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Santos busca novos interessados em acolhimento temporário de crianças e adolescentes

Publicado: 8 de junho de 2022 - 15h55

Artur (nome fictício) tem um mês de vida e está sob os olhares, cuidados e carinho da dona de casa Jéssica Isabelle Ribeiro, 28 anos, e do profissional de TI Hugo Bessa Silva de Oliveira, 28, há três semanas. “É muito amor, muito carinho. É uma entrega e uma experiência fazer parte da vida dele. Faz a gente muito feliz”, conta Jéssica. 

O casal faz parte da rede Família Acolhedora, um serviço da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) de Santos com objetivo de  encontrar um lar temporário para bebês, crianças e adolescentes (até 18 anos incompletos) afastados do convívio familiar por estarem em situação de risco. 

Inscritos há praticamente um ano, eles contam que estão no terceiro acolhimento. Já receberam em casa outros dois bebês. “Fomos tocados pela causa.  Acompanhamos um encontro sobre o programa. Foi uma amiga que fez a apresentação. Inicialmente era só para conhecer, mas quando terminou o evento, ficamos interessados e decidimos participar”, lembra Jéssica.

Atualmente há dez famílias acolhedoras e dois cadastros em andamento. Nove crianças estão em lares temporários. 

Santos busca agora reforçar esse time e cadastrar interessados em cuidar dos pequenos. A meta é chegar a 35. Podem participar maiores de 18 anos que morem no Município. Devem ter afeto de sobra e disponibilidade de tempo.  É preciso ainda estar bem de saúde física e mental, não ter antecedentes criminais e nem fazer parte de lista de adoção. Em média, o processo de cadastramento dura três meses.

O QUE FAZER

O primeiro passo para quem estiver interessado é agendar uma primeira entrevista feita pelos responsáveis pelo serviço na Seção Família Acolhedora (Rua Dino Bueno, 16). Basta ligar para (13) 3251-9333. É feito  um cadastro e uma entrevista para verificar se tem perfil, além da visita à residência da pessoa para conhecer o núcleo familiar e confirmar se todos concordam em receber a criança ou adolescente. 

“Ela tem que ser desejada nesse lar, porque já vem  de um rompimento familiar por diversos motivos, então precisa ir para um lar no qual será esperada e desejada por todos”, explica a assistente social Lilian Reis dos Santos.

Segundo ela, o objetivo é garantir que essa criança seja acolhida e receba afeto. “É o diferencial do serviço: em vez de a criança ir para um serviço de acolhimento institucional, fica na casa de uma família recebendo atenção individualizada”. 

Após a avaliação, os participantes ainda realizam um curso, com seis módulos, nos quais recebem orientações sobre cuidados e serviços oferecidos pelo Município para atender as crianças e adolescentes. Eles poderão definir a faixa etária que conseguem acolher.

“Orientamos essas pessoas sobre o que é o serviço, como se dá o acolhimento e as questões que as crianças trazem de suas vidas com seus familiares. Por isso, tem que ser um lar seguro e protetivo para essa criança, porque, além da questão do afeto, a gente percebe que o desenvolvimento dela no Família Acolhedora é muito melhor do que um serviço de acolhimento institucional”, acrescenta Lilian.

Ao final do treinamento, é necessário entregar documentos como RG, CPF, antecedentes criminais, atestado de saúde física e mental do casal, por exemplo. A partir daí, uma comissão, com integrantes até do Poder Judiciário, avalia o cadastro do voluntário para confirmar se ele está apto ou não para o acolhimento temporário.

A família acolhedora recebe um repasse de R$ 1.151,81 mensais para custear as despesas das crianças ou adolescentes. A acolhida pode durar entre três e 18 meses.
Nesse tempo, os pais biológicos também são auxiliados em busca da superação dos motivos que levaram à separação familiar. No final do prazo,  se houver condições, eles retornam à família de origem; caso contrário, seguirão para a adoção.

Por isso, outro ponto que faz parte do processo seletivo e do treinamento é o desapego. Para isso, Jéssica traz a lição aprendida nesse quase um ano de Família Acolhedora.
“Não precisa ter medo da despedida. Claro que você vai sofrer, porque quando se ama e se separa acaba sofrendo. É a conta que a gente recebe. Mas vale muito a pena. Você percebe que seu trabalho foi feito e que fez a diferença na vida dela e daquela família”.
Informações sobre o programa Família Acolhedora em  (13) 3251-9333.