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Santos promove 10ª bienal de artes visuais

Publicado: 27 de abril de 2006
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Nesta sexta-feira (28) Santos se transformará numa grande vitrine para 45 artistas de vários pontos do país, que terão a oportunidade de exibir seus trabalhos em um dos eventos mais conceituados dentro do panorama da arte contemporânea brasileira: a Bienal Nacional de Santos – Artes Visuais. O evento será aberto às 20 horas, no Centro de Cultura Patrícia Galvão. Além da cerimônia oficial, haverá apresentação especial do Balé da Cidade de Santos, recentemente premiado em Nova York. Em sua 10ª edição, a Bienal atingiu um patamar de excelência, conquistando ao longo dos anos prêmios da crítica especializada e aproximadamente 30 mil visitantes. Este ano a mostra recebeu 721 inscrições de artistas de 20 estados. A comissão julgadora, formada pelos críticos de arte Ana Maria Belluzzo, Katia Canton e Tiago Mesquita, escolheu 88 obras, de 45 artistas, dos estados de São Paulo, Rio, Rio Grande do Sul, Minas, Paraná, Pará e Distrito Federal. Quem acompanhar a 10º Bienal poderá ver obras de diversas linguagens artísticas, como desenho, escultura, fotografia, pintura, gravura, projeções, arte-objeto, instalações, vídeos, obras multimídias, que apresentam as principais tendências da arte contemporânea produzida no Brasil. A exposição está montada em três pavimentos do Centro de Cultura, com obras de artistas que desenvolvem trabalhos mais voltados à técnica (desenho e pintura, por exemplo), obras de linguagem construtivista e trabalhos em cerâmica, papel e papelão, entre outros materiais. A 10ª Bienal Nacional de Santos fica aberta diariamente, das 14 às 22 horas, até 11 de junho, no Centro de Cultura (Avenida Pinheiro Machado, 48 – Vila Mathias). A realização é da Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura (Secult). Entrada franca. Outras informações pelo telefone 3226-8000. VENCEDOR Inspirada no Centro Histórico da Cidade, a obra vencedora da 10ª Bienal Nacional de Santos – Artes Visuais é de autoria do artista santista Fabrício Lopez, radicado em São Paulo. O trabalho, uma matriz xilográfica, é um grande painel que pesa cerca de 100 kg, tem 3,20 m por 4,40 m e retrata a Casa da Frontaria Azulejada de um lado e o Morro do Pacheco do outro. Como prêmio o artista receberá R$ 10 mil. Bacharel em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Lopez viveu em Santos até os 20 anos. Disse que se identifica com a Cidade. Tem toda uma questão afetiva e familiar, uma atmosfera que relembra memórias. Segundo ele, a mostra tem papel fundamental por integrar os artistas e o público santista com os de outras regiões. O segundo lugar (R$ 8 mil de premiação) ficou com Wagner Malta Tavares, de São Paulo, que inscreveu o conjunto de três esculturas Série Fantasma. O terceiro prêmio (R$ 6 mil) foi para Pablo Paniagua, de Porto Alegre, e sua vídeo-projeção Tartarugas no Céu. Receberam menção honrosa Analu Nabuco, do Rio de Janeiro, Rafael Campos Rocha, e Geraldo Souza Dias, de São Paulo. Além do vencedor, mais dois santistas representarão a Cidade na mostra: José Alberto Sarquis e Mai-Britt Wolthers. A seleção das obras ficou a cargo da banca julgadora, formada por Ana Maria Belluzzo (crítica e curadora independente), Katia Canton (curadora do Museu de Arte Contemporânea da USP) e Tiago Mesquita (colaborador do jornal Folha de S.Paulo e de revistas do gênero). Kátia, que é PhD em Interdisciplinary Arts pela New York University, ressaltou que a Bienal de Santos tem uma referência mais consistente do que os salões que estão por aí afora, pois existe uma preocupação com o padrão de qualidade. HISTÓRIA As bienais de artes visuais em Santos foram criadas a partir da evolução natural dos antigos salões oficiais de Belas Artes, que conquistaram relevância no panorama artístico nacional na década de 1950. A partir de 1968, esses salões passaram a ser divididos em alas: acadêmica e moderna. Foi estabelecida, então, a criação de duas mostras que deveriam ocorrer em anos alternados, denominadas Salão de Belas Artes e Salão de Arte Moderna. Assim, em 1969, foi organizado o 1º Salão Oficial de Arte Moderna, que dois anos depois passou a ser chamado de Bienal de Artes Plásticas de Santos. Após a 2ª Bienal, em 1973, ocorreu uma interrupção de quase duas décadas. As mostras foram retomadas somente em 1991, com a 3ª Bienal, tendo seqüência a 4º (1993) e 5ª (1995), nas quais centenas de artistas de todo o país inscreveram trabalhos. As bienais obtiveram credibilidade da crítica especializada, conquistando os prêmios de melhor evento do estado fora da capital (4ª Bienal). Em 95, na 5ª Bienal, o prêmio foi o de melhor Sala Especial, conferido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Em 1997, a 6ª Bienal selecionou 165 obras de 57 artistas, dentre as 765 inscritas. Apresentou também uma retrospectiva do pintor Arcângelo Ianelli, o artista mais premiado nos antigos salões santistas. Já a 7ª Bienal (2000) contou com 72 trabalhos selecionados e teve, como mostra paralela, 80 quadros de 55 pintores brasileiros do acervo do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil (Mian). A 8ª Bienal Nacional de Santos – Artes Visuais (2002) obteve público recorde de mais de 35 mil pessoas, que apreciaram as 54 obras de 25 artistas, o que fez com que o evento tivesse o mérito de figurar entre os salões de arte mais visitados no Brasil. Em 2004, a 9ª Bienal teve 763 inscrições (de 19 estados). Contou com a participação de 45 artistas e foi visitada por mais de 30 mil pessoas, acompanhadas por monitores especialmente treinados para a função.