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Santos lança comitê para incrementar combate à sífilis

Publicado: 13 de abril de 2023 - 13h26
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Com o objetivo de aprimorar o mapeamento dos casos de sífilis e propor soluções para a redução dos casos da doença na Cidade, a Secretaria de Saúde de Santos lançou, nesta quarta-feira (12), o Comitê Municipal de Enfrentamento, Investigação e Prevenção da Sífilis Adquirida (via relação sexual) e Congênita (da mãe para o bebê). O evento aconteceu no auditório da Escola Municipal de Saúde Pública.

Além do Departamento de Vigilância em Saúde, que coordena o grupo, o Comitê conta com representantes do departamento de regulação do sistema, que cuida do acesso a vagas de consultas especializadas, exames e leitos hospitalares; dos departamentos assistenciais da saúde, incluindo as policlínicas, unidades especializadas, unidades de pronto atendimento, hospitais e maternidades.

Com todos esses agentes envolvidos, busca-se melhorar a qualidade da vigilância, controle, prevenção, assistência e gestão das situações que envolvam a sífilis.

As reuniões ocorrerão mensalmente para discutir as ações de enfrentamento, que têm como meta ampliar o diagnóstico precoce para a população sexualmente ativa e chegar à incidência zero de sífilis congênita.

INFECÇÕES

No último ano, foi observado aumento nos casos de sífilis em gestantes: em 2021, foram 210 casos e em 2022, 241 casos. Já a sífilis adquirida (exceto gestantes), acometeu 1.037 pessoas em 2021 e 1.018 em 2022. Já a sífilis congênita atingiu 37 recém-nascidos em 2021 e 34 bebês em 2022.

Em 2023, a sífilis foi registrada em 20 gestantes, em 15 recém-nascidos e em outras 73 pessoas que a adquiriram por relação sexual desprotegida.

Importante salientar que a sífilis atinge pessoas de todas as camadas socioeconômicas, em especial as que têm múltiplos parceiros e não fazem uso de preservativos, que estão disponíveis para retirada gratuita nas unidades municipais de saúde.

O panorama da doença na Cidade foi apresentado pela infectologista Caroline Nascimento, do Departamento de Vigilância em Saúde (Devig). A chefe da Seção de Vigilância à Mortalidade Materna, Maida Colombo, também esteve no evento. As médicas ressaltaram a importância da união da equipe no comitê e no trabalho.

“Estamos sempre nos comunicando e nos unindo para ajudar as gestantes a fazerem o tratamento correto, no intervalo adequado. O trabalho em conjunto é muito importante”, conta Caroline.

“O pré-natal é o passo inicial e mais importante que uma gestante deve ter. Orientamos sempre uma portadora de sífilis a não engravidar, mas quando acontece de atendermos uma mulher grávida portadora da IST, buscamos o diagnóstico precoce”, destaca Maida.

O secretário de Saúde de Santos, Adriano Catapreta, que é ginecologista e obstetra, comentou sobre a urgência da atuação da policlínica no momento do diagnóstico. Entre as propostas do comitê está a inclusão do exame laboratorial para a identificação da sífilis, chamado VDRL, no check-up anual dos pacientes.

“Tudo começa lá. A policlínica deve ser porta de entrada para a pessoa prosseguir com o tratamento".

OPINIÃO

Inês Nascimento é neonatologista do hospital Silvério Fontes e atua há 32 anos na Medicina. Para a especialista, a educação é um fator importante. “Em muitos casos, conversamos com jovens gestantes, adolescentes ou adultos sobre as ISTs e eles as veem como algo banal. Às vezes, até respondem que todas as pessoas têm, então não há necessidade de tratar e não é bem assim".

“Precisamos cada vez mais falar sobre o assunto, levar mais informações ao público. Encontros como esses são importantes porque irão ajudar profissionais a não deixar passar casos e a não fazer pacientes desistirem do tratamento”, completou.

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