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Santos se une ao Hcor em projeto voltado à alimentação cardioprotetora

Publicado: 24 de fevereiro de 2023 - 18h37

Que alimentos devem ser consumidos para evitar doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão arterial? Ou seja, o que deve ser ingerido para, ao final das contas, proteger o coração? A cidade de Santos se une ao Hcor e à cidade de Foz do Iguaçu (PR) em um projeto de pesquisa que visa avaliar a melhor forma de introduzir o manual de alimentação cardioprotetora nas unidades de Atenção Primária em Saúde que, no caso de Santos, são as policlínicas.

O projeto faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), por meio do qual o Hcor é parceiro do Ministério da Saúde.

Lúdico, o manual demonstra, a partir das cores da bandeira do Brasil, os grupos de alimentos que devem ser priorizados, já que a má alimentação é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Os resultados obtidos em Santos e em Foz do Iguaçu nortearão uma sugestão de estratégia de implementação do manual em caráter nacional. 

Historicamente, as doenças cardiovasculares são a principal causa de óbitos no Brasil. Nos anos de 2020 e 2021, excepcionalmente, foram para o segundo lugar devido à pandemia de covid-19. Estima-se que, pelo menos, 400 mil pessoas venham a óbito por doenças cardiovasculares ao final de cada ano no Brasil, o que significa uma morte a cada um minuto e meio.

A covid-19 também proporcionou o surgimento ou o agravamento de doenças cardiovasculares, já que algumas pessoas deixaram de fazer seus exames de rotina. A partir dos 40 anos de idade, o check-up anual é recomendado para todas as pessoas. Quem tem histórico familiar, deve iniciar o acompanhamento antes.

"A boa saúde é fundamental para a manutenção da qualidade de vida. Santos mantém a atenção à população neste setor e estabelece parcerias com entidades que são referência em suas áreas de atuação, com o objetivo do constante aprimoramento dos serviços oferecidos aos munícipes. A atenção à alimentação adequada é mais um diferencial que a Cidade conquista", ressaltou o prefeito Rogério Santos.

COMO FUNCIONARÁ

Para melhor avaliar o impacto da implementação do manual da alimentação cardioprotetora, tanto nos profissionais de saúde quanto na melhora da alimentação dos usuários, as policlínicas serão divididas em dois grupos. Metade delas terá a sua equipe capacitada, a outra não.

O primeiro treinamento ocorrerá na próxima segunda-feira (27), na Escola de Saúde Pública Municipal, responsável por firmar a parceria com o Hcor. Para contemplar os mais de 300 inscritos, serão realizados encontros até o final de março com diversas turmas.

"Temos um programa bem estruturado voltado aos pacientes com hipertensão e diabetes, chamado Hiperdia, mas essa parceria com o Hcor será muito bem-vinda não apenas para quem já tem o diagnóstico, como para sensibilizar aqueles que não têm essas doenças, mas que podem prevenir um dos fatores de risco, por meio da alimentação", destaca o secretário de Saúde, Adriano Catapreta.

Santos foi escolhida pelo Hcor para participar desse projeto devido às características heterogêneas da Cidade e dos usuários da rede de Atenção Primária à Saúde, não apenas no que se refere às condições socioeconômicas, mas principalmente geográficas. Em Santos, há pessoas que vivem em áreas mais urbanizadas, como a orla e Zona Noroeste, nos morros e também em regiões rurais.

"Todos os profissionais de saúde das unidades selecionadas foram convidados a participar, uma vez que é dever de todos estimular uma alimentação adequada e saudável. Assim terão uma compreensão do que é e como orientar a esta alimentação", explica Ângela Bersch, pesquisadora do Hcor.

O MANUAL

A metodologia do Manual da Alimentação Cardioprotetora foi desenvolvida pelo Hcor em 2011 e submetida a 2,5 mil pacientes durante 4 anos, em 35 centros de referência de todo o País. Durante este período, foi confirmada a eficácia da orientação da alimentação cardioprotetora na escolha dos alimentos pelos participantes.

Baseando-se na bandeira do Brasil, foi desenvolvida para o público geral uma cartilha que demonstra os grupos de alimentos mais adequados ao consumo. A predominância do verde da bandeira se traduz em uma ingestão mais alta de verduras, frutas, legumes, leguminosas, leite e iogurte desnatados ou semidesnatados em comparação com outros grupos de alimentos, pois são fontes de vitaminas, minerais e fibras, além de serem antioxidantes.

O amarelo, segunda cor mais predominante na bandeira, é relacionado à ingestão moderada de pães, cereais, macarrão, tubérculos, farinhas, oleaginosas, óleos vegetais e mel. São fontes de minerais, vitaminas, calorias, sal e gorduras.

Já o azul, cor menos predominante, acaba se referindo ao grupo de alimentos que deve ser menos ingerido: carnes, queijos brancos e amarelos, ovos, manteiga, doces feitos em casa, leite condensado e creme de leite. São fontes de minerais, vitaminas, calorias, sal e gordura.

Há, porém, um grupo de alimentos que deve ser evitado: os ultraprocessados, que têm aditivos químicos como conservantes, estabilizantes, corantes, edulcorantes e aromatizantes, além de excesso de gordura vegetal hidrogenada, açúcar e sódio. Fazem parte deste grupo os embutidos, as refeições congeladas, o macarrão instantâneo, biscoitos e bolachas, salgadinhos de pacote; sucos industrializados, refrigerantes; achocolatado em pó; molhos industrializados; sorvete e farinha láctea.

A cartilha completa está disponível para download clicando neste link.