Santos se mobiliza em marcha de conscientização sobre endometriose

Neste sábado (25) Santos se une a 75 países e a outros 10 municípios brasileiros numa mobilização para conscientizar a população sobre a endometriose: a partir das 9h, inicia a concentração para a Endomarcha 2023, na Concha Acústica (praia do Gonzaga, em frente ao canal 3), ação que faz parte da Campanha Março Amarelo em Santos. A caminhada começa às 10h, seguindo até a Praça das Bandeiras (praia do Gonzaga, em frente à Avenida Ana Costa), onde o público poderá medir a pressão arterial.

O objetivo da caminhada é ampliar o alerta para o diagnóstico precoce da doença que, segundo estimativa do Ministério da Saúde, atinge uma em cada 10 mulheres no Brasil. A endometriose acontece quando as células do endométrio, em vez de serem expulsas durante a menstruação, movimentam-se em outro sentido e adentram os ovários ou a cavidade abdominal, podendo provocar cólica intensa e progressiva durante o período menstrual; dor nas relações sexuais; dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação, dificuldade para engravidar e infertilidade nos casos mais avançados da doença, devido a alterações anatômicas, obstrução de trompas e alteração na evolução.

Os outros municípios que realizarão o evento simultaneamente são São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Campo Grande, Londrina, Florianópolis, Feira de Santana, Fortaleza, São Luís e Boa Vista.

"A conscientização é a melhor forma para enfrentar o problema, além de um sistema de saúde com profissionais preparados para identificar e tratar a endometriose. Em Santos, unimos a conscientização a uma linha de cuidado específica para o tratamento", afirma o prefeito Rogério Santos.

COMO PARTICIPAR

O evento é aberto a todos e sugere-se que os participantes utilizem roupa na cor amarela. Quem quiser a camiseta do evento, que será entregue durante a concentração, deve se inscrever aqui. 

“A Endomarcha é para toda a família: homens, mulheres, crianças e pets. Cólica não é frescura, é necessário ter atenção às dores da mulher. Seguimos adiante em busca de políticas públicas para as portadoras de endometriose”, destaca Flávia Marcelino, presidente do Endomulheres Baixada Santista.

A organização da Endomarcha 2023, em caráter nacional, é da iniciativa A Endometriose e Eu. A coordenação local é da Associação Endomulheres Baixada Santista, com apoio da Prefeitura de Santos e Vital Embalagens. A Unimed Santos e a Clínica Radiológica de Santos são patrocinadoras.

CENTRO DE REFERÊNCIA

Desde agosto de 2019, Santos mantém um Centro de Referência em Endometriose no Complexo Hospitalar dos Estivadores, destinado ao atendimento de casos cirúrgicos da doença e que atende a toda a Baixada Santista. Desde então, já foram realizados 145 procedimentos cirúrgicos, dos quais 93 para mulheres que moram em Santos. Em 2023, considerando os meses de janeiro e fevereiro, 12 munícipes passaram pela intervenção cirúrgica.

De acordo com pactuação da Prefeitura junto ao Governo do Estado de São Paulo, 60% das vagas são destinadas à Cidade e 40% para os demais municípios da Baixada Santista.

A cirurgia realizada no Complexo Hospitalar dos Estivadores é feita por videolaparoscopia, considerada ideal para este tipo de tratamento: são realizadas quatro incisões, que variam de meio a um centímetro cada.

ONDE BUSCAR AJUDA

Na rede municipal de saúde de Santos, a porta de entrada para o tratamento da endometriose é a policlínica de referência do endereço de moradia da pessoa. A primeira consulta ocorre na unidade do bairro e, havendo a suspeita para endometriose, a paciente é direcionada ao ambulatório especializado no Instituto da Mulher. Após a confirmação, pode ser encaminhada para avaliação cirúrgica no Estivadores, a depender do quadro clínico.

Para casos iniciais, o tratamento é feito com medicamentos (pílulas anticoncepcionais ou remédios específicos, a critério médico). Quando a doença está em estágio que compromete a estrutura de outros órgãos como ovários, ligamentos de sustentação do útero, bexiga ou intestino, a recomendação é cirúrgica.

Os exames pré-operatórios necessários a todas as pacientes são eletrocardiograma, raio-X de tórax e análises laboratoriais. O médico pode solicitar outras avaliações dependendo da idade da paciente e se ela apresenta algumas condições como hipertensão e diabetes. Não há idade mínima para a cirurgia.