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Santos receberá verbas adicionais dentro do programa parto humanizado

Publicado: 5 de março de 2001
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As ações básicas realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde envolvendo a Saúde da Mulher, incluindo entre elas o Pré Natal, que vem registrando, a cada ano, diminuição de ocorrências de mortes maternas e de bebês (neonatais e no pós-parto), vão ganhar adicional de qualidade com verbas que deverão ser liberadas para o Município, dentro do programa Parto Humanizado do Ministério da Saúde, já a partir de 2001. A novidade é revelada pela Coordenadoria da Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde, que não tem dúvidas em atribuir a inclusão de Santos entre as duas únicas cidades do Litoral (a outra é Cubatão) credenciadas pelo programa, pela qualidade dos serviços oferecidos à saúde da mulher, entre os quais o pré-natal. O Município que gerencia as verbas do SUS poderá atender parturientes de outros municípios da região, mas nesse caso, ficará documentado o município de origem de cada caso, o que habilita o Município ao recebimento de adicionais. Pelo projeto Parto Humanizado, a SMS ganha um acréscimo de R$ 10,00 por cada gestante incluída no pré-natal, com direito a mais R$ 40,00 no retorno do puerpério, cabendo ao hospital que realizar o parto R$ 90,00 extra-teto do SUS, totalizando por cada parturiente 140,00, o que multiplicado por uma estimativa de 6.500 partos/ ano, caberá ao Município um valor de R$ 910 mil a mais, em 2001. A maioria dos partos em Santos é feita no Hospital Maternidade Silvério Fontes, cerca de 270/mês, que também registra índice expressivo de partos normais, média de 70%. Outro benefício do programa será a cessão de ambulâncias para o transporte das parturientes, explica a médica, que não tem dúvidas que nos últimos 4 anos houve uma melhora gradativa nos programas voltados à Saúde da Mulher. Nós acreditamos que estamos aprimorando, ano a ano, programas voltados à mulher, entre eles o pré-natal e vamos implantar um serviço voltado especificamente à questão da violência doméstica, que já vem sendo encarado mundialmente como uma questão de Saúde Pública tal o vulto que essa questão vem tomando, assinala a médica. MULHER, A PRINCIPAL CLIENTE, AGORA COM NOVAS ATENÇÕES Na verdade, a mulher é a cliente potencial da rede municipal. Setenta por cento dos atendimentos nas policlínicas é dado ao sexo feminino, que usufrui de todas as especialidades disponíveis na rede e tem ainda uma coordenadoria específica para cuidar dos assuntos relacionados à sua condição. Além do Pré Natal, a coordenadoria da Saúde da Mulher, que desde a semana passada está instalada no mesmo endereço onde funciona a Casa da Gestante (Av. Senador Dantas, 123, no Macuco), tem entre seus programas a Prevenção do Câncer Ginecológico, o Planejamento Familiar, a Mortalidade Materna e outros dois em fase de estruturação, a Sexualidade/Climatério (que já existia e passa por remodelação) e a Violência Doméstica, esse último inovador e pioneiro no Brasil. (ver retranca) Quem visita a Casa da Gestante ou o Hospital Silvério Fontes, onde há grupos de gestantes de risco sendo acompanhadas por equipes multidisciplinares (médicos, psicólogas, assistentes sociais, enfermeiras e outros técnicos) tem uma idéia muito precisa da importância do trabalho realizado no acompanhamento da gestação de uma nova vida. A captação para o pré-natal começa junto às policlínicas, antes do segundo trimestre da gestação. Ou seja, a mulher aparece para uma consulta com o ginecologista, muitas vezes sem saber se está grávida. Cópias dos exames laboratoriais, quando é constatada a gravidez, são encaminhados à Coordenadoria da Saúde da Mulher que dá o alerta para a necessidade de acompanhamento do caso e até a busca em casa dessa paciente para o pré-natal. O programa prevê além dos cuidados médicos, vigilância psicossocial e nutricional que vai acontecer durante a gestação e até 40 dias após o parto. Se houver situação que indique algum tipo de risco, as gestantes são encaminhadas para a Casa da Gestante (ou Hospital Silvério Fontes) onde ganham um atendimento integral. Na Casa da Gestante elas recebem almoço e lanches substanciosos, orientação psicológica, apoio social, noções do funcionamento do corpo humano, exercícios de preparo para o parto, e participam de oficinas de artesanato, pintura em tecido, bordado e tricô, o que facilita a confecção do enxoval do bebê. Em casos de grande carência, o Fundo Social de Solidariedade colabora com doação de enxoval e de cestas básicas para a família, com apoio ainda de organizações não governamentais. Angela Cuófano explica o perfil da gestante que ganha esse atendimento especial: gravidez indesejada, baixa renda familiar, analfabetismo, dependentes de álcool ou drogas, problemática na família, adolescentes, e outras situações de risco obstétrico. Os cuidados dados pelo Sistema (SIS-Pré-Natal) inclui todos os serviços de saúde da rede. Caso a gestante tenha um sangramento e seja atendida no PS Central, por exemplo, cópia desse atendimento é encaminhado para a Coordenadoria da Mulher que inclui essa ocorrência na ficha da paciente. Existe um programa de gerenciamento da gestante, o que leva à redução de riscos durante o parto, explica Ângela. Já a morte de bebês teve redução expressiva, sobretudo os neonatais, envolvendo as primeiras horas de vida. O índice hoje é de 14 em cada mil nascidos, (neonatais) subindo um pouco no primeiro mês de vida. Já em 1992, a mortalidade infantil era de 27,74 por mil nascidos vivos.