Seduc mantém programas de alfabetização de adultos

"A leitura do mundo precede leitura da palavra". Os ensinamentos do educador Paulo Freire, que inspirou programas de alfabetização e educação popular, no início dos anos 60, por todo o Brasil, continuam mais vivos do que nunca. Por isso, a Secretaria Municipal de Educação de Santos (Seduc), por meio da Seção de Suplência (Sesuple), baseada nesses conceitos, mantém um ´Programa de Alfabetização de Adultos e Jovens´ em 13 escolas da rede municipal de ensino, totalizando 3.766 alunos matriculados Eles estão distribuídos nas seguintes unidades: Emef Dr. Dino Bueno, Irmão José Genésio, Vinte e Oito de Fevereiro, com supletivo informal de 1ª à 4ª série; Barão do Rio Branco, Edméa Ladevig, Fernando Costa e Gota de Leite, de 5ª à 8ª série; Pedro II, Docas de Santos, José Carlos de Azevedo Júnior, Padre Leonardo Nunes, Mário de Almeida Alcântara e Therezinha de Jesus Pimentel, de 1ª à 8ª série. Os números são bastante significativos. São 29 classes no chamado supletivo informal (1ª à 4ª série), com aproximadamente 1 mil alunos tendo a chance de ampliar seus horizontes e resgatar sua auto-estima. Desde 1997, cerca de cinco mil Certificados de Conclusão do Ensino Fundamental, na suplência regular (5ª à 8ª série), já foram expedidos. De acordo com a Seção de Suplência, anualmente, mais de mil alunos se formam e muitos deles já estão na faculdade. CONSTRUINDO AS LETRAS Dentro do processo de alfabetização da Seduc, um dos destaques é o ´Projeto Construindo as Letras´, realizado numa parceria da Prefeitura com o Rotary Club de Santos-Oeste. Com início em 5 de agosto de 1999, já atendeu centenas de alunos, operários da construção civil, que, durante uma hora, após o expediente na obra, trocam as ferramentas pesadas do trabalho, por lápis, caneta e caderno, orientados por professoras da rede municipal. Atualmente são quatro núcleos de alfabetização de 1ª à 4ª série, do ´Construindo as Letras´, instalados em obras localizadas nas ruas Minas Gerais, Barão de Paranapiacaba, Campos Mello e Pedro Arbues. No núcleo da Rua Pedro Arbues, por exemplo, com obra da Construtora Engeplus, dez operários escutam atentamente aos ensinamentos da professora Elaine Babonovich. Dentre eles, o ajudante de pedreiro paraibano, Luís Cabral Dantas, de 44 anos, que somente agora está conhecendo a magia da alfabetização, aprendendo a escrever o próprio nome. "Nunca tive chance de estudar e agora apareceu essa oportunidade", diz. Tirar extrato e decorar a senha do banco, olhar os preços das compras e ler uma revista, agora já fazem parte do universo do baiano Valdelício Bispo de Oliveira, 44 anos, e de Nivaldo Pereira dos Santos, carpinteiro de 38 anos, natural de Sergipe. "Poder ler e escrever transforma a vida da gente". CRECHES A Seduc também mantém dois núcleos de alfabetização, dirigido aos pais das crianças, na Creche Padre Lúcio Floro, no Morro do José Menino; e na Cruzada das Senhoras Católicas, na Av. Conselheiro Nébias, 156. Maiores informações podem ser obtidas na sede da secretaria, na Rua Assis Corrêa, 20 - Gonzaga, na Sesuple, ou pelo telefone 3235-1355, ramal 230.