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Santos inaugura Ecofábrica na Zona Noroeste

Publicado: 30 de agosto de 2022 - 17h05

Kauany Priscila da Silva e
Jackson de Paula
 

Trabalho suado, latas de tinta e muita força de vontade  transformaram o antigo depósito de entulhos da Prefeitura de Santos, na Zona Noroeste, numa Ecofábrica nova em folha em apenas 45 dias. A primeira etapa da obra foi entregue nesta manhã desta terça-feira (30), em um evento com apresentações culturais e visita ao espaço, integrando as comemorações pelos 46 anos da região.

Fachada ganhou grafite com motivos de fauna e flora do artista Catts

Com área de quatro mil metros quadrados, essa será a maior Ecofábrica da Cidade. Ela fica situada ao lado da Subprefeitura Regional da Zona Noroeste, no número 456 da Avenida Nossa Senhora de Fátima, e o trabalho de preparação do espaço exemplifica bem o que será realizado na unidade, como ressaltou o prefeito Rogério Santos na solenidade.

“A Ecofábrica é sinônimo de recuperação ambiental, sustentabilidade, desenvolvimento social e geração de renda. É um projeto que demonstra a união de esforços, priorizando a vida e acreditando nas pessoas. Um local para fabricar sonhos, recuperar a natureza e transformar vidas”.

Peças foram criadas pelo artista plástico e coordenador da unidade, Anderson Camargo

Coordenador da Ecofábrica, Anderson Camargo reforça o espírito da proposta de trabalho. “O local foi totalmente recuperado, o que mostra que é possível fazer muito com pouco, que é exatamente o que vamos ensinar aqui: pegar materiais que foram descartados e transformar em peças totalmente novas”.

Oficina onde serão dados cursos de marcenaria

Nesta primeira etapa foram entregues três galpões, refeitório, dois banheiros masculinos e femininos, sanitário acessível, três salas de aula, sala multiúso e um espaço para eventos como shows e exposições. A estrutura passou por limpeza e revitalização completa, incluindo pintura, recuperação dos telhados, revitalização das partes elétrica e hidráulica, além de ter ganhado um deck de acessibilidade em madeira, instalado na parte de trás dos galpões, e uma área verde de mil m², com plantas, gramado e um pergolado.

Uma das três salas de aula entregues na primeira etapa

Do colorido da fachada ao interior do prédio a arte se faz presente. O muro do equipamento, de 180m², ganhou grafite do artista Carlos Silva (Catts), do projeto Arte na Rua, que pintou elementos da fauna e da flora; as janelas foram enfeitadas pelo crochê da artista Dani Serpa; o interior do espaço conta com peças criadas pelo próprio coordenador da unidade, que também é artista plástico. Cerca de 90% do mobiliário é formado por móveis descartados que foram revitalizados.  “Nosso foco é a sustentabilidade”, completou Camargo.

ECONOMIA CIRCULAR

A ideia da Ecofábrica é reaproveitar materiais, reduzir o desperdício e capacitar servidores e munícipes, dentro da Economia Circular e Criativa. Trata-se de um conceito que visa, entre outros aspectos, aprofundar ações voltadas ao reaproveitamento de matérias-primas, reduzindo o desperdício por meio da educação ambiental.

“Focaremos no desenvolvimento sustentável, pegando os materiais trazidos pelo Cata Treco e ensinando a repaginar, cortar, calcular e readaptar de acordo com a imaginação dos alunos”, afirmou o coordenador do órgão. As peças produzidas na unidade serão comercializadas numa feira realizada no espaço de eventos da Ecofábrica, aos finais de semana, e a renda será revertida aos próprios alunos.

SEGUNDA ETAPA

A nova Ecofábrica também ganhará um playground com brinquedos acessíveis, que fará parte da área externa, com tapete sensorial, balanços e estruturas interativas em madeira, além de outros equipamentos. Ainda está planejada a instalação de quiosques, horta comunitária e composteiras, para a produção de adubo.

Também na nova etapa, a Ecofábrica deverá receber uma  uma unidade de beneficiamento de resíduos plásticos, por meio de parcerias com a iniciativa privada e órgãos de fomento. A proposta pedagógica está sendo elaborada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), por meio do campus Baixada Santista.

O local oferecerá palestras, receberá encontros comunitários e ações ligadas a projetos já em andamento. Um deles é o Beco Limpo, programa de educação ambiental desenvolvido no Dique da Vila Gilda, em parceria com o Instituto Arte no Dique e apoio do Ministério Público Federal. Além disso, a Innovach – Arquitetura da Inovação está entre os parceiros do novo espaço, sendo responsável pelos trabalhos de metrologia.

A reforma da Ecofábrica da Zona Noroeste contou com investimento no valor aproximado de R$ 220 mil, do Município. Atualmente, são 30 profissionais trabalhando na obra, entre equipe de carpintaria da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Seserp) e integrantes do projeto Reeducandos. A segunda fase da obra deve ser entregue até o final do ano.

EMOÇÃO

Entusiasta do projeto, o ouvidor municipal Rivaldo Santos também esteve presente ao evento. Servidor público e morador da Zona Noroeste há 53 anos, ele ressaltou o processo de transformação do ambiente. 

“Essa Ecofábrica colocou o manguezal santista de volta à vida, reconstruindo uma área completamente inativa, que há muitos anos acumulava lixo e entulho. Já podemos perceber pássaros e saguis se aproximando da natureza de novo, além de moradores admirando este novo equipamento”.

Trabalhadores descerram placa de inauguração 

HISTÓRICO 

A primeira Ecofábrica municipal foi inaugurada em 2015, no Mercado Municipal, voltada para o reaproveitamento de madeiras descartadas pela população por meio do serviço Cata Treco.

A Ecofábrica é uma das dez Vilas Criativas da Cidade. Esses centros culturais são destinados à capacitação, à inclusão e ao desenvolvimento da população de Santos. Eles oferecem, de forma gratuita, qualificação profissional, atividades culturais e esportivas que contribuem para a melhoria social.