Seu navegador não possui suporte para JavaScript o que impede a página de funcionar de forma correta.
Conteúdo
Notícias

Santos inaugura a 1ª gruta, no país, em homenagem a santa sara kali

Publicado: 23 de outubro de 2006
0h 00

Os ciganos têm agora um lugar especial para reverenciar Santa Sara Kali, padroeira de seu povo. A primeira gruta no país para homenageá-la foi inaugurada pela Prefeitura no sábado (21), junto à Lagoa da Saudade, no alto do Morro da Nova Cintra. A solenidade, que reuniu representantes da comunidade cigana de toda a Baixada Santista, contou com a presença do prefeito João Paulo Tavares Papa e autoridades locais em uma animada festa, com muita música e danças, que prosseguiu até o início da noite. Segundo Ian Lopes Romitchell, divulgador da cultura cigana, a criação de um local para homenagear Santa Sara era uma antiga reivindicação de seu povo, que congrega 112 famílias, em um total de 2.500 pessoas, na região entre Bertioga e Peruíbe. Esse pedido é feito há mais de vinte anos e só agora foi atendido, graças à coragem e determinação da Administração santista, comentou. Feliz, Romitchell frisou que o povo cigano tem bandeira, hino, um lugar para homenagear sua padroeira e, a partir do próximo sábado (28), um consulado a ser inaugurado em São Paulo. A partir de 1º de novembro, contará também com uma representação em Santos, na Avenida Epitácio Pessoa, 172, sala 49, tel. 3271-6721. De acordo com o prefeito João Paulo Tavares Papa, a homenagem à padroeira dos ciganos começou a se materializar quando, na mudança da estrutura administrativa de governo, foram criadas novas coordenadorias, entre elas a de promoção da igualdade racial e ética (Copire). Homenageado com uma placa pela comunidade cigana, ele frisou que a data também era importante para a população santista. "Queremos que Santos seja uma referência para o povo cigano", afirmou. FÉ CATÓLICA Para a comunidade cigana, a gruta representa um ato de liberdade, já que todas as crenças e raças têm direito a seu espaço para manifestações. Padre Caetano Rizzi, que abençoou a imagem da santa, frisou que Sara, nômade de origem indiana, era uma das mulheres que acompanhou Jesus e os apóstolos, e que, depois da dispersão do povo de Deus, foi para a França com Maria Madalena. Homenageá-la é um ato de fé e um ato católico, que faz parte da tradição da Igreja, afirmou. A imagem da santa, que saiu em procissão da Igreja São João Batista, na Nova Cintra, para a Lagoa da Saudade, foi transportada pelos devotos até à gruta, em meio a saudações e cantos ciganos, recebendo flores, velas e orações. Mesmo sem nunca ter sido canonizada pela Igreja Católica, Sara Kali é, por tradição, a padroeira dos ciganos, mas o padroeiro universal é o espanhol Zeferino Gimenez Malla, que faleceu em 1936, aos 75 anos de idade.