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Santos é a prioridade da sucen no controle da dengue no estado

Publicado: 15 de agosto de 2001
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A Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), órgão estadual, considera Santos a prioridade número um no controle da dengue no Estado, não só pelo grande número de casos registrados no Município, ano a ano, como também por ser a sede da região metropolitana, abrigando o maior Porto do País, um fator a mais de risco para a população. A organização do Município no combate à dengue foi destacada pelos técnicos da Sucen, entre eles, Carmen Glasser, diretora do Departamento de Controle de Vetores, que estiveram em Santos na última semana, ao lado do superintendente do órgão no Estado, Luiz Jacintho da Silva, discutindo novas ações e as estratégias conjuntas de intensificação no combate ao Aedes aegypti e controle da epidemia. A dengue está sendo considerada pelo Ministério da Saúde ¨um grande problema de Saúde Pública¨, na medida em que o Aedes aegypti está presente em 3.600 municípios brasileiros, 668 deles com transmissão da doença. Há circulação simultânea dos sorotipos l e 2 em 18 estados e houve, neste ano, o isolamento da dengue 3 no Estado do Rio de Janeiro, o que potencializa o risco da dengue hemorrágica no restante do País. Em torno de 70% dos casos notificados atualmente no Brasil ocorrem em municípios com mais de 50 mil pessoas, pólos de regiões metropolitanas. Santos se enquadra em todas as situações de risco. Tanto o Ministério da Saúde quanto a Sucen, estão trabalhando com a possibilidade da epidemia voltar a ressurgir, inclusive com casos de dengue hemorrágica. No Brasil, já há confirmação, nos últimos cinco anos de cerca de l mil casos dengue hemorrágica e mais de 50 mortes. No Estado de São Paulo houve seis casos de dengue hemorrágica, nos últimos três anos, e duas mortes. Na região da Baixada Santista não há casos de dengue hemorrágica, na avaliação do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado. ENTROSAMENTO DE ÓRGÃOS Melhor entrosamento dos órgãos municipais e estaduais, inclusive a Vigilância Sanitária Federal, que controla os focos de transmissão na área portuária; novas formas de sensibilizar a população, com maior envolvimento da mídia; realização de um dia municipal de ¨faxina geral¨, em setembro, e um dia estadual de limpeza de ovos e larvas do mosquito, em outubro, envolvendo todos os municípios do Estado. Estes foram alguns dos temas discutidos na reunião. Outra preocupação: divulgar mais junto à população as imagens dos ovos e larvas do mosquito, já que é nessa forma que o transmissor deve ser combatido no ambiente doméstico. O Programa de Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários da Saúde (PACs) estarão participando, ativamente, além do PEAa, no aprimoramento das medidas preventivas de educação e mobilização comunitária, elevando a consciência sanitária da população na eliminação dos criadouros nos domicílios e na detecção precoce de casos suspeitos de dengue. Muita gente não acredita que o mosquito é criado dentro de casa e não nas ruas. Também serão adotadas mensagens de mais fácil assimilação e realizado um trabalho junto aos condomínios, na medida que grande parte de criadouros em ralos se localiza em áreas de circulação de prédios. UMA LEI PARA A DENGUE Legislação mais severa contra proprietários de terrenos baldios que abriguem criadouros está em estudos, assim como a aplicação de multas pesadas aos responsáveis por obras abandonadas e outras situações de risco. As sanções estariam inseridas em uma legislação específica para a dengue, tal como já foi adotada em Cingapura. Ou seja, uma lei da dengue contendo todas as situações de risco e as punições previstas. No Município, estuda-se a criação de prêmios (carrinho com compras de supermercado) para residências sorteadas e que estejam livre de criadouros, desde que as casas vizinhas também não abriguem focos dos mosquitos da dengue.