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Santos investe em alta tecnologia no combate ao mosquito Aedes aegypti

Publicado: 26 de março de 2024 - 7h39

Patrícia Fagueiro

Santos aprimorou o monitoramento dos locais onde os agentes de combate a endemias não têm acesso fácil para as ações de controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika vírus e chikungunya. Agora, o Município está utilizando drones de alta performance, com a transmissão ao vivo das imagens para o Centro de Controle Operacional (CCO) da Prefeitura de Santos.

O objetivo é visualizar com precisão os locais de acesso mais difícil ou que os agentes foram recusados a adentrar (calhas altas, terrenos, imóveis desocupados, entre outros). As imagens oferecem visualização próxima e precisa. Na última semana, foi realizado um teste em um terreno no bairro Campo Grande e foi verificada grande quantidade de mosquitos, poças de água e materiais inservíveis que foram lançados no local.

O proprietário já foi orientado a realizar as adequações necessárias para evitar situações propícias para a proliferação do Aedes aegypti.

“Teremos agentes de combate a endemias no CCO acompanhando em tempo real e orientando o piloto do drone em relação às imagens que devem ser captadas mais detalhadamente para melhor análise e tomar as medidas necessárias mais rapidamente. O drone também grava as imagens, que são importantes para subsidiar a nossa equipe a sensibilizar o proprietário do local em relação às ações para evitar criadouros”, explica Ana Paula Valeiras, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde.

Ela explica que a abordagem aos proprietários dos imóveis continua tendo caráter orientativo e de conscientização, voltado à eliminação do problema. “Eles são orientados a fazer as adequações e recebem prazo para realizarem as melhorias. A multa é aplicada quando, ao final do prazo, a intimação não for cumprida”.

Os drones utilizados foram adquiridos pela Secretaria de Governo no último mês de novembro e colocados à disposição da Saúde para incrementar as ações de monitoramento. Além de imagens captadas em 4k e geradas ao vivo para o CCO, os equipamentos têm capacidade de armazenamento de 64 GB e 45 min de tempo de bateria.

“A tecnologia sempre foi parceira da Secretaria de Saúde no combate ao Aedes aegypti. Desde 2012, Santos monitora semanalmente as 481 armadilhas espalhadas em seu território e que medem a infestação do mosquito Aedes aegypti nos bairros e desde 2019 tem um drone próprio, mas que não faz transmissão ao vivo. Nosso intuito é sempre superar nós mesmos”, ressalta o secretário de Saúde de Santos em exercício, Denis Valejo.

Como exemplo da constante superação, a Secretaria de Saúde concluiu um estudo técnico para a aquisição de um novo drone, muito usado em regiões agrícolas, que possui dois reservatórios: um deles será usado para despejo de larvicida (para controle de locais onde foram encontradas larvas de mosquito) e outro para o lançamento aéreo de inseticida (voltado à eliminação de mosquitos na fase adulta). O processo licitatório para a aquisição do equipamento será lançado em breve.

NA CONTRAMÃO

Ao contrário de vários municípios do Estado de São Paulo, Santos não decretou estado de emergência para a dengue. Com 712 casos de dengue e 26 casos de chikungunya, não atingiu o mínimo que seria necessário: 300 casos a cada 100 mil habitantes ou 1.260 confirmações da doença em 2024.

Esse resultado é fruto de ações ininterruptas (veja detalhes abaixo) que o município realiza nos eixos de combate ao vetor, vigilância, assistência, educação e comunicação. Desde a década passada, as arboviroses (doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti) deixaram de ser típicas do verão e circulam o ano inteiro. Nada mais acertado do que combater, sem descanso, o mosquito.

"Santos aperfeiçoou o combate às doenças e nossos índices baixos, em comparação a outras cidades neste momento, são reflexo das ações que tomamos ao longo de todo o ano. Os drones são mais uma importante ferramenta para combater as larvas e o mosquito, já que a tecnologia é uma aliada para a verificação de pontos sujeitos à proliferação e para assegurar o bem-estar das pessoas", explica o prefeito Rogério Santos.

ARMADILHAS

Que tal saber como está a infestação de mosquitos Aedes aegypti no seu bairro? Desde 2012, a Prefeitura de Santos realiza esse controle por meio das armadilhas que capturam fêmeas de mosquito. A situação em cada bairro está disponível no Santos Portal.

