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Santos inicia comemoração dos 100 anos da Semana de 22 com programação no Teatro Guarany

Publicado: 11 de fevereiro de 2022 - 11h37

A Semana de Arte Moderna de 1922 – evento que mudou os rumos da cultura no País e que este ano completa 100 anos – será celebrada pela Secretaria de Cultura de Santos (Secult), entre os dias 17 e 19 de fevereiro, com uma série de atividades no Teatro Guarany (Praça dos Andradas s/nº – Centro Histórico). Reunindo música, cinema e literatura, na ocasião também haverá bate-papos com convidados especiais e exposições.

“Esta será a primeira de outras celebrações que realizaremos ao longo deste ano, para comemorar o centenário deste marco histórico para arte e cultura nacional. Aqueles dias deixaram um legado incrível, que impacta a nossa sociedade até os dias de hoje”, comentou o secretário de Cultura, Rafael Leal. 

Uma das atrações do primeiro dia de programação gratuita, no dia 17 (quinta-feira), a partir das 19h30, será o ‘Cine Concerto’, composto e executado por Anselmo Mancini, acompanhado pela violinista Maria Emília Paredes. Os músicos tocarão simultaneamente durante a exibição de trechos de filmes que marcaram o ‘Cinema Novo’. 

Na mesma noite, a obra de Villa-Lobos ganhará destaque. A importância do compositor será abordada pelo professor Iury Cardoso, que também falará a respeito dos novos métodos de educação musical. Mantendo o clima musical, o Quarteto Caiçara tocará canções feitas por Villa-Lobos e Gilberto Mendes. Em sua composição, o grupo traz Vinicius Mendes e Rômulo Moreira nos violinos, Otávio Monteiro na viola, e Jeff Moura no violoncelo. 

CINEMA E LITERATURA 

No dia 18 (sexta-feira), a programação começará mais cedo, às 14h, com projeção de documentários sobre a obra de Cândido Portinari, Patrícia Galvão (Pagu), além de histórias da Semana de Arte Moderna de 1922.

A partir das 18h30 vai rolar a exibição do filme ‘Macunaíma’, seguido de um bate-papo sobre o longa-metragem, às 20h45, com participações dos professores Márcia Okida e Edson Delmiro, com mediação de Raquel Pelegrini.

Dia 19 (sábado) será a vez da literatura fechar a programação. Às 16h, o bate-papo será sobre os autores da Semana de 22, com a participação dos jornalistas Manuel da Costa Pinto e Alessandro Atanes. A mediação será de José Luiz Tahan. 

A partir das 19h acontece o bate-papo com o tema ‘1922 a Semana que Nunca Acabou’, mesmo título do livro do jornalista Marcos Augusto Gonçalves, que participará do painel ao lado do poeta Flávio Viegas Amoreira, tendo mais uma vez o livreiro José Luiz Tahan como mediador. 

Durante os três dias de programação, integrantes da equipe técnica da Escola de Artes Cênicas Wilson Geraldo farão leituras de poemas de alguns expoentes da Semana de Arte Moderna de 1922, tais como Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Ribeiro Couto e Oswald de Andrade. Será feita também a leitura do Manifesto Antropofágico.

Conduzirão as leituras Bruno Galdino, ex-aluno e atual professor da EAC; Edmea Matheus – ex-aluna e atual produtora da EAC; Vanusa de Santis, professora da EAC, e Renata Zhaneta, diretora artística da EAC.

Conforme determinação da Portaria Municipal 18/2021 de 25/10/2021 será obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação completo para maiores de 12 anos na entrada do Teatro Guarany. Também será exigida a utilização da máscara durante todo o evento.

A SEMANA DE 22

A Semana de Arte Moderna nasceu no momento em que o mundo assistia ao fim de uma grande guerra e tudo se renovava nas estruturas mentais e políticas da sociedade. Foi um verdadeiro marco na história de São Paulo, considerada um divisor de águas na cultura brasileira. 

O evento – organizado por um grupo de intelectuais e artistas por ocasião do Centenário da Independência –  declarou o rompimento com o tradicionalismo cultural associado às correntes literárias e artísticas anteriores: o parnasianismo, o simbolismo e a arte acadêmica. A defesa de um novo ponto de vista estético e o compromisso com a independência cultural do País fizeram do modernismo sinônimo de "estilo novo", diretamente associado à produção realizada sob a influência de 1922.

Realizado entre os dias 13 e 17 de fevereiro, no Teatro Municipal de São Paulo, o festival incluiu exposição com cerca de 100 obras, aberta diariamente no saguão do teatro, e três sessões lítero-musicais noturnas. Os artistas, influenciados pelas vanguardas europeias e pela renovação geral no panorama da arte ocidental, uniram seus esforços para apresentar suas produções ao grande público. Apesar da força literária do grupo modernista, as artes plásticas eram a principal base do movimento.

A principal função da Semana de 22 para a história da arte brasileira foi romper com o conservadorismo vigente no cenário cultural da época. Não havia um conceito que unisse os artistas, nem um programa estético definido. A intenção era criar novos conceitos. E eles conseguiram.

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