Santos tem projeto inédito para resgate da memória oral

Foi ao som do mais puro chorinho, interpretado por Didi Gomes e Airton do Violão, e de ‘clips’ reunindo cenas de importante momentos da vida santista que a Prefeitura e a Fams (Fundação Arquivo e Memória de Santos) deram início oficial ao Projeto ‘Memória – História Oral’, no final da tarde desta terça-feira (29), iniciativa inédita na região, de acordo com historiadores. A Sala de Leitura Catarina de Aguillar, da Fams, foi pequena para abrigar o numeroso público, que também participou de bate-papo com a jornalista e escritora Eliana Pace e da historiadora Sônia Maria de Freitas, especialista no assunto. Desenvolvido graças a uma parceria da Fams com o Unimonte, o projeto oferecerá novos enfoques e será capaz de reescrever páginas da história santista mediante relatos de personalidades e pessoas da comunidade, aposta Flávio Korn, diretor da área de bacharelado da universidade. Relatando curiosidades e sua experiência na produção de biografias de artistas para a Coleção Aplauso, editada pela Imprensa Oficial de SP, Eliana Pace lembrou que a história oral registra vivências e emoções que ultrapassam as fronteiras individuais. Elas são importantes para o bairro, para a cidade e para a própria história, comentou, confidenciando que, além de bons ouvintes, as pessoas envolvidas na captação dos depoimentos não devem ter medo de serem chatas, pois a chatice vai render casos memoráveis. Já a historiadora, que se responsabilizará pelo Curso de História Oral, primeira etapa do projeto, frisou o pioneirismo da cidade. Nunca houve um projeto voltado para a memória oral e Santos marca mais um momento histórico neste mundo globalizado, que deixa cada vez mais longe origens e raízes, afirmou Sônia de Freitas. O curso, aberto a todos os interessados, será realizado aos sábados, em agosto, no Unimonte, e as inscrições podem ser feitas no ‘site’ www.fundasantos.org.br.