUNTÁRIAS As voluntárias podem ser encontradas por toda a Cidade. Na Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac) não é diferente: atualmente são 74 atuando nos mais diversos serviços. Na sua maioria, mulheres na faixa de 60 a 79 anos. Senhoras que já trabalharam, criaram os filhos e hoje dedicam boa parte de seu tempo a ajudar ao próximo. Essas senhoras de boa vontade procuram repassar os conhecimentos adquiridos ao longo da vida. Mulheres que conseguem dividir seu dia com os cuidados da casa, família, e ainda com outras atividades, seja nos Centros de Convivência, trabalhando com idosos ou com crianças e adolescentes, ou em outras unidades de serviço. Diariamente, dão um exemplo a todos com quem convivem, pela vivacidade, entusiasmo e responsabilidade com que se dedicam às atividades. Seja orientando equipes, realizando visitas domiciliares, ensinando nas inúmeras oficinas, cozinhando e até desenvolvendo brincadeiras educativas. As voluntárias da Seac, como são conhecidas, passam a todos, usuários e funcionários, muito mais do que ensinamentos. Essas senhoras, sempre com as mãos estendidas, transmitem conforto, amor e solidariedade. UMA ATENÇÃO ESPECIAL AS MULHERES Consciente que a prevenção ainda é o melhor remédio para a cura das doenças, as mulheres têm se revelado nos últimos anos como pacientes em potencial da rede municipal. Elas, representam cerca de 70% dos atendimentos nas policlínicas, usufruindo da melhor maneira de todas as especialidades disponíveis. Ainda como pacientes, as mulheres contam também com uma coordenadoria específica para cuidar da maioria dos problemas femininos. A Coordenadoria da Saúde da Mulher, que funciona na Casa da Gestante (Av. Senador Dantas, 123, no Macuco), tem entre seus programas o Pré-Natal, a Prevenção do Câncer Ginecológico, o Planejamento Familiar e Mortalidade Materna. Ainda neste ano, serão implantados mais dois programas: um voltados à violência domiciliar, com objetivo de prestar atendimento às mulheres vítimas de violências físicas ou sociais, dentro de casa. O outro será Sexualidade/Climatério, um trabalho psicossocial que consiste na realização de palestras e orientações às mulheres que já entraram na fase da menopausa. Um dos objetivos desse programa é o de prevenir a osteoporose. Além dos programas oferecidos, a coordenadoria mantém um laboratório de Citologia instalado no prédio do Ambesp/Centro, na Rua Gonçalves Dias, 8. No local, são realizados exames e quando detectado algum tipo de alteração, uma equipe da coordenadoria entra em ação para acompanhar a paciente aos serviços de saúde. 8 DE MARÇO: DIA DE DENÚNCIA, REIVINDICAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO A Casa de Cultura da Mulher Negra participa ativamente da Semana da Mulher. Há mais de dez anos, a entidade acompanha os avanços na luta de emancipação feminina. Uma das principais preocupações diz respeito à violência doméstica. O desafio é informar e sensibilizar toda a sociedade para essa questão. As estatísticas continuam alarmantes: no Brasil a cada 4 minutos, alguma mulher é agredida na sua própria casa, pelo marido ou companheiro. Das mulheres atendidas pela Delegacia da Mulher por violência física, 85,5% sofreram esse tipo de agressão. De acordo com Alzira Rufino, diretora da entidade, precisamos de um trabalho para desmobilizar essa situação. Mas para isso é preciso a união de todos: organizações governamentais e não governamentais, partidos políticos, saúde, previdência, cultura, comunidade. Somente ano passado a Casa atendeu mais de 400 mulheres vítimas de violência. A maioria chega ali encaminhada pela Delegacia da Mulher. Mas a denúncia também é uma importante arma contra esse crime. Por dia, recebem ali de 10 a 12 telefonemas, relatando casos de agressão. Todos são atendidos ou encaminhados para os vários serviços mantidos pela Prefeitura. Nesta Sexta-feira (8), A Casa de Cultura da Mulher Negra, em parceria com a Seac, estará promovendo workshops para discutir esse assunto. O encontro, aberto à comunidade, começa às 9 da manhã, no Mendes Panorama Hotel, no Gonzaga. PROJETO PROPÕE CRIAÇÃO DE CONSELHO Durante a Semana da Mulher, está sendo apresentado à população o Projeto de Lei para a criação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Esse projeto foi concebido pela Comissão Municipal da Condição da Mulher, que reúne representantes dos mais diversos segmentos da sociedade, entre eles, por parte do Poder Público, as Secretarias de Ação Comunitária e Cidadania, Saúde, Educação, Cultura, Fundo Social de Solidariedade, Delegacia de Defesa da Mulher, Polícia Militar, Diretoria Regional de Ensino, ao lado de organizações não-governamentais, como a Ordem dos Advogados do Brasil, Clube Soroptimista Internacional Santos e Santos-Praia, Cruz Vermelha, e vários outros que há muitos anos trabalham em defesa da mulher. O Projeto de Lei que será enviado à Câmara determina que o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher tenha como finalidade a elaboração e implementação de políticas públicas que garantam a igualdade de oportunidades e de direitos entre homens e mulheres, de forma a assegurar à população feminina o pleno exercício de sua cidadania. Entre suas competências merecem destaque o estímulo e desenvolvimento de debates sobre as condições em que vivem as mulheres, propondo políticas que eliminem todas as formas de discriminação. A proposta é que o Conselho também atue como um órgão fiscalizador para garantir o cumprimento das leis que asseguram os direitos da mulher. O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher será ainda um canal para denúncias que envolvam fatos discriminatórios contra a mulher. Mais uma vez o poder público e a sociedade civil, em um exercício de democracia, atuarão de forma integrada na procura de meios que garantam a igualdade entre homens e mulheres.