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Santos realiza ação preventiva contra a Leishmaniose na área continental

Publicado: 7 de agosto de 2023 - 17h53

A equipe do Centro de Controle de Zoonoses e Vetores (CCZV), da Secretaria de Saúde de Santos, realizou neste domingo (6) a coleta de sangue de 36 animais que vivem no Monte Cabrão, na área continental do Município, para controle de Leishmaniose Visceral canina. A atividade irá continuar no bairro buscando atingir 80 animais ao todo. Os proprietários selecionados recebem o convite em casa para levar seus cães até o posto de coleta.

A região é considerada livre da doença e, por não haver casos, os cães não estão com a coleira repelente fornecida pela Prefeitura. O objetivo da coleta de sangue é verificar se estes animais permanecem saudáveis. As amostras são encaminhadas para o Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência do Estado de São Paulo, para testagem rápida. Os eventuais casos positivos seguem para confirmação por meio de sorologia.  Nesse caso, inicia-se imediatamente o tratamento na Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam), que tem a finalidade de reduzir a carga parasitária, já que a Leishmaniose visceral canina não tem cura.

"Apesar da Área Continental ainda não ser considerada pelo CCZV como área de risco para Leishmaniose, as características ambientais do local exigem a nossa vigilância constante para a doença. Graças ao trabalho da Codevida no bairro e a contribuição dos moradores, podemos avaliar a saúde dos animais e manter os cuidados com a Leishmaniose Visceral Canina", afirma Alexandre Nunes, veterinário chefe do CCZV.

O protozoário causador da doença é transmitido pelo mosquito-palha, sendo mais comum o da espécie Lutzomyia longipalpis. Porém, esta espécie não foi localizada em Santos. A Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo (Sucen) afirma que a transmissão se dá por 'vetores secundários', ou seja, mosquitos-palha de outras espécies.

Desde 2015, Santos já registrou 140 casos de Leishmaniose Visceral Canina. Atualmente, 34 cães convivem com a doença na cidade, recebem tratamento e são monitorados.

SINTOMAS

Os sintomas, que costumam aparecer de dois a três anos após a infecção pelo parasita, são: pele e mucosas com feridas; queda de pelos da orelha e em volta do nariz; emagrecimento e crescimento exagerado da unha. Com o avanço da doença, órgãos internos como fígado, baço e pulmão, são afetados.

Munícipes cujos cães apresentem sintomas de Leishmaniose Visceral Canina devem procurar atendimento veterinário. Na rede pública, a opção é a Codevida (Av. Francisco Manoel s/nº - Jabaquara), de segunda a sexta, das 8h às 16h. Telefones: (13) 3203-5593 e (13)3203-5075

LINHA INTEGRAL DE CUIDADO

Desde o registro do primeiro caso de cão com Leishmaniose na Cidade, em 2015, Santos realiza um trabalho integral contra a doença, que cobre investigação do vetor, notificações, investigação sorológica, ações de prevenção e tratamento aos cães infectados. Nunca houve registro de Leishmaniose em humanos na Cidade.

Ações de Santos para a prevenção e controle da Leishmaniose

Investigação do vetor: embora existam casos positivos de Leishmaniose em cães na Cidade, o mosquito-palha até hoje não foi encontrado no Município. Desde 2015, a Secretaria de Saúde atua em parceria com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), do governo estadual, em buscas nas matas, com armadilhas próprias para atrair e reter o inseto transmissor

Notificações: clínicas veterinárias particulares e a Codevida notificam a CCZV sobre casos de Leishmaniose. A CCZV inicia a investigação sorológica, com coleta de sangue no animal e envio da amostra para o laboratório Adolfo Lutz, referência para a confirmação dos casos

Investigação em outros animais: uma vez identificada a doença em algum animal, a CCZV faz uma busca ativa de outros cães que possam conviver no mesmo espaço do contaminado e também dos que estão a um raio de 100 metros de diâmetro de distância. É colhido o sangue e enviado ao Adolfo Lutz.

Tratamento: atualmente, 34 cães com Leishmaniose recebem tratamento para controle da carga parasitária. O tratamento dura 28 dias, sendo realizado exame de sangue 3 a 4 meses depois do fim para verificar a resposta do organismo ao medicamento. Com a carga parasitária baixa, o risco de transmissão é menor. Todos foram microchipados, de forma que se houver fuga do animal, por exemplo, é possível identificar o seu paradeiro

Coleira com repelente: todos os cães identificados com Leishmaniose recebem uma coleira com repelente de forma a prevenir que o inseto o pique e se torne transmissor da doença para outros animais e pessoas

Capacitação: Os agentes de controle de endemias e demais profissionais de saúde da rede municipal passam por capacitações periódicas, a fim de se tornarem multiplicadores de informação para a população

Orientação: os munícipes cujos animais passaram por investigação são orientados a manter os ambientes externos livres de material orgânico (fezes, folhas) que atraem o inseto; manter as janelas teladas e usar repelente, em especial no fim da tarde e de noite, períodos de mais atividade do mosquito-palha.


Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade. Conheça os outros itens dos ODS.