As armadilhas atraem as fêmeas do Aedes aegypti, prendendo-as a um cartão adesivo, fixado no interior de um vasilhame de plástico preto. O objeto é um recipiente semelhante a um vaso de planta, preenchido com água (que fica parada), e contém um saquinho com um líquido com aroma de mato (atraente sintético) para atrair o mosquito.

Os dispositivos são instalados em residências e locais previamente selecionados, conforme critérios técnicos. Semanalmente o monitoramento é realizado para observar se há fêmeas do mosquito na região próxima onde a armadilha está localizada. Os resultados das contagens são mapeados, propiciando a aplicação de medidas eficazes das ações de controle ao Aedes aegypti. Com o número de fêmeas coletadas semanalmente nas armadilhas faz-se a atualização do mapa do Aedes aegypti.

O mapa indica o índice de infestação nos bairros monitorados, representando, de acordo com a cor da armadilha, o risco de transmissão viral na localidade. Verde significa que não houve coleta de fêmea na semana; amarela, uma fêmea coletada; laranja, duas fêmeas coletadas; vermelha, três ou mais.

“Nós cruzamos os dados das armadilhas com o número de casos de dengue e chikungunya e é muito comum verificarmos que as regiões onde há mais mosquitos adultos são onde verificamos o maior número de casos. O mapa das armadilhas é um importante norteador das ações de eliminação intensiva de criadouros e de nebulização (aplicação de inseticida). Depois que a nossa equipe age na localidade, o número de fêmeas capturadas volta a diminuir”, explica Ana Paula.

A especialista, no entanto, adverte que todo o esforço do poder público não é suficiente se a população não aderir às ações de controle de criadouro. “Estima-se que 75% dos criadouros estão dentro das residências e a melhor forma de evitar a dengue e a chikungunya é fazendo com que o mosquito não chegue na fase adulta. Eliminar toda a possibilidade dele se reproduzir é o melhor caminho e não conseguimos estar em todos os lugares ao mesmo tempo. A lição dentro de casa deve ser feita pelo morador, ao menos uma vez por semana”.

PRINCIPAIS DICAS

  • Verifique se há água parada em vasos e pratos de plantas
  • Pias - verificar vazamentos e manter ralo vedado
  • Ralos no chão - tampá-los com tela, caso não sejam do tipo abre e fecha. Aplicar água sanitária duas vezes por semana
  • Bandeja externa de geladeira - verificar se há acúmulo de água, limpar e manter seca
  • Vaso sanitário e caixas de descarga - manter tampados
  • Calhas e lajes - caso não seja possível verificar se acumulam água, procurar identificar sinais de umidade. Em caso afirmativo, providenciar a resolução do problema
  • Caixas d'água - verificar a condição das tampas. Solicitar a reposição daquelas ausentes ou quebradas
  • Fontes ornamentais, bebedouros de animais domésticos, piscinas - verificar a presença de organismos vivos dentro da água. Fazer limpeza regularmente.

ESTRATÉGIAS DE SANTOS NO ENFRENTAMENTO AO AEDES – ANO INTEIRO

  • Casa a Casa - programa de visitação de rotina aos imóveis
  • Mutirão - varredura realizada semanalmente em algum bairro da Cidade
  • Imóveis especiais e pontos estratégicos - locais visitados mensalmente Imóveis especiais: grande circulação de pessoas - escolas, hotéis, shopping centers
  • Pontos estratégicos: mais risco de criadouros - borracharias, oficinas, ferros-velhos, cemitérios, obras
  • Nebulização – aplicação de inseticida no entorno da residência de pessoa infectada para combater o mosquito já na fase adulta, quando está transmitindo as doenças
  • Armadilhas - Santos possui 481 armadilhas distribuídas por toda a Cidade, monitoradas semanalmente, que mostram o índice de infestação de mosquito no local
  • Acompanhamento epidemiológico - notificação e investigação de todos os casos de doenças transmitidas pelo Aedes pela Vigilância Epidemiológica
  • Atividades Educativas - atividades educativas nas ruas, escolas, palestras em empresas e instituições, pedágios em diferentes pontos da Cidade, participação em eventos, estandes temáticos e reuniões em condomínios
  • Atendimento a denúncias - feitas na Ouvidoria Municipal pelo telefone 162 ou site www.santos.sp.gov.br/ouvidoria .

 

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade. Conheça os outros itens dos ODS.

Galeria de Imagens

Vistoria em terrenos faz parte das ações contra o Aedes.
Imagens captadas pelos drones são transmitidas em tempo real ao CCO.
Armadilhas ajudam a identificar a incidência do mosquito nos bairros.
Profissionais acompanham a vistoria de dentro do CCO.