Santos combate violência contra idosos com educação, acolhimento e acesso a direitos

Luigi Di Vaio

Esta quarta-feira (15 de junho) é celebrado o Dia Mundial da Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. De uma forma geral, o termo 'violência' pode se encaixar quando uma pessoa não tem acesso aos seus direitos. E Santos tem um histórico de, cada vez mais, garantir aos seus moradores acima dos 60 anos - definição de idoso, segundo o Estatuto -  todas as formas de bem-estar, seja na área de acolhimento, saúde ou cultura, entre outros setores.

Foto: Arquivo/PMS

Uma questão não muito explorada quando se fala em violência contra a pessoa idosa é o preconceito. Você já ouviu falar em idadismo?  "São casos em que as pessoas buscam diminuir umas às outras em função da idade, provocando injúrias e desavenças. Essas questões, com os idosos, são muito piores", explica Ana Bianca Ciarlini, idealizadora da Rede Educativa para Longevidade e responsável pela Coordenadoria de Políticas para Longevidade, da Secretaria Municipal de Governo (Segov).

Foto: Arquivo/Raimundo Rosa/PMS

A Rede, conta ela, tem realizado palestras interativas nas escolas públicas, nos últimos meses, para combater o idadismo. As atividades estão sendo feitas junto aos grêmios estudantis das unidades. Ainda neste ano, 30 escolas da Rede Municipal, com 42 grêmios e aproximadamente 12 mil alunos farão parte do programa. 

Foto: Arquivo/Raimundo Rosa/PMS

ACOLHIMENTO

Outro exemplo importante de serviço destinado aos idosos de Santos é a Casa Dia Mãezinha Joana (Rua Evaristo da Veiga, 207, Campo Grande), equipamento que está sendo reformado para reabrir as portas no segundo semestre deste ano. O local recepciona idosos pela manhã e à tarde. Eles participam de atividades, recebem alimentação e retornam ao convívio familiar no começo da noite.

Foto: Nathalia Filipe/PMS

A Prefeitura também mantém convênio com três instituições de longa permanência de idosos (ILPI) - são 91 vagas distribuídas na Casa do Sol, Instituto São Vicente de Paulo e Lar Evangelista - encaminhando moradores que sofreram violência em casa ou que não têm condições de arcar com despesas em casas de repouso.

Foto: Arquivo/Divulgação/Casa do Sol

Desde o final da década de 90, Santos conta com repúblicas para a convivência de idosos. Atualmente são três unidades (duas na Vila Mathias e uma no Macuco), segundo explica o chefe do Departamento de Proteção Social Especial, Rodrigo Salvador Lachi. 

Foto: Arquivo/R.Bomfim/PMS

Nestas três repúblicas são atendidos 29 idosos, que se encontravam em situação de vulnerabilidade social. "É feito um trabalho para que eles busquem sua independência financeira, com cada unidade gerenciando custos como alimentação, gás e higiene pessoal. Os idosos fazem a gestão da própria unidade".

Foto: Arquivo/R.Bomfim/PMS

FAMÍLIA

O Município conta ainda com um serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), que atende quem está em situação de vulnerabilidade social, material e relacional. As composições familiares são diversas, mas o Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) da Região Centro Histórica e Área Continental e o CRAS da Zona da Orla e Intermediária possuem um grande número de famílias compostas por idosos, muitos atendidos pelo Benefício Assistencial ao Idoso, público prioritário da política de Assistência Social.

Já a Secretaria Municipal de Saúde conta com um programa especial para o cuidado da saúde de pessoas com mais de 60 anos que moram sozinhas ou passam a maior parte do tempo sem ninguém. O Televida é um serviço de teleassistência residencial gratuito que funciona 24 horas para atendimento de quedas acidentais, hipertensão, mal-estar generalizado, entre outras ocorrências.

Foto: Arquivo/Marcelo Martins/PMS

Para se inscrever no Televida - que hoje pode atender 500 pessoas em Santos -, o idoso, familiar ou amigo próximo deve procurar a policlínica de referência da moradia do interessado em ingressar no programa. É necessário que o paciente seja acompanhado pela unidade de saúde há, pelo menos, seis meses.

Foto: Arquivo / Francisco Arrais / PMS

As equipes da Saúde também prestam atendimentos domiciliares, com equipe multidisciplinar, destinado a atender pacientes acamados, a maioria idosos, com diferentes níveis de complexidade. Dos 522 moradores atendidos por este serviço, 466 têm acima de 60 anos.

VALORIZAÇÃO

Uma forma eficaz de combater a violência aos idosos é oferecer a esta parcela da sociedade um programa de valorização. Este é o conceito do "Vovô sabe tudo", dirigido a pessoas acima de 60 anos, com renda inferior a cinco salários mínimos. 

Foto: Arquivo/Susan Hortas/PMS

O programa hoje contempla 25 vovôs, que transmitem seus conhecimentos e habilidades em áreas como Cultura, Educação e Meio Ambiente, entre outras, para as novas gerações. Cada participante recebe auxílio de um salário mínimo (R$ 1.212,00).